Mercosul: um bloco de areia #Ibovespa #SP500

 


A criação de um bloco de países visa algum motivo que pode ser econômico, político ou ambos. Nesses grupos existe um líder que de certa forma direciona os objetivos e regras e que devem ser aceitos por todos para criar unanimidade, ou seja, não pode ser bom apenas para uma pequeno grupo – ou como se costumava dizer que um negócio tem que ser bom para os dois, que no caso do Banco Safra, para o Sr. José e Sr. Moises Safra! Nem sempre todos terão os mesmos benefícios, mas se o desequilibro for na base o grupo não vinga.

O presidente Lula tem viajado muito neste início de governo, o que sempre fez nos outros mandatos, porém, o que fica enfatizado agora é que ele se imbuiu de uma missão global messiânica, dando palpites em todos os assuntos mesmos aqueles que não lhe dizem respeito. Um descompasso entre suas capacidades e conhecimentos transparece em seus desejos cuja maioria tem chance diminuta de sucesso.

Há menos de um mês, Lula assumiu a presidência do Mercosul um grupo que nunca realizou nada de importante como comenta Eduardo Porter na Bloomberg que afirma estar tateando por sua identidade e propósito.

O Mercosul pode encontrar um propósito?

O Brasil, que acaba de assumir a presidência rotativa do bloco comercial sul-americano, parece otimista. Em sua reunião de cúpula no início deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu nas negociações do grupo com Canadá, Coreia do Sul e Cingapura, que ocorrem há anos. Ele propôs explorar acordos com a China, Indonésia, América Central e além. Ele esperava que a Bolívia - atualmente um "Estado associado" - pudesse em breve se tornar membro pleno.

Mas, apesar de todo o entusiasmo em sua entrega, Lula não conseguiu responder a uma questão fundamental, que permanece sem solução três décadas depois que Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai costuraram o chamado Mercado Comum Sul-Americano nos anos 1990: para que serve?

Ao longo dos anos, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname tornaram-se associados do bloco. O grupo espera - ainda - finalizar um acordo comercial com a União Europeia proposto pela primeira vez há um quarto de século. Há alguns meses, Lula e seu homólogo argentino, Alberto Fernández, propuseram a criação de uma moeda comum para a quadrilha (destaque meu: quadrilha de bandidos?).

Mas, apesar do burburinho da atividade, o Mercosul não conseguiu se pronunciar. Como um esforço de integração regional destinado a impulsionar seus membros em direção ao desenvolvimento econômico, sempre foi um desafio. Antes de adicionar novos sinos e assobios, seus líderes podem querer pensar mais em seu propósito.

Uniões aduaneiras como o Mercosul e a União Europeia visam, antes de tudo, expandir o comércio entre seus membros — que se assentam atrás de uma tarifa externa comum para negociar livremente entre si, incentivando economias de escala e especialização.

Não aconteceu. O comércio intrarregional no bloco sul-americano atingiu um pico pouco acima de US$ 54 bilhões em 2011, antes de cair para US$ 29 bilhões em 2020. Naquele ano, apenas 18% das exportações da Argentina e 5,9% do Brasil foram para parceiros do grupo. (Em contraste, 33% das exportações dos EUA foram para parceiros no USMCA, assim como 74% do Canadá e 82% do México.)


Definha Mercosul



Se a adesão ao bloco comercial visava ampliar a competitividade de seus membros nos mercados mundiais, isso também não se mostra. As exportações em 2022 representaram apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e 17% da Argentina, bem abaixo da participação de 31% das exportações no PIB global.

De fato, o Mercosul indiscutivelmente dificultou o engajamento de seus membros com o resto do mundo, mesmo quando a globalização estava reconfigurando a atividade econômica, construindo cadeias de valor em todo o mundo que dependiam de intenso comércio de bens intermediários.

Os lobbies empresariais não competitivos do Brasil e da Argentina exigiram proteção do mundo e conseguiram. Mas as altas tarifas do Mercosul - a tarifa média ponderada aplicada do Brasil é de 8,4% e a da Argentina de 6,9%, contra 2,5% da China, 0,4% do Chile e 5,5% da Coreia do Sul - dificultaram ainda mais a participação na globalização, deixando-os de fora da principal dinâmica que molda a economia global.


Muralha Comercial




Como observado em um artigo de pesquisa de 2017  de  Eduardo Viola e Jean Santos Lima, então na Universidade de Brasília, "a situação atual do Mercosul representa algumas ameaças à integração de longo prazo, e seus membros estão se afastando ainda mais da competitividade manufatureira das economias avançadas".

Talvez o Mercosul tivesse razão. Alguns economistas argumentam que, sem ela, nem o Brasil nem a Argentina teriam desenvolvido uma indústria automobilística: a união dos dois mercados era necessária para atrair montadoras estrangeiras. Mentes maquiavélicas, por outro lado, sugerem que o bloco foi principalmente um acordo protecionista: uma tentativa de impedir a Iniciativa Empresa para as Américas do presidente George H. W. Bush para liberalizar o comércio em todo o Hemisfério Ocidental.

São picaretagens magras, para não dizer autodestrutivas. "O que eles podem comercializar, a não ser em uma pequena cadeia de suprimentos de carros regionais?", perguntou Monica de Bolle, do Peterson Institute for International Economics. "Nada."

Brasil e Argentina, as principais economias do bloco, que dão todas as cartas, agora são principalmente exportadores de commodities. As matérias-primas - que a China começou a comprar delas no início dos anos 2000 - respondem por mais da metade das exportações de mercadorias do Brasil e cerca de um terço das da Argentina.

O valor adicionado manufatureiro representa apenas 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, cerca de metade da participação quando o Mercosul foi lançado, em 1991. Na Argentina, também caiu de 24% para 15% do PIB no período. E também não é como se a região fosse um grande exportador de serviços avançados.

Hoje, sua dependência das exportações agrícolas os coloca em uma caixa: o acordo que Mercosul e União Europeia pareciam ter alcançado em 2019 pode não acontecer afinal – atolado por novas divergências sobre compras governamentais e, criticamente, o agronegócio. Aparentemente, a Europa tem preocupações com o desmatamento na Amazônia, em grande parte devido à pecuária. Mas esses protestos são principalmente cobertura para o protecionismo agrícola francês.

O pequeno Uruguai, a mais aberta das economias do Mercosul, parece ansioso para sair – na esperança de fechar seus próprios acordos de livre-comércio, independentemente dos outros três países.

Talvez haja alguma esperança no futuro. A reconfiguração da produção global motivada pelas mudanças climáticas, o aumento das tensões entre EUA e China e uma reavaliação do risco inerente a cadeias de valor distantes podem oferecer uma oportunidade para as economias do bloco sul-americano se conectarem ao que vier a seguir.

Administrados com cuidado, seus recursos naturais podem até ajudar. Vastas reservas de lítio e outros minerais essenciais para tecnologias de energia limpa, juntamente com uma generosa dotação de energia do vento e do sol, podem colocá-los em uma posição privilegiada enquanto o mundo luta para se afastar dos combustíveis fósseis.

O Mercosul pode até dar algum peso às quatro nações ao negociar com a China ou os Estados Unidos. "Dado o cenário geopolítico que estamos enfrentando e toda essa transição, é melhor fazer parte de algo em que pelo menos você não esteja completamente sozinho e seus interesses estejam mais ou menos alinhados", argumentou de Bolle.

Mas, para que alguma coisa boa aconteça, o Mercosul precisa começar a se comportar como um verdadeiro projeto de integração. No momento, as disputas entre Brasil e Argentina sobre quem recebe o novo investimento em baterias de íons de lítio da China devem explodir a coisa toda.

Isso significa não apenas reduzir as barreiras tarifárias, mas também alinhar regulamentos, normas e práticas de compras governamentais para tornar a região um mercado verdadeiramente integrado. Os governos devem aprender a encarar seus lobbies empresariais. Têm de aceitar que, para que a integração funcione, os países têm de assumir alguns encargos em troca das oportunidades.

Como apontaram Viola e Santos Lima, "a forte relutância do Brasil e da Argentina em abdicar parcialmente da soberania nacional ao projeto de integração" há muito dificulta o esforço. Se Brasil e Argentina não puderem entregar nada ao Mercosul, podem seguir em frente.

A matéria espelha exatamente o que ocorre nessa região do mundo, a America Latina onde a grande maioria dos países é comandado por governos de esquerda com ideias retrogradas e protecionistas, um querendo sendo mais espeto que o outro sem uma visão de grupo. Talvez uma única exceção seja o pequeno Uruguai com um presidente liberal e uma estabilidade invejável. Ocorreu o que se poderia esperar seus grandes parceiros viraram exportadores de comodities, e a indústria foi definhando no tempo.

Mas lula imagina “deixa comigo”. Com uma falsa imagem pessoal que acredita que sua esperteza em ludibriar os outros vai enganar por muito tempo, não terá sucesso pois falta base no grupo. Sobre a ideia de moeda única é uma piada não vai ser nem colocada no papel, ficará nos seus desejos. Observando os objetivos pessoais do Lula agregado a seu esforço em viajar daqui para lá sem parar, imagino que ao final de seu governo entrara em profunda depressão ou será que ele vai se enganar a si próprio acreditando que realizou muitos feitos? Um psicopata nunca erra ao seu ver!

No post ameaça-da-dívida-ibovespa fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “ A onda (iv) acabou se arrastando mais a frente onde atingiu a mínima ontem em 115,7 mil com uma recuperação durante o dia. Hoje, com a alta das bolsas no exterior – retornarmos ao trade do SP500 conforme relatado mais abaixo, a bolsa brasileira acabou pegando uma carona. Do ponto de vista técnico ainda falta ultrapassar o nível de 120, 8 mil, e o fechamento decepcionou” ...



Na verdade, a onda (iv) destacada acima ainda não terminou conforme destaquei na elipse. Ainda continuo com o call de alta pois a configuração é típica de uma correção e enquanto os parâmetros que me faria mudar não ocorrerem mantenho essa posição. O leitor poderia se perguntar por que não me engajo num trade de compra, uma questão bastante válida. Tenho dois motivos principais: primeiro que numa janela menor não se vê a formação de 5 ondas para cima, e segundo que teria que colocar o stop loss num nível muito distante - 111,6 mil.




Do ponto de vista fundamentalista a bolsa brasileira está muito barata numa visão absoluta e relativa a seus pares conforme se pode verificar no gráfico abaixo. Notem a grande distinção entre as asiáticas “primeira linha” – exceção da China e o México e asiáticas “segunda linha”. O motivo desta distinção entre elas (asiáticas) são as que tem mais envolvimento com tecnologia. Porém, a brasileira é a mais barata.




- David, você sempre diz que quando o fundamento está em acordo com o técnico a decisão é mais segura. Porque não larga sua visão negativa no governo e compra o Ibovespa!

 Eu sei que é confortante incursões em mercados que nos parece mais próximos afinal vivemos no Brasil e a sensação é que disso nos manjamos. Essa atitude é normal das pessoas, porém é uma forma de passarmos por cima da razão. Sendo assim, parece mais “seguro” comprar o Ibovespa que o SP500 ou ainda mais a nasdaq100. Sou humano e tenho esses repentes.

Mas no caso em questão, o fator de estar barato não significa que pode ficar mais barato, quando vejo este tipo de situação me orienta para ser muito cauteloso numa eventual posição vendida. Comparativamente as bolsas, a brasileira pode estar terminando uma correção enquanto as internacionais estão num movimento de alta, sendo assim, o risco retorno é mais vantajoso na última. Meu amigo, procure controlar seu viés na hora dos investimentos, na maioria dos casos vai te atrapalhar.

Estou liquidando a posição no SP500. Eu acredito que o mercado vai cair? Não, mas acho provável que uma correção esteja se aproximando – já achava antes! O meu raciocínio é o seguinte: o objetivo é ao redor de 4.590, o mercado se encontra agora a tarde em 4.574, e caso não saísse da posição iria apertar o stop loss para 4.557. Nesse ponto teria 0,35% para cima ou para baixo de ganho/perda – diferença entre esses pontos. Amanhã eu vou viajar depois do almoço e não vou acompanhar o mercado depois disso até segunda-feira quando retorno. Talvez seja precipitado, mas se assim for entramos de novo, não temos compromisso com o preço!

O SP500 fechou a 4.565, com alta de 0,24%; o USDBRL a R$ 4,7828, com queda de 0,58%; o EURUSD a 1,1201, com queda de 0,22%; e o ouro a U$ 1.978, sem variação.

Fique ligado!

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