Agora o BCB tem Xerife
Desde que Ilan Goldfajn assumiu a presidência do banco
central do brasil, venho enfatizando sua competência, tecnicamente
muitíssimo bem preparado, além de conhecer as entranhas do cargo, uma vez que, foi
diretor de política monetária na gestão de Armínio Fraga.
Os resultados já podem ser sentidos, dos quais eu destaco:
uma nova maneira de se comunicar com o mercado através das novas minutas, nível internacional; fixação das metas de inflação sem desculpas, acabou
aquela retórica de empurrar a meta de inflação para frente; não tem mais ninguém dando palpites sobre a política de
juros, agora é o mercado que aponta suas expectativas através dos mercados
futuros. Se vocês notarem ele não abriu mão nenhum minuto do objetivo de atingir o nível de 4,5 % de inflação no final 2017
Tudo isso faz uma enorme diferença pois já está comprovado
que as expectativas sobre inflação futura são muito importantes e levadas em
consideração na definição da política monetária, assim, ter somente um interlocutor
e com credibilidade fornece mais segurança ao mercado que reverte em inflação
menor.
Ontem foi publicado o IPCA-15 que já pode dar uma ideia do
próximo nível do mês de setembro. Esse é um dado que normalmente não tem muita
repercussão, mas como seu resultado foi positivo, teve ampla divulgação
pela imprensa. Com essa informação a Rosenberg projeta que este indicador
ficará em 0,10% no mês, o que levaria a taxa anual para 8,5% a.a.
O grande responsável pela melhora foi a queda no preço dos
alimentos, embora tenha sido essa categoria que fez com que o índice
surpreendesse para cima nos meses anteriores.
Na tabela acima, dois itens justificam uma esperança maior
que a inflação está recrudescendo, o índice de difusão encontra-se nos menores
níveis históricos, o que indica uma disseminação dos aumentos e uma queda dos
preços livres, embora ainda muito pequena.
A Rosenberg trabalha com um fechamento para 2016 do IPCA em
7,5%, e como o gráfico acima indica, podemos estar no caminho de atingir a meta
de inflação num futuro próximo, como quer Ilan, talvez no final de 2017.
Não seria tudo isso mais do que necessário para que os juros
já estivessem caindo? Eu sempre repito que taxa de juros não depende da vontade
das pessoas, a definição de seu nível ideal é muito mais complexa que
simplesmente: “baixe os juros aí! ”. É uma conjugação da análise de vários
modelos em conjunto com informações de expectativas. Mas felizmente o modelo
passado não é o que determina mais essa importante ferramenta de política
econômica, agora vale a técnica.
Além dos dados de inflação, o atual presidente do banco
central aguarda a aprovação de medidas fiscais pelo Congresso, e isso ainda não
aconteceu, embora esteja programado para o começo de outubro. Conhecendo Ilan,
duvido muito que haja algum movimento de queda dos juros se as PEC não forem
aprovadas. Como no futebol, só vai anunciar vitória depois do jogo terminado,
não tem torcida, ou está praticamente aprovada, tem que aparecer no painel!
Por tudo isso, só consigo imaginar que o primeiro corte deva
acontecer na reunião de novembro, lógico, se tudo der certo. Mas de quanto
poderia ser reduzido os juros? Os cortes deverão ser de 50 em 50 pontos
básicos, e talvez no final de 2017 já poderiam estar em 10,75%, uma queda de
350 pontos do nível atual. Mesmo assim, se a inflação estiver em 4,5% a.a.,
ainda teríamos uma taxa de juro real cavalar de 6% a.a.
Mas tudo isso é o preço que estamos pagando pelos enormes
erros cometidos no passado, e vai demorar um bom tempo para que possamos ter
juros mais decentes, isso se tudo der certo. Ainda existe uma longa caminhada,
mas graças ao Temer na direção correta.
No post etf-é-o-futuro, fiz os seguintes comentários
sobre o ouro: ...”mas enquanto o ouro não
ultrapassar o nível de US$ 1.375, vou ficar observando, pois nada impede que
ele retraia aos níveis apontados acima” .... ...” hoje o mercado está próximo
do nível de US$ 1.300, o que aumentará as chances de comprar naqueles níveis
acima - US$ 1.250/US$ 1.200” ...
Um zoom do gráfico permiteavaliar que o ouro contido entre duas retas paralelas no curto prazo. Se esse movimento não se chama correção, eu não me chamo Mosca. Isso reforça, ainda mais, minhas hipóteses colocadas acima. O que podera ser questionado são os preços de entrada, caso as cotações recuem abaixo de US$ 1.300.
Ainda frisei que, nada estava definido pois o nível de US$
1.300 era muito importante: ...” não se
pode afirmar nem que o ouro volta a subir dos níveis atuais e ultrapassar US$
1.375, nem que buscará os níveis que tanto almejo para comprar. Por isso, eu
calculo que US$ 1.300 é importante para clarear qual das duas hipóteses poderá
acontecer” ...
Talvez o que se conclui de tantos meses sem que
haja uma definição mais clara, é que o ouro está duro na queda. Porém, isso não
é uma razão para que eu mergulhe na compra, vou disciplinadamente seguir os
passos traçados acima. Se ele está duro na queda, o Mosca está duro na compra! Hahaha ...
O SP500 fechou a 2.164, com queda de 0,57%; o USDBRL a R$ 3,2413, com alta de 0,70%; o EURUSD a 1,1232, com alta de 0,21%; e o ouro a US$ 1.337, sem variação.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário