Vamos conversar sério #nasdaq100 #Nvidia
Hahaha... leitor, nada de importante com vocês – não estou
pensando em cobrar pelos serviços. Na verdade, quero fazer uma reflexão. Estou
ficando incomodado com a forma como Trump começa seu mandato. Vejam que faz
somente 30 dias, e ele já arrumou confusão por todos os lados, agindo ou
ameaçando nas áreas de geopolítica, finanças, social, “you name it”. Tudo isso
me fez pensar na frase que aplico na minha vida: ninguém é bom em tudo.
Acredito que os riscos de descontinuidade estão presentes,
e, pensando na bolsa, que está titubeando nos últimos dias, faz um certo
sentido — afinal, ela não gosta de dúvidas. Mas o Mosca fica firme nas
evidências e não no que acha.
Vem crescendo nos últimos dias a possibilidade de os EUA
entrarem num cenário de estagflação. Vejamos uma definição no livro de
economia, com suas consequências.
Estagflação é a rara e perigosa combinação de baixo
crescimento econômico, alta inflação e desemprego elevado. Diferente de
recessões normais, onde a inflação tende a cair junto com a atividade
econômica, na estagflação os preços continuam subindo mesmo com uma economia
fraca, tornando o cenário especialmente difícil para governos e bancos
centrais.
Impacto nos principais ativos:
- Bolsa
de Valores: Tendência de queda, já que empresas sofrem com custos
elevados e demanda fraca. Setores defensivos (saúde, utilities) podem ter
melhor desempenho.
- Juros:
Devem subir, pois os bancos centrais tentam conter a inflação, mas com
risco de sufocar ainda mais o crescimento.
- Commodities:
Ouro e metais preciosos tendem a valorizar como proteção contra a
inflação. Petróleo pode subir se houver choques de oferta, mas a demanda
fraca pode limitar os ganhos.
- Dólar:
Pode se fortalecer se os EUA adotarem juros mais altos, mas perde força se
o Fed hesitar em agir contra a inflação.
Dentre as publicações sobre esse assunto recentemente na
Bloomberg e Reuters, faço um resumo a seguir:
O espectro da estagflação: Um pesadelo dos anos 70 à
espreita nos EUA?
A sombra da estagflação volta a pairar sobre a economia
americana. Ainda que os números não sejam tão extremos quanto os da década de
1970, a combinação tóxica de inflação persistente e crescimento anêmico começa
a se consolidar como um cenário plausível.
A resiliência teimosa da inflação
Os mais otimistas podem argumentar que a inflação
desacelerou em relação ao pico pós-Covid, mas os dados contam outra história. A
taxa anual subiu para 3% em janeiro, impulsionada pelo aumento dos aluguéis e
por um mercado de trabalho que continua aquecido, mantendo os salários
pressionados para cima. Some-se a isso os cortes de juros promovidos pelo Fed
em dezembro – uma aposta que pode acabar alimentando a inflação, em vez de
controlá-la. O resultado? Um Banco Central cada vez mais encurralado, com margem
limitada para agir sem desencadear uma recessão.
O fator Trump: tarifas, incerteza e o risco do erro
político
A política comercial do presidente Donald Trump adiciona
mais combustível ao fogo inflacionário. O novo pacote de tarifas sobre
importações chinesas (10%), aço, alumínio e setores estratégicos como
semicondutores e farmacêuticos tende a elevar os preços ao consumidor. Além
disso, a retórica de "reciprocidade tarifária" sinaliza que mais
aumentos podem estar no horizonte, criando uma tempestade perfeita onde
inflação e crescimento fraco se reforçam mutuamente.
Há quem acredite que essas tarifas, no longo prazo, possam
fortalecer certas indústrias domésticas ao reduzir a concorrência estrangeira.
No entanto, o impacto imediato é claro: custos mais altos para empresas e
consumidores, além de menor incentivo para investimentos externos nos EUA.
Outro fator de risco é a interferência política no Fed.
Trump já demonstrou inclinação por juros baixos e expansão monetária. O temor é
que qualquer tentativa de manipular o banco central para impulsionar a economia
acabe exacerbando o problema inflacionário.
Mercados inquietos, investidores divididos
Se há algo que o mercado odeia, é a incerteza. E a incerteza
é o que domina o cenário atual. Fundos de investimento já começam a precificar
a possibilidade de estagflação: o ouro – ativo clássico de proteção contra a
inflação – segue renovando máximas, enquanto o mercado de Treasuries reflete um
ambiente de crescimento fraco e inflação elevada. Ainda assim, muitos
investidores mantêm apostas otimistas nas ações, acreditando que as políticas
pró-crescimento de Trump possam, de alguma forma, neutralizar os riscos.
E agora? Pânico ou oportunidade?
Não é hora de pânico, mas também não é hora de complacência.
A história mostra que períodos de estagflação são armadilhas difíceis de
escapar, com poucos instrumentos macroeconômicos realmente eficazes. O dilema
para o governo e o Fed é claro: combater a inflação com juros mais altos e
arriscar uma recessão, ou afrouxar a política monetária e assistir aos preços
dispararem?
O mercado já começa a buscar refúgio, e investidores
espertos estão posicionando portfólios para um possível ambiente de crescimento
fraco e inflação persistente. Mas a questão crucial permanece: os EUA
aprenderam as lições do passado ou estão prestes a reviver o pesadelo da
estagflação dos anos 70?
Análise Técnica
No final do ano, publico minhas visões de mais longo prazo e
queria enfatizar que, na visão do Mosca, os juros devem subir. “agora-é-para-valer": É provável que a onda (4) vermelha tenha terminado e o juro
caminha para novas altas que deveriam ocorrer nos próximos 2 anos, culminando
com um nível de 6,23% a.a. – importante frisar que, caso a onda (4)
vermelha não tenha terminado, o juro deveria ainda ficar contido no
intervalo acima.”
A conferir!
No post ”o-casal-solo”, fiz os seguintes comentários
sobre a Nasdaq 100: “Tudo indica que a Nasdaq 100 vai ultrapassar o nível de
22.132 destacado no gráfico. Caso isso aconteça, e não seja um false break,
podemos esperar níveis muito maiores à frente. Não queria me antecipar agora,
pois tenho duas possibilidades de término dessa correção.”
No post acima, mencionei a possibilidade de um false break,
e, por enquanto, é o que ocorreu – destaque no círculo. Por outro lado, está se
formando um triângulo destacado com as linhas vermelhas, o que deveria indicar
rompimento. Vamos manter a mesma orientação acima.
Em relação à Nvidia, destaquei: “A área destacada pode ser o
início da onda (5) vermelha – que não aparece na figura –, mas
eu esperaria mais confirmações, especialmente a ultrapassagem dos US$
153.”
A “queridinha” ficou patinando nos níveis mais elevados.
Como comentei ontem, na próxima quarta-feira vai anunciar seus resultados, e
tudo indica que o mercado está esperando essa informação para reagir. Por
enquanto, mantenho a posição acima.
O americano vive atualmente uma situação muito mais saudável do que quando eclodiu a Grande Recessão de 2008. Veja a seguir seus ativos e passivos naquela data.
Uma boa parte da recuperação de seu patrimônio se deve ao aumento da participação em ações, bem como a valorização de sua casa. O que podemos concluir? Mesmo que a bolsa sofra uma queda maior, ele não precisará vender ações para cobrir sua dívida, pois esta é significativamente menor nos dias de hoje.
O S&P500 fechou a 6.013, com queda de 1,71%; o USDBRL a
R$ 5.7320, com alta de 0,51%; o EURUSD a € 1,0460, com queda de 0,38%; e o ouro
a U$ 2.937, sem variação.
Fique ligado!
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