Devolvendo as "Carteirinhas" #nasdaq100 #NVDA

 


Na semana passada, participei de uma Live sobre IA patrocinada por Andre Lichtenstein, fundador da AInvest, que administra um fundo voltado a esse tema. No vídeo anexo estão minhas principais ideias sobre o assunto, e nele comento o conceito da “Carteirinha” que venho usando. Um dos setores que já estavam de posse desse documento pode ter que devolver, pois a revelação do DeepSeek na semana passada questiona a necessidade de uso em alta escala, como se previa antes. Katherine Blunt e outros comentam no Wall Street Journal sobre esse receio.



A Revolução da DeepSeek e o Impacto no Setor de Energia

A startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek provocou um verdadeiro abalo na indústria de energia ao lançar seu novo modelo R1, que opera com uma eficiência energética muito superior à dos concorrentes americanos. Essa inovação derrubou ações de empresas do setor de tecnologia e energia, gerando dúvidas sobre a real necessidade de novos investimentos bilionários em infraestrutura elétrica para suportar a crescente demanda de data centers.

Apesar do impacto imediato no mercado, especialistas afirmam que, no curto prazo, a DeepSeek não deve alterar os planos de expansão das grandes empresas de tecnologia, que já fecharam contratos de longo prazo com geradoras de energia. No entanto, no longo prazo, os ganhos de eficiência energética trazidos por essa nova IAM podem reduzir a necessidade de construir usinas adicionais, desafiando previsões que apontavam um crescimento desenfreado da demanda por eletricidade.

O impacto no mercado foi brutal: ações de grandes fornecedoras de energia como Constellation Energy e Vistra despencaram, embora tenham se recuperado parcialmente nos dias seguintes. A Constellation, que havia valorizado mais de 400% desde sua separação da Exelon em 2022, viu seus planos de expansão serem questionados. Recentemente, a empresa fechou um acordo de US$ 16,4 bilhões para adquirir a Calpine, além de um investimento de US$ 1,6 bilhão para reativar um reator nuclear em Three Mile Island, que fornecerá energia para a Microsoft.

 



Apesar da preocupação, o setor de tecnologia segue apostando forte em IA. Meta e Microsoft reafirmaram planos de investimentos massivos, com o CEO Mark Zuckerberg declarando que a Meta gastará "centenas de bilhões de dólares" no desenvolvimento de IA e na construção de data centers. Além disso, um grupo que inclui SoftBank, Oracle e OpenAI anunciou o projeto Stargate, um mega esforço para levantar US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA.

 



A dúvida que paira sobre o mercado é se essa revolução da eficiência energética tornará desnecessários bilhões de dólares em novas infraestruturas elétricas ou se o crescimento da demanda por IA seguirá em alta. Empresas como Chevron já anunciaram novos investimentos em usinas de gás natural para atender data centers, e analistas como Julien Dumoulin-Smith, da Jefferies, acreditam que o boom da IA continuará impulsionando a demanda por energia por muitos anos.

Ou seja, por mais que a DeepSeek tenha trazido um choque inicial ao setor de energia, as grandes empresas de tecnologia não estão desacelerando os investimentos em IA. A corrida para construir novos data centers continua feroz, e a necessidade de energia, apesar dos avanços de eficiência, ainda parece longe de ser resolvida.

As Sete Magníficas, com exceção da Nvidia, que deve divulgar seus resultados no final deste mês, publicaram seus números nesta semana e não mostraram nenhum recuo em seus investimentos anunciados anteriormente. A Amazon, que publicou ontem, indicou que pretende gastar US$ 105 bilhões em 2025, ultrapassando todas as outras. Isso garante a permanência da “Carteirinha” do grupo de energia. Agora, não adianta comprar o índice desse setor — é necessário saber quem se qualifica para essa nova fase.

Quanto à Nvidia, é só sorriso! Quanto mais “Carteirinhas” distribuídas, melhor para ela. Já em relação à ameaça aos seus lucros, por conta da possibilidade de aplicativos como o DeepSeek, a incerteza permanece no ar.

 

Análise Técnica


No post "o-destilado-que-não-é-whiskyy", fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq 100:"Para a Nasdaq 100, nessa outra opção, a onda (4) vermelha teria uma direção declinante nos próximos meses. Sob esse ponto de vista, a queda poderia terminar em 19.8 mil (-7%) ou mais abaixo, em 18.6 mil (-13%)."

 



Na semana passada, compartilhei essa opção acima para que os leitores ficassem preparados caso a bolsa resolvesse seguir por um caminho mais demorado antes de continuar subindo. No entanto, eu não descartei a continuidade da outra opção. Hoje, compartilho essa possibilidade que prevê altas à frente. Para se concretizar, a Nasdaq 100 deve ultrapassar 22.132, uma alta pequena de 2%.

 



Sobre a Nvidia, meus comentários foram: “O DeepSeek jogou água fria na 'queridinha', e os analistas ainda não sabem o impacto nos chips 'premium' dessa empresa."

"Se o stop loss for acionado, a estratégia muda."

 



Uma opção alternativa, caso ocorra a violação do stop loss, levaria a Queridinha para uma onda (4) vermelha. Como mostrado no gráfico abaixo, essa onda pode ter terminado, embora a alta desta semana, quando observada numa janela menor, não seja tão convincente. Uma possível extensão dessa onda levaria a Nvidia ao nível entre US$ 100 e US$ 91, o que representaria uma queda mínima de mais de 20% dos preços atuais.

Minha convicção não é grande, pois, nos indicadores do índice da bolsa de tecnologia, essa dúvida também existe. Situações como essa requerem cautela.

 



Às vezes, as notícias adotam uma visão específica sobre um assunto e não se atentam a um enfoque mais abrangente. Estou convencido de que os leitores já viram inúmeras matérias enfatizando que, no mercado acionário, o investidor americano vem migrando de forma contínua para fundos indexados, ocasionando uma concentração em poucas ações. Sendo assim, existe o risco de grandes perdas caso a bolsa caia.

Mas, quanto realmente representam esses fundos no mercado?




Quando se observa a participação de cada grupo dentro do S&P 500, os fundos passivos representam 15% do total, enquanto a parcela detida por pessoas físicas é de aproximadamente 40%. Não sabemos a composição exata desse último grupo, mas, como a maioria é composta por planos de aposentadoria, é provável que suas carteiras sejam formadas majoritariamente por ações de empresas.

Se essa conclusão for verdadeira, não parece que os fundos indexados sejam uma grande ameaça.




O S&P500 fechou a 6.025, com queda de 0,95%; o USDBRL a R$ 5,8058, com alta de 0,76%; o EURUSD a € 1,0328, com queda de 0,51%; e o ouro a U$ 2.862, com alta de 0,21%.

Fique ligado!

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