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Teste duplo

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  O Bitcoin entrou recentemente numa segunda onda de frenesi, acumulando uma alta de mais de 100% desde o início do ano, com a volta à cena a teoria de ativo refúgio. Em 2017, o Mosca fez um trabalho extenso justificando porque o Bitcoin não poderia ser um substituto de moeda bitcoin-piramide-digital . Minha conclusão à época era de que se tratava de uma bolha. No ano seguinte, depois de beirar U$ 20.000, caiu vertiginosamente atingindo a mínima de U$ 3.200. Mais recentemente, seu preço se encontra ao redor de U$ 18.000. O Mosca mudou de opinião? Um artigo publicado pela Bloomberg, elaborado por Lionel Laurent, comenta sobre a recente alta. A alta está realmente sendo impulsionada por pessoas que buscam proteção de um mundo mais incerto? Uma vacina Covid-19 está se aproximando; Donald Trump, cujo conselheiro Steve Bannon aplaudiu o Bitcoin como parte de uma "revolta populista global", está de saída. Os mercados globais de ações estão perto das máximas de todos os tempos

Taxa de 0% = U$ 0

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  Eu venho insistindo junto aos leitores que será necessário aumentar a parcela de risco no seu portfólio. A princípio, espera-se que os juros nos mercados internacionais fiquem praticamente na marca de 0%, isso sem considerar o euro ou o yen que “pagam” juros negativos. Ontem foi a vez da China aproveitar essa boquinha, ao emitir títulos com vários vencimentos entre 5 e 15 anos, praticamente sem pagar nada, uns trocados. Por exemplo, o título mais curto está rendendo 0,09% a.a. O colunista Barry Ritholtz fornece sua sugestão para esse cenário a ser vivido nos próximos anos. Os ativos de renda fixa estão em um mercado de  alta  secular desde junho de 1981, quando Paul Volcker, então presidente do Federal Reserve, elevou a taxa de fundos federais para  20%.  Esse movimento causou uma recessão, mas abateu a inflação e criou um mercado de alta em ações que durou de 1982 a 2000. Durante as quatro décadas desde então, os rendimentos dos títulos caíram constantemente, caindo para quase

Tenho que entender isso?

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  Em 1979, quando eu era tesoureiro do BFB, a taxa de câmbio era administrada pelo Banco Central. Numa política nem tão aleatória, por volta das 18h00, ele anunciava um ajuste da taxa cambial válida para o dia seguinte — não era tão aleatória porque mudanças aconteciam com frequência maior nas terças-feiras. Não preciso dizer que fazíamos a festa, até que a autoridade percebeu e mudou. Essas alterações eram da ordem de 0,5%, muito superiores à taxa SELIC do dia. Mas essas minidesvalorizações pareciam não ser suficientes para equilibrar a balança de pagamentos, aumentando a pressão por uma maxidesvalorização. O BFB, por ser um banco internacional, oferecia empréstimos em moeda estrangeira a seus clientes. Como já se passaram 30 anos, posso contar o nome da empresa que está nesta passagem. A ainda existente fabricante de jeans Staroup, preocupada com sua dívida em dólares, pediu uma reunião comigo. Para fazer um hedge naquela época, não existiam contratos de derivativos, nem um mer

Contando os dias

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  Uma segunda, ou talvez terceira onda, pode assolar a maior parte dos países. Estudos recentes sobre o Covid-19 apontam que regiões mais frias tem maior propensão de propagação, embora a cada dia novas pesquisas contradigam conclusões anteriores, dando pouca credibilidade a essas conclusões. O desenvolvimento de novas vacinas está a todo vapor, seguindo o longo caminho até sua aprovação. No caso desse vírus, não temos o que reclamar. Dada a elevada nocividade aliada ao alto grau de contaminação, foram colocadas quantias enormes para isso. O quadro a seguir, com nove laboratórios envolvidos nesse objetivo, mostra três em estágios bem avançados, com início da vacinação programado para o 1º trimestre de 2021. Se tivéssemos como nos comunicar com o vírus, poderíamos dizer-lhe que seus dias estão contados e que melhor seria que buscasse outro planeta para se desenvolver — até ofereceríamos transporte gratuito, alimento, o que ele quisesse! Mas .... o vírus ainda está fazendo a festa,

Minha mãe mandou ...

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  Quem já não se viu na situação de dúvida e jogou para a sorte sua decisão. Quando éramos crianças aprendemos ... a minha mãe mandou ... a retorica é forte, pois se a mãe mandou deve ser bom. O mercado de câmbio se encontra num dilema parecido hoje em dia. Com mais medidas adotadas pelo governo americano, seria de se esperar que o dólar perdesse valor. Acontece que, no mercado cambial, você vende uma moeda e compra outra, e parece que não tem nada muito interessante nesse sentido. O renomado economista Kenneth Rogoff, um dos prediletos do Mosca , abordou esse assunto no site Project Syndicate. Com ativos alternativos como ouro e Bitcoin prosperando na pandemia, alguns dos principais economistas estão prevendo uma queda acentuada do dólar americano. Isso ainda pode acontecer. Mas até agora, apesar da gestão inconsistente da pandemia pelos EUA, do uso de déficit para alívio da catástrofe econômica e da flexibilização monetária que, segundo o presidente do Federal Reserve Jerome Po

Máscaras forever

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  Eu tinha jurado que não iria mais escrever sobre a pandemia, apenas assuntos específicos ligados à doença ou (falta de) descobertas e seus efeitos nos mercados. Assim como vocês, eu não vejo a hora de poder ser vacinado — as restrições que nos foram impostas tiraram boa parte do nosso entretenimento. Mas a Bloomberg, através de seu cronista Sam Fazeli, trouxe um assunto que eu não havia me atentado até o momento, que é a perspectiva preocupante de um vírus que sofre mutação em animais e depois volta aos humanos. A luta contra o Covid-19 ganhou um grande impulso esta semana, com a vacina Pfizer Inc.-BioNTech mostrando eficácia muito melhor do que o esperado na prevenção de doenças e o anticorpo terapêutico de Eli Lilly & Co. recebendo uma Autorização de Uso em Emergência da Food and Drug Administration dos EUA. Outras vacinas e tratamentos provavelmente seguirão com dados igualmente positivos. Até aqui, tudo bem. Mas exatamente quão alegres devemos ficar? Responder a essa pe