Meu momento Warren Buffet #nasdaq100 #NVDA



Warren Buffett, o inabalável Oráculo de Omaha, não é apenas um investidor — é um farol em meio às tormentas financeiras. Aos 94 anos, ele comanda a Berkshire Hathaway Inc. com uma visão que atravessa décadas de euforia e ruína. Em 2025, seu caixa atinge os colossais US$ 334 bilhões, ou 29% dos ativos totais, um recorde que ecoa como um alerta no mercado. Não é um devaneio de um veterano; é uma jogada esculpida em timing impecável. Enquanto Li Ka-shing, o “Superman” asiático, empilha reservas e desmonta posições em um tabuleiro global instável, Buffett planta sua bandeira no terreno que domina. O que ele vê me remete a 1990, quando, às vésperas do Plano Collor, segurei o caixa e virei o jogo.

Buffett não acumula dinheiro por nostalgia; ele o faz por cálculo. Seu histórico é um tratado de estratégia: o caixa da Berkshire engorda quando os 'valuations' disparam e as barganhas minguam, para então ser desembolsado com ferocidade nas cinzas das crises. Na bolha das ponto-com ele ficou à margem enquanto o Nasdaq dançava na corda bamba. O colapso de 2000 o encontrou pronto para garimpar. Em 2008, sua aposta no Bank of America — hoje um lucro de mais de US$ 30 bilhões — floresceu no pântano da crise, transformando ativos tóxicos em ouro. Nos anos 70, com a inflação americana corroendo o poder de compra, ele já evitava ações sobrevalorizadas, preferindo empresas subprecificadas como a Coca-Cola, que se tornariam pilares de sua fortuna. Esse faro é guiado por um norteador implacável: a relação entre o valor de mercado das ações americanas e o PIB dos EUA, seu “medidor favorito”. Quando o índice sobe além do razoável — como em 1999 (150%) ou 2021 (200%) —, Buffett retrai. Hoje, com o S&P 500 flertando com múltiplos de 25 vezes o lucro e essa relação novamente em zona de alerta, o caixa é sua fortaleza.

Minha experiência reflete esse instinto em outra escala. Em 1990, comandando a tesouraria do Banco Francês e Brasileiro, antevi o torniquete que viria com o Plano Collor. A indicação de Ibrahim Eris, um economista genial e amigo, para o Banco Central sinalizava uma guerra à hiperinflação de 80% ao mês. Deduzi que a liquidez seria espremida e vendi nossos títulos públicos, ignorando o mercado que me chamava de “trouxa” por largar as LFTs — papéis indexados ao overnight tidos como intocáveis. O confisco veio, bloqueando contas e deixando bancos sem ar. Nós, com o caixa cheio, emprestávamos a 20% ao mês enquanto o overnight rastejava a 12% ao ano. Não foi sorte; foi lógica diante do inevitável.




Buffett opera em outra liga, mas o princípio é idêntico. Em 2025, o S&P 500 exibe *valuations* que desafiam a gravidade — um P/E médio que rivaliza com os picos pré-dot-com e uma relação mercado/PIB que supera 180%, níveis que historicamente precedem tombos. Ele não dança como especulador; a Berkshire exige liquidez para atacar quando o mercado sangra. Comparado a Li Ka-shing, que despeja ativos portuários por US$ 19 bilhões antevendo talvez um colapso no comércio global, Buffett foca no quintal americano. Seu caixa não é medo; é paciência para a próxima liquidação.

O Oráculo já escreveu esse roteiro antes. Em 2011, com o S&P 500 caro após a recuperação pós-2008, o caixa subiu para US$ 40 bilhões. Quando o mercado corrigiu em 2018, ele estava pronto para ajustar posições. Hoje, com juros altos, tensões geopolíticas e uma euforia tecnológica que lembra 1999, Buffett repete o jogo: acumula munição enquanto os *bulls* ignoram os sinais. Ele não prevê o futuro; ele se arma para ele.

Para quem me acompanha, sabe que temos pisado leve nos últimos meses com o S&P 500. Subimos os stop-loss da sugestão de compra até sermos estopados em 31 de janeiro de 2025. Desde então, mantivemos a disciplina, fora do ativo, fiéis à análise de Elliott Wave que exige cinco ondas completas — algo que ainda não se concretizou. Não sei até onde vai essa correção atual, que pode estar no fim ou apenas começando, mas seguimos firmes, à espera de um sinal claro nos gráficos. Diferente de 1990, quando usei a razão pura para antecipar o Plano Collor, hoje me guio por ferramentas técnicas. O princípio, porém, é o mesmo: segurar a ansiedade e esperar o momento certo, seja por lógica ou por ondas. Buffett nos ensina que o verdadeiro arrojo está na paciência — e, em 2025, com 'valuations' esticados e ventos incertos, talvez o melhor trade seja não tradear ainda.

 

Análise Técnica

No post “enfiando goela abaixo”, fiz os seguintes comentários sobre a Nasdaq 100: “A bolsa de tecnologia teve uma recuperação pífia, o que me faz suspeitar que ainda existe mais queda – segundo uma outra contagem de curto prazo, uma mínima poderia alcançar aproximadamente 18.800, ou um nível mais abaixo como comentado acima. Nada a fazer no momento”




Não tenho muito a acrescentar ao que já foi dito acima. A única inclusão que poderia fazer é que, se a bolsa está em movimento de alta, o nível de 19.152 tem que aguentar. A distância entre o nível do mercado e esse é de 3%, o que mostra a fragilidade de qualquer previsão.




Em relação à Nvidia, comentei: “A ‘Machucada’ tem um prospecto mais positivo que a Nasdaq 100, pois a primeira completou 5 ondas numa janela de 1 hora enquanto essa última não” ...“Ficaria mais seguro se a Nvidia ultrapasse US$ 122,89”




Destaquei no gráfico a seguir as 5 ondas comentadas acima. Outro positivo é que, na retração da onda (ii) vermelha, não ultrapassou o nível de US$ 108,4. Mas nada muito animador por enquanto. O gráfico aponta os principais pontos a serem seguidos nos próximos dias. O que queremos é que siga a linha vermelha; quem sabe recupera o título de “Queridinha”.




Fiquei pensando se, nas últimas semanas, os leitores ficaram com a impressão de que perdi minha convicção de longo prazo nas bolsas, dada a dúvida que transmito no curto prazo. Essas situações ocorrem de tempos em tempos, quando uma onda de maior grau finaliza, se sucedendo uma correção de maior grau também. Não saberia dizer se estamos nesse momento, e só o tempo, em conjunto com os gráficos, vai poder nos esclarecer.

Vocês já devem ter notado que, quando uma correção se inicia, tendo a classificá-la como: pequena, média ou grande, e conforme o mercado caminha, me esclarece em qual se está. É uma forma conservadora de atuação, pois pela leitura se pode chegar a um palpite e se posicionar de acordo. Eu prefiro esperar e aguardar as 5 ondas que, no mínimo, me indicam uma possibilidade da continuidade do movimento de ordem superior.

Tenho bastante experiência na Teoria de Elliott Wave; afinal, são quase 25 anos lendo os gráficos. Como podem notar nos inúmeros exemplos que vivemos juntos aqui no Mosca, as ondas às vezes não são muito claras no sentido do livro-texto, criando ainda mais indecisão – exemplo: o Ibovespa.

Lembrem-se de que os mercados ficam 30% do tempo em ondas direcionais e 70% nas correções, onde é melhor não passar perto. Essa sensação de inação suscita a dúvida de que estou perdendo oportunidades; às vezes, estou mesmo, como aconteceu com o ouro – fiquei preso a uma contagem que me atrapalhou. Agora, podem estar certos: quando 5 ondas são completadas, o sangue de *trader* sobe e proponho *trades*. Aguentem firme!




O S&P500 fechou a 5.580, com queda de 1,97%; o USDBRL a R$ 5,7579, com alta de 0,22%; o EURUSD a € 1,0824, com alta de 0,21%; e o ouro a U$ 3.081, com alta de 0,84% ‑ estou ajustando o stop loss para U$ 3.036 e caso continue subindo penso em realizar o lucro ao redor de U$ 3.110 / U$ 3.140.

Fique ligado!



Comentários

  1. Esperar é a parte mais difícil no investimentos.

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  2. muito difícil! é muito fácil ser levado pelo momento

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