Crescer na marra #SP500
Resumo:
A metáfora da fita K7 desenrolada ilustra o dilema
econômico da China, enfrentando desafios para atingir as metas de crescimento
de 5% ao ano, em meio a políticas ineficazes e um potencial deflação. O
paralelo sugere um cenário complicado, onde medidas tradicionais parecem
insuficientes para desatar os nós econômicos. A ênfase na ambição desse
objetivo reflete as pressões internas e externas sobre a liderança chinesa para
manter a estabilidade e o crescimento econômico.
A análise financeira detalha os planos fiscais do governo
chinês, revelando um déficit orçamentário oficial de 3% e a emissão de 3,9
trilhões de yuans em títulos especiais para infraestrutura, valores similares
aos do ano anterior, indicando uma possível estagnação na inovação fiscal. Este
cenário sublinha a complexidade e a possibilidade de uma abordagem mais
conservadora às políticas econômicas, contrastando com a necessidade de
estímulos mais robustos para combater a desaceleração econômica.
A divergência entre os objetivos econômicos e a realidade
fiscal, juntamente com a falta de um estímulo financeiro significativo,
evidencia um possível impasse na estratégia econômica chinesa. A decisão de não
realizar uma coletiva de imprensa pós-anúncio sugere uma tensão entre a
necessidade de transparência e a manutenção da narrativa de controle e
estabilidade pelo governo, apontando para um isolamento crescente entre os
líderes políticos e o público.
O asceticismo em relação à sustentabilidade do modelo de
crescimento chinês baseado em exportações e investimentos em infraestrutura
financiados por dívida governamental é reforçado pelo volume de dívida de $58,5
trilhões. A comparação das reservas internacionais com a dívida total destaca a
vulnerabilidade econômica em um contexto de fuga de capitais potencial,
desafiando a noção de que o yuan possa rivalizar com o dólar sem
convertibilidade plena. Este panorama sugere uma transição necessária na
política econômica para enfrentar os desafios estruturais e garantir uma
trajetória de crescimento sustentável.
O S&P 500, após uma alta constante desde outubro, se
aproxima do primeiro objetivo de 5.181, indicando a possibilidade de alcançar
5.332 sem violar as regras de Elliot Wave. Mesmo com debates sobre uma
potencial bolha, a máxima recente foi 5.149, sugerindo cautela e ajustes
estratégicos, como a elevação de stop loss, para navegar neste mercado
esticado.
Ontem o Congresso Nacional da China anunciou um objetivo de
crescer 5% a.a. Shuli Ren comenta o quanto é audacioso esse nível — não quis
(não pode?) dizer que não irão cumprir.
A China estabeleceu metas econômicas ambiciosas para 2024. A
grande questão agora é como alcançará esses objetivos.
O alvo de crescimento de "cerca de 5%" anunciado
pelo primeiro-ministro Li Qiang na sessão de abertura do Congresso Nacional do
Povo anual na terça-feira é o mesmo de 2023. Mas, ao contrário do ano passado,
quando a saída abrupta de Pequim da política Zero Covid proporcionou um impulso
às atividades econômicas no primeiro semestre, desta vez não há ventos
favoráveis poderosos a favor da China. Além disso, o governo continua a ver a
inflação em torno de 3%, mesmo quando o departamento de estatísticas relata que
a economia está entrando em deflação.
Todos os olhos estão agora voltados para quão expansionista serão as medidas fiscais. Infelizmente, os números de Li decepcionam. O déficit orçamentário oficial está fixado em 3%, em linha com o nível de um ano antes.
Os registros fiscais da China são complicados, e os itens fora do orçamento podem ser maiores do que os do orçamento. Os governos locais poderão emitir 3,9 trilhões de yuans (542 bilhões de dólares) em títulos especiais, ou cerca de 2,9% do PIB, para impulsionar os gastos com infraestrutura. Essa cifra é pouco empolgante, considerando que os municípios já emitiram 4 trilhões de yuans dessas notas no ano passado. Enquanto isso, o bônus especial ultra-longo de 1 trilhão de yuans que o governo central está planejando é uma continuação da tendência vista desde o final de 2023.
No total, o déficit fiscal amplo da China provavelmente será de cerca de 6,6%, uma melhoria em relação aos anos pré-pandemia. Como Pequim pode atingir o mesmo alvo de crescimento quando seus déficits fiscais são uma cópia carbono dos de 2023, mesmo com as condições econômicas piorando? Esses números principais se contradizem e entram em conflito com a realidade.
Com o benefício da retrospectiva, essa decepção não deveria
ser surpresa. A reunião do Politburo em dezembro já havia definido o tom e a
perspectiva econômica para este ano. Os principais formuladores de políticas
tinham um novo slogan na época, traduzido literalmente como “estabelecer o novo
antes de quebrar o antigo”. É um endosso para não balançar o barco e
simplesmente esperar pelo melhor.
Na verdade, os investidores não procuram mais por um
estímulo explosivo. Eles perceberam que o estímulo de 4 trilhões de yuans
lançado por Pequim após a Crise Financeira Global não terá o mesmo efeito na
economia. A China fez muitos investimentos em ativos fixos, está vendo retornos
decrescentes e acumulou muita dívida ao longo do caminho. O que as pessoas
procuram em vez disso é consistência e transparência nas políticas.
Com isso, me pergunto como devemos ver a decisão do governo
de não realizar uma coletiva de imprensa para o primeiro-ministro este ano,
rompendo com três décadas de tradição. É porque Li não quer defender seus
números orçamentários diante de jornalistas investigativos? Ou porque o
presidente Xi Jinping quer diminuir e rebaixar a importância do
primeiro-ministro, que oficialmente lidera o ministério da China, o Conselho de
Estado, como alguns analistas políticos sugeriram?
Eu era um fã da economia chinesa, mas recentemente me tornei mais cético. Hoje se percebe que o exuberante crescimento dessa economia se deu em bases perigosas, dependendo quase que exclusivamente de suas exportações, pois internamente sua base foi através de investimentos em infraestrutura. O pior é que se deu através de dívida bancária totalmente comandada pelo governo. Isso não é um sistema capitalista. O gráfico a seguir dá conta da evolução dessa dívida: um número para ninguém botar defeito de U$ 58,5 trilhões.
Por que o autor destacou o volume de reservas internacionais nesse gráfico? US$ 3,5 trilhões parecem muito se ocorrer uma corrida para sair do país, mas comparados à dívida representam meros 6%. Sabemos que o governo não permite que os cidadãos comprem moedas estrangeiras, ou só podem fazer em valores mínimos; agora, se um pânico se instaurar, o yuan despenca — e ainda tem gente que acredita que essa moeda pode desbancar o dólar!
Enquanto uma moeda não for conversível sempre será
classificada de segunda categoria, e o governo chinês sabe dessa
vulnerabilidade, razão pela qual busca recentemente manter a cotação do yuan
“estável”, pois está acontecendo uma retirada de recursos do país.
A mão de obra, que era um grande trunfo dos chineses por ser
bem treinada e de baixo custo foi perdido no tempo. Seu custo vem subindo de
forma expressiva nos últimos anos quando comparada a seus pares asiáticos.
A projeção de crescimento feita pela Goldman Sachs, e não pelo governo, projeta uma trajetória decrescente para o PIB, complicando a qualidade do crédito bancário, pois deveria aumentar o número de falências decorrentes da capacidade ociosa que vai existir.
O mais provável é que a China seja o Japão dos anos 90, que permaneceu em deflação por décadas — com juro em 0%, os devedores não quebram! Parece que é muito mais fácil desenrolar o K7 da foto acima!
No post "a-put-opção-de-venda-política" fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” o primeiro objetivo seria a 5.181 que, se ultrapassado, abre a possibilidade de 5.332, e aí é que surge um divisor de águas. Esse nível seria o máximo sem violar as regras de Elliot Wave segundo minha contagem” ...
A quantidade de artigos que apontam o mercado de ações numa bolha vem crescendo. Alguns tentam justificar a alta de forma ininterrupta desde outubro do ano passado, mas não estão convencidos. A opinião do Mosca é que não existe uma bolha e sim preços esticados. Mas em algum momento vai existir uma correção, os leitores sabem que estou cauteloso, mas não imobilizado.
O primeiro objetivo apontado acima está batendo na porta, a
máxima alcançada ontem foi de 5.149. Preventivamente subi os stop loss na
última sexta-feira, e dessa forma caminhamos em frente. Importante frisar que a
estratégia que estou adotando implica não sair na máxima, sendo assim, é bom
não gastar por conta o resultado do relatório semanal de performance.
O SP500 fechou a 5.078, com queda de 1,02%; o USDBRL a R$ 4,958, com alta de 0,23%; o EURUSD a € 1,0857, sem variação; e o ouro a U$ 2.127, com alta de 0,56%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário