Tempos MAIS QUE modernos #nasdaq100 #NVDA
O post de hoje foi elaborado pelo meu parceiro Alberto Dwek.
Resumo:
O clássico "Tempos Modernos" de Chaplin destaca o contraste
entre a desumanização industrial e o progresso dos direitos dos trabalhadores
ao longo do tempo. Este progresso é exemplificado na startup August, onde as
"sextas-feiras de mindfulness" e "verificações de coração"
trimestrais refletem um novo estilo de gestão da Geração Z focado no bem-estar.
Os cofundadores, Okamoto e Jain, trazem suas experiências pessoais para
promover um ambiente de trabalho voltado para a prevenção da exaustão. A
Geração Z enfrenta críticas por supostas falhas, mas essas podem ser vistas
como características de liderança potenciais por outros. Essa geração promove a
saúde mental e um equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, moldando o local de
trabalho conforme ascendem nas hierarquias gerenciais.
A seção de análise técnica do post "Estou nem aí" reflete uma
cautela com o Nasdaq 100, destacando um possível ponto de inflexão no mercado.
Com uma meta mantida em 19.240, há uma expectativa de que, se a tendência de
alta continuar, as compras serão retomadas, mesmo a preços mais altos. A
análise da NVIDIA aponta para um objetivo entre US$ 984 e US$ 1.084 com um stop
loss sugerido em US$ 770, revelando uma estratégia defensiva e adaptativa às
mudanças do mercado. A ação é descrita como a "queridinha" do mercado,
com uma recuperação rápida apontando para um novo potencial alvo de US$ 1.095,
refletindo um otimismo cauteloso e uma atenção às dinâmicas de preços.
Quem assistiu a “Tempos Modernos”, o clássico de 1936 do genial Charles
Chaplin, não esquece a imagem do operário Carlitos engolido pelas engrenagens
da linha de produção de uma fábrica. O filme, entre outras coisas, era uma
crítica mordaz aos supostos benfeitos da industrialização e da tão elogiada
modernidade das fábricas americanas. Lembro que me senti, do alto dos meus
quinze anos à época, revoltado com a crueldade de tratar seres humanos como
máquinas e pronto para lutar em defesa dos operários explorados pelo sistema.
O interessante é que, na verdade, sempre olhamos para o passado com os
óculos do presente. Um trabalhador daquele período estava em melhores condições
que seus antecessores, assim como os que vieram em seguida conseguiram aumentar
seus direitos, seja através de lutas sindicais, seja porque o próprio sistema
passou a avaliar que benefícios trabalhistas melhoravam a produtividade.
Qualquer que seja a comparação, portanto, as condições de trabalho têm estado
em constante evolução no sistema capitalista.
Foi meu primeiro pensamento quando li a matéria de Anne Marie Chaker no
Wall Street Journal (Como é que é Trabalhar para um Chefe da Geração Z?
Muito Diferente) sobre o novo estilo administrativo exercido pelos
integrantes da chamada Geração Z — a que nasceu ao redor da virada do milênio —
que hoje comanda empresas ou assumiu cargos de gerência e direção.
(É claro que toda essa análise é um luxo restrito aos EUA e pouquíssimos
países, diante de tantos outros em que ainda vigoram muitas regras antigas.)
Em uma startup de Nova York chamada August, os
funcionários desfrutam das "sextas-feiras de plenitude mental" — um
dia de trabalho mais relaxado para foco profundo sem reuniões. A empresa, que
fabrica produtos de cuidado menstrual, também tem "checagens de
coração" trimestrais conduzidas por gerentes para ver como seus
subordinados diretos estão se sentindo em relação ao quanto estão trabalhando e
quanto estão sendo pagos.
Esse estilo de trabalho foi introduzido pelos
cofundadores da Geração Z, Nadya Okamoto, de 26 anos, e Nick Jain, de 24, que
se formaram em Harvard e Princeton, respectivamente, durante a pandemia.
“Falamos muito mais do que a maioria dos lugares sobre
como prevenir a exaustão,” diz Okamoto, que diz ter sido diagnosticada com
transtorno de personalidade limítrofe dois anos atrás e fala abertamente sobre
isso. “Uma das coisas que mais aprendi é desacelerar.” A empreendedora de ritmo
acelerado, que publicou um livro enquanto estava no segundo ano da faculdade e
iniciou uma ONG global distribuindo produtos menstruais ainda no ensino médio,
diz que “embora eu possa me mover rapidamente, eu aprecio ter uma equipe ao meu
redor para desacelerar.”
A Geração Z — geralmente definida como graduados
universitários e jovens de 20 e poucos anos nascidos em algum momento entre
1997 e 2012 — entrou no local de trabalho quando não havia sequer um lugar para
ir. Esses anos, marcados por uma crise global de saúde e inquietação social,
ajudaram a moldar suas visões sobre a vida, bem como o trabalho. Muitos deles
estavam em casa enquanto os locais de trabalho de seus pais fechavam, então
eles tiveram uma visão de base do que os trabalhos realmente pareciam, e eles
não gostaram do que viram: um equilíbrio entre trabalho e vida que deixava
pouco tempo para a vida, gestores que pareciam não se importar com a saúde
mental de seus funcionários, e uma estrutura organizacional que não dava muita
voz aos trabalhadores.
Agora, eles têm a oportunidade de moldar o local de
trabalho à medida que começam a entrar nas fileiras de gestão. Embora os
membros da Geração Z agora representem apenas 16,8% da força de trabalho total,
de acordo com dados analisados pelo Instituto de Pesquisa ADP, eles estão
ascendendo rapidamente: os empregadores promoveram trabalhadores da Geração Z
para a gestão 1,2 vezes mais rápido em 2023 do que em 2019.
Prepare-se para o agito.
Um desafio trabalhar com eles
Pesquisas mostram que pode ser desafiador trabalhar ao
lado de funcionários da Geração Z. Uma pesquisa de 1.344 gerentes pelo
ResumeBuilder.com descobriu que 74% acreditam que é mais difícil trabalhar com a
Geração Z do que outras gerações, devido em parte à falta de habilidades, bem
como de motivação. Em outra pesquisa do ResumeBuilder que entrevistou gerentes
de contratação que avaliaram um candidato da Geração Z, 58% disseram que os da
Geração Z não se vestiam apropriadamente, 57% disseram que eles tinham
dificuldade com contato visual e 47% disseram que eles pediam compensações não
razoáveis.
Mas essas "fraquezas" podem estar nos olhos
de quem vê. O que trabalhadores mais velhos veem como passivos no local de
trabalho, outros veem como sinais de potenciais forças de liderança. "Não
é que eles não querem trabalhar," diz o coach executivo Scott De Long, 64,
que consulta líderes de trabalho sobre como gerenciar equipes cada vez mais
jovens. "Eles não querem trabalhar para pessoas que os tratam da maneira
que fomos tratados quando estávamos crescendo." Isso às vezes se traduz em
um desejo de atravessar a hierarquia, códigos de vestimenta e a cadeia de
comando.
Como uma geração atingida por uma crise que subverteu
normas e fez da exaustão um termo comum nas conversas, eles são conhecidos por normalizar
o cuidado com a saúde mental. A Geração Z abertamente fez da saúde mental um
ponto de enfoque em suas vidas: 37% dos membros da Geração Z relatam ter
recebido terapia de um profissional de saúde mental, comparado a 22% dos baby
boomers, 26% da Geração X (que seguiu os boomers) e 35% dos millennials (que
precederam a Geração Z). E membros da Geração Z, tanto masculinos quanto
femininos, têm igual probabilidade de relatar ter recebido tratamento.
Tênis e palavrões fazem parte da cultura na August,
onde roupas casuais e até mesmo palavrões casuais são comuns. Erin Burk,
vice-presidente de desenvolvimento de negócios na August, que se descreve como
uma millennial de 30 anos, diz que alguns dos oito funcionários da startup
incluem compromissos de terapia em seu calendário de trabalho compartilhado.
Isso deve-se em grande parte ao tom estabelecido pelos co-fundadores de 20 e
poucos anos, diz ela, e parece diferente de seus antigos locais de trabalho
mais formais. O trabalho e a vida pessoal se movem fluidamente de um para o
outro: não é incomum para os funcionários da August entrar e sair do escritório
de tênis e roupas de ginástica e xingar livre e abertamente.
“A ideia de seu eu autêntico e seu eu profissional
como duas coisas separadas é coisa de três ou quatro gerações atrás,” ela diz.
Quando ela se juntou à empresa há dois anos, lembra-se
de ter ficado impressionada com o uso liberal do emoji de coração em reação às
mensagens no Slack. “Eu lembro que pensei, ‘Isso é muito emocional, isso é
apropriado para o trabalho?’” ela diz. “E então, eu simplesmente pensei, ‘Sabe
de uma coisa, você ainda pode trabalhar duro o dia todo e estar emocionalmente
disponível. Qual é o problema nisso?’”
A diferença entre as opiniões dos contratantes mais velhos mostra o
quanto as atitudes da nova geração denotam uma ruptura em relação ao passado.
Fica claro que está em jogo a própria avaliação do trabalho como fonte
principal de realização pessoal, uma percepção até pouco tempo atrás
inquestionável. Mas qual a origem dessa mudança, e quais as consequências e
riscos?
Trata-se, é claro da primeira geração nascida num mundo já tomado pela
Internet e criada em total simbiose com as telas de celulares, tablets e
computadores, a tal ponto que se tornaram coisas do passado habilidades como a
escrita cursiva, o cálculo mental ou a orientação geográfica em locais não
conectados à rede. Pior ainda, os livros e jornais já se tornaram resquícios de
um mundo antigo, e as fontes de informações preferenciais são as sacrossantas
mídias sociais, com a constante divulgação de tendências de massa amplificadas
pelos algoritmos e a criação de bolhas de pensamento.
Não precisamos entrar na discussão sobre o “politicamente correto” para
constatar a enorme influência de seus preceitos nas últimas décadas. Também são
claros os efeitos da relativização de conceitos básicos como o sexo e o gênero
e do raciocínio binário hoje utilizado em praticamente qualquer análise
sociológica ou política mais complexa. Assim, a divisão do mundo — entre bons e
maus, opressores e oprimidos, corretos e incorretos ou crentes e heréticos — e
a supremacia dos direitos individuais sobre as injunções institucionais acabam
criando uma conscientização e uma propensão pela defesa do bem-estar de cada um
no ambiente de trabalho.
(E não esqueçamos a pandemia, que mostrou a possibilidade de uma nova
realidade, em que o avanço nas comunicações permitiu uma visão híbrida do
“escritório” e na qual o modo de vida individual encontrava tanto respeito
quanto as exigências do emprego.) Exageros localizados à parte, ficou claro que
a voz dos empregados assumiu uma importância muito maior para os empregadores,
o que é ótimo para corrigir problemas como o assédio moral ou sexual, ou a
exploração ou subavaliação do trabalhador.
Estamos hoje a anos-luz da escravização, do trabalho pesado para
crianças, das mulheres trancadas em fábricas e do controle de idas ao banheiro,
e isso é um mundo absolutamente melhor. O que pode haver de problema nisso?
A primeira questão é saber se as “conquistas” da Geração Z — que sabemos
estarem por enquanto limitadas a países prósperos e liberais — são devidas a
uma evolução do sistema ou apenas a uma situação pontual de pleno emprego e
efervescência econômica com as novas tecnologias à disposição. Não está claro
como o ambiente de trabalho pode se alterar caso a situação se torne
desfavorável ao poder de barganha do empregado.
A outra dúvida refere-se às causas dessa evolução. Muitos apontam o
despreparo da Geração Z e sua falta de habilidade em situações que exijam
interação ou desencontro de expectativas e opiniões. Já se comprovou a falta de
capacidade da Geração Z até mesmo na utilização de computadores (smartphones
são muito mais fáceis, claro) e na condução de entrevistas de emprego (há quem
leve os pais para ajudar, segundo reportagem recente). É de se supor, portanto,
que o novo ambiente seja também a consequência de um desejo de proteção de
pessoas menos equipadas ou preparadas para enfrentar conflitos ou desafios
profissionais.
Não há dúvida de que o ambiente de trabalho da nova geração é invejável.
Quem teve de suportar chefes tóxicos, colaboradores maldosos ou injustiças
salariais adoraria um sistema de trabalho flexível e estimulante. Por outro
lado, o fortalecimento pessoal muitas vezes depende dos obstáculos e das
exigências, e é bem possível que o conforto e o bem-estar acabem formando uma
força de trabalho menos preparada para liderar e muito mais propensa a permanecer
na condição de seguidora. Mas não me surpreenderia que as gerações futuras olhem
para a nossa com a mesma mescla de compaixão e revolta que eu sentia ao ver o
pobre Carlitos engolido por aquelas engrenagens.
No post intitulado "tô-nem-aí", fiz os seguintes comentários sobre o Nasdaq 100: "Aqueles que me acompanham regularmente sabem que adotei uma postura bastante cautelosa nas últimas semanas, sem, contudo, me tornar inativo. Acredito, no entanto, que estamos chegando a um momento decisivo: ou avançamos com força, ou uma correção nos espera. Se as ações continuarem a subir, retomaremos as compras, mesmo que a um preço mais elevado."
Por uma feliz coincidência, o S&P 500 teve um desempenho superior ao do Nasdaq 100 nos últimos dias. Este comentário deve-se ao fato de que detenho posições no primeiro. No gráfico abaixo, destaquei em uma elipse que as ações de tecnologia de ponta estão contidas em um intervalo de 3,5%, o que, até pouco tempo atrás, representava a alta de dois dias comuns. Isso indica saturação ou estão apenas ganhando fôlego para novas altas? Só o tempo dirá! Até que se prove o contrário, mantenho minha meta em 19.240.
Meus comentários sobre a NVIDIA foram: "Em relação à análise anterior, antecipei o término da onda (III) azul, definindo agora um objetivo entre US$ 984 e US$ 1.084. Caso haja mudanças, por favor, abstenham-se de críticas! O stop loss mais apropriado seria posicionado em US$ 770."
É fascinante como a NVIDIA se tornou a "queridinha" do mercado, algo perceptível sempre que ocorre uma correção - se é que podemos chamar assim para uma ação que dispara como um foguete. Parece que a mínima correção pode ter terminado, e agora o objetivo é ultrapassar US$ 1.095 - haverá celebração ao atingir US$ 1.000? Hahaha... Realizei a mesma demarcação no gráfico que fiz para o Nasdaq 100 e, proporcionalmente, vejam a diferença, o que justifica minha observação anterior.
A análise feita pela Bloomberg sobre o P/L dos lucros futuros médios de dez anos é um tanto curiosa; de fato, nunca vi tal cálculo antes. Sinceramente, questiono seu valor. Por ele, pode-se concluir que a NVIDIA está com uma cotação média em relação aos últimos anos e já esteve bem mais cara. Provavelmente, esse analista está comprado na ação! Hahaha...
O SP500 fechou a 5.234, com queda de 0,14%; o USDBRL a R$ 5,002, com alta de 0,44%; o EURUSD a € 1,0804, com queda de 0,52%; e o ouro a U$ 2.163, com queda de 0,79%.
Tempos MAIS QUE modernos #nasdaq100 #NVDA (acertarnamosca.blogspot.com)
Fique ligado!
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