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A Coragem e Sabedoria de dizer não #USDBRL

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  No fim de março de 2025, o Banco Regional de Brasília (BRB), estatal do Distrito Federal, anunciou a compra parcial do Banco Master por R$ 2 bilhões, operação que ainda depende do aval do Banco Central (BC). O que chama atenção é o contraste: o BRB, com imagem de solidez, casa-se com o Master, conhecido por CDBs de alto risco que poderiam consumir 42% do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em caso de quebra. É um matrimônio que levanta sobrancelhas — e suspeitas. Seria uma jogada técnica, como defende o BRB, ou há interesses ocultos por trás dessa união improvável? Eu já vi esse tipo de "noivo" antes. Em 1987, Edmar Cid Ferreira, então dono do Banco Santos, me convidou para uma conversa em sua mansão no Morumbi, cercado por obras de arte impressionantes. Ele queria que eu fosse diretor de um banco que estava montando. "Tenho acesso a todos os fundos de pensão e não teremos problema de funding, eu mando em quase todos eles", disse, com uma segurança que me deixou ...

Meu momento Warren Buffet #nasdaq100 #NVDA

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Warren Buffett, o inabalável Oráculo de Omaha, não é apenas um investidor — é um farol em meio às tormentas financeiras. Aos 94 anos, ele comanda a Berkshire Hathaway Inc. com uma visão que atravessa décadas de euforia e ruína. Em 2025, seu caixa atinge os colossais US$ 334 bilhões, ou 29% dos ativos totais, um recorde que ecoa como um alerta no mercado. Não é um devaneio de um veterano; é uma jogada esculpida em timing impecável. Enquanto Li Ka-shing, o “Superman” asiático, empilha reservas e desmonta posições em um tabuleiro global instável, Buffett planta sua bandeira no terreno que domina. O que ele vê me remete a 1990, quando, às vésperas do Plano Collor, segurei o caixa e virei o jogo. Buffett não acumula dinheiro por nostalgia; ele o faz por cálculo. Seu histórico é um tratado de estratégia: o caixa da Berkshire engorda quando os 'valuations' disparam e as barganhas minguam, para então ser desembolsado com ferocidade nas cinzas das crises. Na bolha das ponto-com ele fico...

Não invente em seu portfólio #EURUSD

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Os resultados estatísticos sobre performance de ações, elaborados por inúmeros acadêmicos, chegam a conclusões muito semelhantes que o Mosca resume: Não invente! O estudo acadêmico que trago hoje, publicado por Jason Zweig no Wall Street Journal, confirma essa hipótese, como podem ver a seguir. Entre 1926 e 2015, apenas 30 ações, de um universo de 25.782 empresas listadas no mercado americano, foram responsáveis por um terço da riqueza gerada, segundo Hendrik Bessembinder, professor da Arizona State University. Isso é 0,12% do total. Mais impressionante: menos de 1,1% – cerca de 284 ações – responderam por três quartos dos ganhos acumulados em relação ao retorno do caixa. E os 1.000 melhores desempenhos, menos de 4%, carregaram *todos* os lucros líquidos do mercado. O resto? Um deserto de irrelevância que títulos do Tesouro de um mês poderiam ter igualado. Esses números são um golpe na ilusão de que superar o índice é tarefa simples. Não é – é um desafio quase impossível. O mercado...

Metade dos americanos só sobrevivem #IBOVESPA

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  O presidente Trump foi eleito, parte, por um grupo de americanos que já representa metade deles. A política monetária adotada pelos bancos centrais, inclusive o Fed, levou ao enriquecimento dos mais ricos e, como contrapartida, ao empobrecimento do restante. Os motivos, de forma simplificada, se resumem a: juros baixos induziram a valorização dos ativos — isso já distanciou esses grupos —, enquanto os salários não subiram. Simples assim. O Mosca vem alertando sobre esse problema desde 2011, quando surgiram as manifestações dos “99ers”. Como essa insatisfação não é instantânea, foi se sedimentando no tempo e, como uma panela de pressão, em algum momento entra em ebulição. Alexandre Tanzi publicou na Bloomberg os dados mais recentes da riqueza dos americanos.   A Escalada da Riqueza: O Abismo Americano em Números A concentração de riqueza nos Estados Unidos atingiu níveis que desafiam a lógica e expõem as entranhas de um sistema econômico que parece desenhado para coro...

Desconfiança é o risco #S&P 500

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  Ultimamente, vem sendo comentada uma ideia lançada por Stephen Miran É um plano ambicioso para enfraquecer o dólar, por meio de tarifas, acordos e manobras multilaterais, visando impulsionar as exportações americanas, reduzir o déficit e aliviar a pressão sobre a dívida pública.   Reestruturando a Dívida Americana: Um Jogo de Estratégia e Equilíbrio   Os Estados Unidos estão em uma encruzilhada econômica, carregando uma dívida pública que ultrapassa 120% do PIB e um sistema financeiro global que, embora os eleve ao topo, cobra um preço alto. Em *A User's Guide to Restructuring the Global Trading System*, Stephen Miran, estrategista da Hudson Bay Capital, oferece uma análise lúcida e um conjunto de ideias que desafiam as regras do jogo. A dívida americana não é apenas um fardo; pode ser uma alavanca. Com um dólar supervalorizado e o papel de provedor de segurança e liquidez mundial, os EUA têm a chance de reescrever as regras, redistribuir custos e fortalecer sua p...

High Yield vale a pena? #USDBRL

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  Os investidores brasileiros estão começando a diversificar seus investimentos, procurando alternativas no exterior – já não era sem tempo. Esse movimento, relatado pelos private bankers locais, ainda é tímido   mas é um processo que não tem volta, na minha opinião. Acredito que a performance da bolsa internacional tenha sido o principal motivo.   Mas esses bankers contam que, quando o recurso chega ao exterior, o cliente brasileiro tende a comprar bonds de empresas brasileiras. Afinal, um papel do Banco Itaú, que risco tem? Até entendo que o desconhecimento dos nomes de empresas internacionais leve a optar por nomes conhecidos. A percepção de segurança não tem nada a ver com o risco real. Afinal, algum desses clientes analisou o balanço do Itaú? Não quero dizer que exista risco nesse nome, mas, por princípio, se a ideia era diversificar, não faz o menor sentido comprar qualquer papel brasileiro. Afinal, se for assim, garanto que o retorno é maior localmente. ...

Enfiando goela abaixo #nasdaq100 #NVDA

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  Na quarta-feira, o Mosca publicou como a China mudou o panorama da balança comercial brasileira com o aumento de importações desse país. Mas o gigante asiático não podia se contentar com um pequeno mercado para absorver toda sua produção que não vai mais para os EUA, e, como a corda sempre roeu do lado mais fraco, todos os emergentes estão sofrendo as consequências. Katia Dmitrieva e outros relataram na *Bloomberg* como os países emergentes estão sendo afetados e, principalmente, o impacto no emprego.   Um novo choque da China está varrendo o planeta, e desta vez o epicentro não é só o coração industrial americano, mas as economias emergentes que lutam para respirar sob o peso das exportações chinesas. Impulsionado pelas tarifas de Trump, o dragão asiático despeja seus produtos em mercados vulneráveis, e os empregos locais estão caindo como peças de dominó. Indonésia, México, Tailândia, Malásia, Índia, Vietnã e, sim, o Brasil estão na mira desse rolo compressor econômico, ...