Esperanto 2.0 #criptomoedas #nasdaq100



Talvez nem todos conheçam o esperanto, língua que pretendia (pretende!) ser universal, criada para ser usada no mundo inteiro, facilitando a comunicação. Legal, mas ninguém usa! Foi lançada em 1887 por um médico polonês, Ludwik Lejzer Zamenhof. Por que não pegou? Pela concorrência das línguas naturais de potencias econômicas, que não tinham nada a ganhar com sua difusão.

Este é o último post do ano onde faço comentários econômicos, restando a próxima semana para as “tão desejadas” (Ahammm...) previsões sobre os principais ativos que sigo, um must nesta época do ano. Queria terminar com um artigo de David Fickling na Bloomberg que considerei muito criativo: ele compara as criptomoedas ao esperanto!

A ascensão e queda das criptomoedas na última década foi acompanhada por um grau extraordinário de desperdício.

Trilhões em valor de mercado foram criados, negociados e depois evaporados. Um volume de 170 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono é bombeado para a atmosfera todos os anos por mineradores de criptomoedas, equivalente à pegada de carbono da Holanda. Centenas de milhares de plataformas de mineração de computadores estão sentadas em caixas fechadas, de acordo com a Coindesk, esperando que os preços subam o suficiente para torná-las lucrativas. Em mercados de baixa anteriores, levas de plataformas de mineração inutilizadas foram declaradamente vendidas para sucata.

Ao lado de tudo isso, porém, há um extraordinário desperdício de criatividade humana. Como Matt Levine narrou em um história recente da Bloomberg BusinessWeek, as instituições criadas pelos entusiastas das criptomoedas eram pouco menos do que um sistema financeiro espelhado, completo com protocolos para emprestar dinheiro, criar derivativos, escrever contratos e liquidar negociações. O fato de que essa arquitetura foi estruturalmente comprometida, e entrou em colapso sob seu próprio peso, não tira a massa de engenhosidade que foi preciso para criá-la.

Em uma festa de fim de mandato na escola dos meus filhos no início deste mês, eu me vi conversando com um amigo sobre o colapso da FTX, a corretora de criptomoedas administrada por Sam Bankman-Fried. Para minha surpresa, meu amigo – um médico atencioso e gentil e pai de três filhos – tinha um interesse mais do que acadêmico no assunto. No ano passado, ele colocou A $ 2.000 (US $ 1.367) em criptomoedas e tratou isso como um hobby, evitando mais investimentos e fazendo e vendendo arte NFT como uma linha lateral. 

Ele mal está sozinho. Mais da metade da população adulta da Nigéria e da Turquia compra ou vende criptomoedas todos os meses, de acordo com uma pesquisa de julho da Morning Consult, uma empresa de dados de negócios. Ao todo, na região de 900 milhões de pessoas – cerca de um em cada sete adultos no planeta – fazem transações regulares no blockchain, com base nos números da pesquisa.



É impossível saber a motivação de toda essa atividade. Apesar de toda a atenção atraída pelos operadores de criptomoedas alimentados por testosterona e anfetamina e bilionários quebrados tentando escapar do longo braço da justiça, a grande maioria dos jogadores em criptomoedas provavelmente estará fazendo isso por razões mais mundanas.

Toda essa atividade nigeriana e turca é provavelmente impulsionada por um desejo muito compreensível dos poupadores papai-mamãe de escapar dos controles cambiais desses países e da inflação de dois dígitos. Outros fazendo isso como uma saída criativa e intelectual, como meu amigo. Outros comprarão criptomoedas da mesma forma que podem ter uma vibração ocasional em um bilhete de loteria ou em uma corrida de cavalos.

Que fique claro, eu nunca acreditei em nenhuma das alegações dos impulsionadores de criptomoedas - que é uma alternativa viável à moeda fiduciária ou uma reserva estável de riqueza, ou mesmo que tenha algum lugar em um portfólio de investimentos. O fato de tantas pessoas comuns terem investido em cripto deve preocupar os governos e torná-los muito mais prontos não apenas para regular a indústria nascente, mas reprimi-la para garantir que as economias das pessoas não sejam desperdiçadas em uma corrente da felicidade. O fato de que está bombeando grandes volumes de carbono para a atmosfera deve encorajá-los a forçar a atividade no protocolo de prova de participação menos prejudicial usado pelo Ethereum, em vez da prova de trabalho intensiva em emissões do Bitcoin.

No entanto, você não precisa acreditar nas alegações milenares dos evangelistas on-line do blockchain para pensar que ele merece seu lugar no mundo. Muitas atividades humanas não servem a nenhuma necessidade fundamental muito óbvia, e podem até ser levemente prejudiciais, da arte ao jogo e da moda ao consumo de álcool. O prazer que as pessoas obtêm de tal atividade desinteressada deve ser reconhecida como um fim que vale a pena em si mesmo. 

Uma comparação melhor poderia ser outro grupo de excêntricos idealistas que celebra seu feriado anual nesta quinta-feira. Os falantes da língua inventada esperanto, desenvolvida pelo oftalmologista polonês LL Zamenhof em 1887, têm perseguido seu próprio hobby em escala global por mais de um século. A língua tem sido um passatempo de visionários brilhantes e quixotescos que causaram um impacto genuíno no mundo não-esperantista – dos escritores Leo Tolstói e JRR Tolkien a figuras como Ho Chi Minh, Papa João Paulo II e George Soros.

Os esperantistas têm sua própria bandeira e transmissões de rádio, e em várias ocasiões tentaram chegar a uma moeda baseada em uma teoria econômica meio desajustada(uma variante inicial tinha como lastro o preço do pão na Holanda). Até hoje, eles escrevem em língua esperanto poesia e Romances, realizam conferências anuais, e ficam na casa um do outro quando viajam. Eles até produziram um filme B de terror dos anos 1960 estrelado por William Shatner, inteiramente filmado em esperanto mal pronunciado. Em suma, eles criaram uma comunidade mundial de entusiastas excêntricos notavelmente fértil e sustentável.

Isso sugere um futuro mais esperançoso para a cripto do que a atual conflagração indicaria. Deve-se obrigar limites de depósito semelhantes aos defendidos para o jogo online e deslocar a atividade para longe da prova de trabalho, e será possível equilibrar o interesse genuíno de milhões com a necessidade de evitar danos às pessoas e ao planeta.

Em meio às ruínas do colapso cripto de 2022, devemos nos sentir bastante confortáveis com essa perspectiva. Quase todas as diversões inofensivas em que os humanos se envolvem já foram novas e desaprovadas por aqueles que não gostaram. Algum dia em breve, criptomoedas e NFTs se juntarão às fileiras de tais atividades. Passada a adolescência furiosa, eles não procurarão mais mudar o mundo. É provável que eles encontrem algo melhor: a percepção de que, muitas vezes, a felicidade e o prazer não direcionado podem ser sua própria recompensa.

Achei genial essa comparação, e de certa forma tem na sua raiz uma certa semelhança – a criação de algo melhor do que já existe. Porém, um ponto nevrálgico as diferenciam — ninguém compra criptomoedas por “esporte”; compra para ganhar dinheiro e, passados mais de 10 anos de sua implementação, neste momento a grande maioria deve estar no vermelho.

Pode ser que daqui a 50 anos, ao consultar o Wikipideia ,se encontrará uma história das criptomoedas e de tudo que se imaginava na sua criação. A grande diferença em relação ao esperanto é que nesse caso existe algo concreto estruturado — uma língua. No caso das criptomoedas, vai sobrar um código complicado no seu arquivo de senhas, muito bem guardado para não se perder.

No post chatgpt fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “Nesse novo cenário, a nasdaq100 estaria num movimento de retração onde conforme apontado abaixo, existe uma região de interesse na compra 12.240/11.050/10770, que será mais bem definido nos próximos dias” ...



Me considero experiente na teoria de Elliot Wave, bem como no manuseio do software que eu uso, mas este ano tem sido desafiador em conseguir uma boa leitura do mercado. Essas situações ocorrem em momentos de grande indecisão, como é o que vivemos atualmente. Mas temos que navegar nesses mares; a diferença é se entramos em ação ou ficamos como espectadores. Tenho me policiado para apostar muito pouco quando entro, e em situações extremas para um melhor conforto.

Vou continuar com a mesma leitura da semana passada, apenas acrescentando o movimento desta que foi mais brusco.



A onda a) em amarelo estaria próxima de ser completada, em seguida por um movimento da onda b) e depois a onda c). O objetivo final com os dados atuais seria 11.230/11.100 ou pouco mais abaixo ao redor de 10.800. Vale a observação anterior que abaixo desse último e principalmente 10.426 vai preanunciar novas quedas.



O SP500 fechou a 3.858, com queda de 0,96%; o USDBRL a R$ 5,3048, com queda de 0,16%; o EURUSD a € 1,0598, com queda de 0,26; e o ouro a U$ 1.791, com alta de 0,85%.

Fique ligado!

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