Bolha: a palavra da moda #IBOVESPA #OURO #GOLD #BITCOIN
Resumo:
A ascensão ininterrupta de ativos após quedas ou
estagnação levanta dúvidas sobre a legitimidade dessas altas. Esse fenômeno,
impulsionado por um choque de expectativas, resulta em investidores divididos
entre os que se adaptam ao novo cenário e os que permanecem reticentes. As
valorizações podem ser exageradas, ultrapassando os fundamentos dos ativos e
levando a categorizações de bolhas, conforme observações de Kahneman sobre as
reações emocionais a perdas e ganhos. Essa dinâmica é evidente desde outubro de
2023 em mercados como o da bolsa americana, bitcoin e ouro, com a Nvidia
destacando-se por refletir um otimismo considerável para o futuro.
A especulação intensificada pós-pandemia transformou o
mercado em um "cassino", evidenciado pelo 'índice de dinheiro burro'
que demonstra a maior exposição de investidores de varejo em comparação ao
'dinheiro inteligente' dos institucionais. Este cenário é amplificado pela
expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, mostrando uma
correlação entre o S&P 500 com fases de 'Entusiasmo' e 'Pânico' no ciclo de
sentimento.
O entusiasmo por oportunidades de mercado, motivado pelo
"medo de ficar de fora", tem se espalhado por todo o mercado,
incluindo setores como o de "inteligência artificial". A análise da
Nvidia, negociando mais de 3 desvios padrão acima de sua média móvel e com um
RSI de 81, ilustra esse fenômeno, que também afeta ativos tradicionalmente
vistos como seguros, como o ouro, e até mesmo criptomoedas como o Bitcoin,
ambos negociando dentro do território de 3 desvios padrão e com altos índices
RSI.
Essa febre especulativa não apenas destaca a volatilidade
e o risco de bolhas em diversos ativos, mas também ressalta a importância de
abordagens analíticas diferenciadas, como a Teoria das Ondas de Elliott, na
distinção entre empresas com fundamentos de crescimento real, como a Nvidia, e
ativos impulsionados principalmente pela escassez, como o ouro e o Bitcoin. A
diferenciação entre esses tipos de investimentos é crucial para compreender as
dinâmicas atuais do mercado e as potenciais correções ou ajustes futuros.
Analisando o IBOVESPA, aguardo o término da onda 2 verde,
projetada entre 125,1 mil e 122,4 mil, indicando uma zona potencial de compra. Para
o IBOVESPA, duas estratégias de entrada são consideradas. A primeira estratégia
envolve aguardar o término da onda 2 verde entre 125,1 mil e 122,4 mil, a
segunda estratégia consiste em esperar por uma possível queda e acompanhar a
formação subsequente de 5 ondas em um prazo mais curto.
Quando os ativos sobem de forma ininterrupta após quedas ou
mercados estagnados, surgem dúvidas sobre a autenticidade da alta. Essa
incerteza, do ponto de vista comportamental, é provocada por um choque com as
expectativas anteriores. As altas resultam de investidores que percebem a
mudança e se adaptam ao novo cenário, enquanto outros permanecem paralisados e
céticos.
As valorizações nessas circunstâncias podem ser exageradas,
elevando o preço dos ativos para além dos fundamentos, levando os analistas a
categorizá-las como bolhas, gerando receios para aqueles que decidiram
investir. Como mostrou Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, ,
as perdas causam uma dor maior do que a satisfação dos ganhos, trazendo alívio
para quem optou por não participar.
Apesar de o mundo real não funcionar de forma tão
sequencial, existem paralelos com essas observações. Desde outubro de 2023,
certos mercados poderiam ser considerados como bolhas, destacando-se a bolsa
americana, o bitcoin e seus pares, e o ouro. A bolsa americana, que tem
mostrado uma tendência de alta desde outubro de 2022, estava em um movimento de
recuperação de uma queda anterior, então o argumento de bolha não se aplicava. A
Nvidia emerge como o exemplo perfeito para representar essa tendência.
No post "serÁ-nvidia-uma-bolha?", concluí que "...O
Mosca não a classificaria como bolha, mas sim como uma ação que reflete um
otimismo significativo para o futuro..." E quanto aos outros? Lance
Roberts, em seu site Real Investment Advice, publicou uma análise sobre o ouro
e as criptomoedas, explicando de maneira simples e didática alguns aspectos
técnicos.
Nestes últimos anos, as criptomoedas e o ouro tornaram-se
bons indicadores do apetite especulativo dos investidores. Isso é esperado,
considerando a transformação do mercado em um "cassino" após a
pandemia, com os traders de varejo intensificando suas especulações.
"Não é surpresa que os investidores de varejo
frequentemente se tornem vítimas do comportamento psicológico conhecido como
'medo de ficar de fora'. O gráfico a seguir mostra o 'índice de dinheiro burro'
em comparação com o S&P 500, evidenciando novamente que os investidores de
varejo estão significativamente expostos a ações em relação aos investidores
institucionais, considerados o 'dinheiro inteligente'."
"A diferença entre os investidores 'inteligentes' e 'burros' mostra que, na maioria das vezes, o 'dinheiro burro' investe perto dos topos do mercado e vende perto das mínimas."
Esse entusiasmo se intensificou desde novembro último, à medida que as ações subiram com a expectativa de que o Federal Reserve reduzisse as taxas de juros. Como observado pelo Sentiment Trader:
"Nas últimas 18 semanas,
a tendência ascendente nos levou a um ponto interessante no Ciclo de
Sentimento. Recentemente, o S&P 500 demonstrou uma correlação positiva com
a fase de 'Entusiasmo' do ciclo e uma correlação negativa com a fase de 'Pânico'."
Esse frenesi em buscar oportunidades no mercado, motivado pelo viés psicológico do "medo de ficar de fora", se espalhou por todo o mercado. Conforme observado em "Isso é Loucura",
"Desde então, o mercado como um todo disparou,
seguindo o relatório de lucros recente da Nvidia (NVDA). A razão pela qual digo
'isso é loucura' é a suposição de que todas as empresas cresceriam seus lucros
e receitas no mesmo ritmo da Nvidia. Sem dúvida, o crescimento dos lucros e
receitas da Nvidia é impressionante. No entanto, sustentar esse ritmo de
crescimento indefinidamente, especialmente a um múltiplo de 32 vezes o preço
sobre as vendas, implica que concorrentes como AMD e Intel perderão participação
de mercado."
Diz-me com quem andas
Existem várias formas de medir o entusiasmo nos ativos.
Enquanto as medidas de sentimento examinam o mercado de maneira ampla, os
indicadores técnicos podem refletir o entusiasmo em níveis individuais de
ativos. Contudo, antes de prosseguirmos para nossas análises gráficas,
precisamos de uma breve explicação sobre estatísticas, especificamente sobre
desvio padrão.
Como discuti em "Revisitando as 10 Regras de
Investimento de Bob Farrell":
"Assim como um elástico esticado demais precisa ser relaxado
antes de ser esticado novamente, o mesmo acontece com os preços das ações, que
estão ancorados às suas médias móveis. Tendências que se estendem demais em uma
direção ou outra sempre retornam à sua média de longo prazo. Mesmo durante uma
forte tendência de alta ou baixa, os preços frequentemente voltam (revertem) à
média móvel de longo prazo."
A ideia de "esticar o elástico" pode ser
quantificada de várias maneiras, mas limitaremos nossa discussão desta semana
ao Desvio Padrão e à medição de desvios com "Bandas de Bollinger".
"Desvio Padrão" é definido como: "Uma medida
da dispersão de um conjunto de dados em relação à sua média. Quanto mais
dispersos os dados, maior o desvio. O desvio padrão é calculado como a raiz
quadrada da variância.
" Simplificando, isso significa que quanto mais
distante da média ocorre um evento, mais improvável ele se torna. Como
demonstrado abaixo, de 1000 ocorrências, apenas três ficarão fora da área de 3
desvios padrão. 95,4% do tempo, os eventos ocorrerão dentro de dois desvios
padrão.
Outra medida de "entusiasmo" é a "força relativa". "Na análise técnica, o índice de força relativa (RSI) é um indicador de força que mede a magnitude das mudanças recentes no preço para avaliar condições de sobrecomprada ou sobrevendida em um ativo. O RSI é exibido como um oscilador (um gráfico de linha que se move entre dois extremos) e pode variar de 0 a 100. Tradicionalmente, valores acima de 70 indicam que um ativo está se tornando sobrecomprado ou supervalorizado e pode estar preparado para uma reversão de tendência ou correção no preço. Um valor de RSI abaixo de 30 indica uma condição de sobrevenda ou subvalorização." – Investopedia
Com essas duas medidas, vamos examinar a Nvidia (NVDA), um
exemplo clássico de negociação especulativa baseada em momentum nos mercados. A
Nvidia está sendo negociada mais de 3 desvios padrão acima de sua média móvel,
e seu RSI está em 81. A última vez que isso ocorreu foi em julho de 2023,
quando a Nvidia passou por uma consolidação e correção nos preços até novembro.
Curiosamente, o ouro também está sendo negociado bem dentro do território de 3 desvios padrão, com um RSI de 75. Apesar de ser considerado um ativo de "refúgio seguro" ou de "baixo risco", ele está sendo arrastado pelo atual entusiasmo do mercado.
O mesmo observa-se com as criptomoedas. Com a recente aprovação dos fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista, a corrida frenética para comprar Bitcoin impulsionou o preço para dentro do território de 3 desvios padrão, com um RSI de 73.
Em resumo, a febre do mercado de ações para "comprar qualquer coisa em ascensão" se expandiu de apenas um punhado de ações relacionadas à inteligência artificial para incluir o ouro e as criptomoedas.
O trabalho realizado por Lance Roberts para concluir que
esses ativos estão em uma bolha, ainda que não explicitamente mencionada,
envolve parâmetros de análise técnica clássica, diferentes dos métodos que o
Mosca utiliza como principal, a Teoria das Ondas de Elliott. Faço, porém, uma
distinção clara, na minha visão, entre a Nvidia, por um lado, e o ouro e
bitcoin, por outro. Enquanto o primeiro produz serviços, vende e gera lucro, os
últimos não produzem nada. O que quero dizer é que, se as vendas e lucros
projetados para o primeiro se materializarem, faz sentido que suas ações subam;
caso contrário, deveriam cair. Já no segundo caso, qual seria a justificativa
para a alta? A única resposta é sua escassez. Eu até poderia entender um
aumento no preço por esse motivo, mas por que essa escassez teria valor? A
menos que a moeda, especificamente o dólar, perca seu status atual, o que não
parece provável. Portanto, se de fato estiverem em uma bolha — ou se uma
correção ocorrer — a queda seria mais acentuada no segundo grupo.
No post "outra-forma-de-quebrar-bancos", fiz os
seguintes comentários sobre o IBOVESPA: "Agora, volto a esperar que a onda
2 verde termine entre 125,1 mil e 122,4 mil..." "Embora ainda
acredite em um próximo movimento de alta, atualmente não identifico um ponto de
entrada que não me exponha a um grande stop loss"...
Embora minha projeção seja de alta, alguns fatores estão me preocupando: a bolsa não conseguiu superar a região destacada em verde, que corresponde a algumas tentativas anteriores que recuaram — não é um ponto tão crítico, pois pode ser exatamente assim que ocorre; o que está fora do comum é o atraso em superar essa região. Contudo, nada disso é suficiente para descartar a possibilidade de alta.
- David, você é bem pago para não ter dúvidas!
Então, como agir nessas situações? O que busco, no fundo, é o término da onda 2 verde. Com esse critério, esperaria atingir 125,1mil / 122,4 mil e consideraria uma compra; outra abordagem seria esperar por uma possível queda e, em um prazo mais curto, acompanhar a formação de 5 ondas e agir na correção subsequente. A primeira opção seria entrar a um preço "mais barato", mas alocar o stop loss seria um desafio; a segunda, “mais cara", porém com um stop loss máximo definido. Certamente, vocês já sabem qual escolhi, não é?
Fique ligado!
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