Contando os dias


 Uma segunda, ou talvez terceira onda, pode assolar a maior parte dos países. Estudos recentes sobre o Covid-19 apontam que regiões mais frias tem maior propensão de propagação, embora a cada dia novas pesquisas contradigam conclusões anteriores, dando pouca credibilidade a essas conclusões.

O desenvolvimento de novas vacinas está a todo vapor, seguindo o longo caminho até sua aprovação. No caso desse vírus, não temos o que reclamar. Dada a elevada nocividade aliada ao alto grau de contaminação, foram colocadas quantias enormes para isso.

O quadro a seguir, com nove laboratórios envolvidos nesse objetivo, mostra três em estágios bem avançados, com início da vacinação programado para o 1º trimestre de 2021.

Se tivéssemos como nos comunicar com o vírus, poderíamos dizer-lhe que seus dias estão contados e que melhor seria que buscasse outro planeta para se desenvolver — até ofereceríamos transporte gratuito, alimento, o que ele quisesse! Mas .... o vírus ainda está fazendo a festa, e infectando centenas de milhares de pessoas diariamente.

A atividade nos principais países já começa a ser afetada, com cada país tomando medidas para proteger sua população. Os sistemas de saúde, principalmente, começam a pesar na economia em geral, que vinha se recuperando bem.


Será que as bolsas entrarão num novo mergulho? Um trabalho feito pela Gavekal aponta para impactos em setores localizados — e não de forma abrangente.

Claramente, essas restrições direcionadas afetarão mais fortemente as indústrias da hospitalidade e do entretenimento, desacelerando o consumo de serviços, com o impacto potencialmente maior do que a segunda onda do verão, pela gravidade da fase atual do surto. Mas é improvável que os governos imponham restrições severas que retardem a produção de bens ou prejudiquem severamente o fornecimento de serviços de pouco contato pessoal. E já que empresas e consumidores passaram a fazer transações online, o consumo de bens também pode não sofrer muito.


Esses fatores são refletidos nos mais recentes dados de alta frequência. Indicadores de setores diretamente afetados, como as medidas do OpenTable para lanchonetes e o índice de conforto do consumidor da Bloomberg, deterioraram-se marginalmente, mas não mais do que durante a onda de verão. Enquanto isso, séries que cobrem a economia mais ampla, como o índice econômico semanal do Federal Reserve de Nova York e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego permaneceram inalterados, apesar do aumento atual de infecções e hospitalizações (veja gráfico acima à direita).

Isso sugere que, embora a fase mais recente do surto seja consideravelmente mais grave do que o aumento das infecções durante o verão, as evidências atuais são de que o impacto econômico pode não ser muito pior.

Como resultado, embora estejamos moderando nossas expectativas para o quarto trimestre do PIB, nosso cenário básico continua sendo uma desaceleração ou paralisação temporária da recuperação econômica nos EUA. Isto posto, o risco de uma leve desaceleração, na comparação trimestral, está claramente aumentando à medida que a pandemia piora.

Dado o forte aumento no otimismo em relação aos lucros desde o verão, isso significa que aumentou o risco de um ciclo de revisão de lucros para baixo, o que é negativo para ações dos EUA. Levando em conta fatores mais positivos, incluindo a possibilidade de injeções aceleradas de liquidez pelo Federal Reserve, a baixa probabilidade de aumento de impostos corporativos caso o Senado permaneça sob domínio republicano e, claro, a esperança de uma vacina eficaz da Covid-19, mantemos nossa postura neutra em relação às ações dos EUA, recomendando que os investidores protejam sua exposição patrimonial com caixa ou ouro.

O banco Goldman Sachs, que tem uma visão mais otimista que a média dos economistas, está mantendo sua previsão de crescimento para o PIB no último trimestre do ano em 4,5%. Essa instituição também acredita em efeitos limitados da recente onda.


A verdade é que ninguém sabe muito bem qual será o impacto pois vai depender da reação da população. Como é função do comportamento, imagens de pessoas morrendo nas ruas, como ocorreu no início do ano, devem assustar, mas seu impacto deverá ser menor se a situação for bem administrada. Por outro lado, os setores diretamente ligados aos efeitos da pandemia terão um novo baque.

Resumindo: Estamos todos torcendo pela vacina (espero que funcione bem!)

Uma verificação sobre os mercados de risco que o Mosca acompanha: não parece ter ocorrido muita coisa desde a semana passada. De todos os mercados, o de juros de 10 anos está sem o menor incentivo, permanecendo sem uma definição clara de movimento. Até pensei em abandonar, mas acredito que dará frutos em algum momento.

No post number-1, fiz os seguintes comentários: ...” tudo indica que o 0,80% será testado antes que uma nova queda ocorra. No gráfico a seguir aponto dois intervalos onde os juros poderiam atingir. O primeiro ao redor de 0,90%/0,94% e o outro 1,21%/1,28%” ...

Desde essa última atualização, o juro chegou próximo do nível psicológico de 1% a.a., se é que esse patamar possa ser a indicação de um juro alto, mas é nessa situação que nos encontramos hoje. Considero o primeiro intervalo acima atingindo; se as taxas irão cair daqui em diante, ou ainda haverá uma nova tentativa de alta no segundo intervalo, ou se ainda está dentro de um triângulo, só o tempo dirá.

Continuo com a mesma ideia: enquanto o juro não ultrapassar o nível de 1,3%, o mais provável é que ocorra uma queda a 0,30%, mas ainda nenhuma indicação do gráfico aponta nesse sentido. Continuamos sem posição.

O SP500 fechou a 3.609, com queda de 0,48%; o USDBRL a R$ 5,3311, com queda de 1,55%; o EURUSD a 1,1863, sem variação; e o ouro a U$ 1.881, com queda de 0,39%.

Fique ligado!

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