Nova fase: "Reajuste de pensão"
Michel Temer tem a difícil tarefa
de fazer a economia brasileira crescer novamente, depois de dois anos com uma
evolução do PIB no terreno negativo, muitas mudanças serão necessárias para que
isso aconteça. Usando um raciocínio pragmático, posso visionar que ele talvez
consiga somente estabilizar. Além de não ter tempo hábil, terá que lutar contra
forças contrárias que, conforme o tempo passa, aumentam.
Não é assunto de hoje,
mas é de suma importância imaginar quem serão os candidatos para 2018, e se o
que acima imaginei acontecer, ele terá poucas chances de vitória em sendo candidato. Como comentei recentemente, será que teremos algum candidato tipo Trump?
Ontem foram publicadas as contas públicas,
e como já se tornou praxe, mais um saldo negativo. O déficit primário do ano
chega a R$ 71 bilhões, e nos últimos 12 meses, um resultado negativo de R$ 172
bilhões, que é compatível com a meta do governo para 2016, uma vez que, em agosto,
houve o pagamento da primeira parcela do 13º salário, o que não aconteceu no
ano anterior nesse mesmo mês. Esse resultado representa aproximadamente um
déficit 3% do PIB.
O próximo gráfico espelha bem as
minhas preocupações expressas acima, onde se pode observar a evolução das receitas
e despesas federais. Enfatizo que para nossa dívida pública estabilizar será
necessário que se obtenha superávit e não déficits, uma inversão radical na
tendência observada nos anos recentes. Por enquanto nenhum sinal de reversão,
nem tão pouco de estabilização. A receita sofreu uma retração de R$ 48 bilhões
(jan - ago/16) representando uma queda de 6,3% relativa ao mesmo período do ano
anterior, enquanto as despesas no mesmo período cresceram 9 bilhões, uma
elevação de 1,1% comparativamente ao ano anterior.
Na tabela abaixo fica claro quais
são as principais medidas de ajustes que precisam urgentemente ser aprovadas.
Na parte superior somente com o crescimento da economia as receitas irão
evoluir, claro se não houver aumento de impostos. Na parte inferior anotei onde
estão os grandes desafios a serem vencidos.
Das despesas discricionárias, a
previdência é de longe a mais problemática com as receitas em queda, em virtude
do longo período recessivo e as despesas vinculadas a índices de reajuste com a
inflação, além da situação estrutural. Somente
uma reforma poderia visionar uma condição menos incontrolável como se encontra
hoje. No lado das despesas discricionárias, notem que essas representam 22% do
total e a saúde tem o maior peso. Pode se perceber que, houve um esforço de
redução, mas que pelo momento atual, nenhum presidente teria coragem de cortar
fundo nessas rubricas, quanto mais Temer. Facilmente levantaria manifestações
“fora Temer” por todo país.
Para buscar uma contenção no
nível de despesas, encontra-se em processo de votação a PEC 241, que impõe um
teto para o crescimento dos gastos. Fiquem de olho nesse item que deverá ser
votado já no início de outubro, uma recusa seria uma péssima notícia.
Por esses motivos eu estou cético
em relação ao que esse governo pode fazer, e fico preocupado se daqui a um ano
nada de muito concreto for alcançado, dando subsídios para a esquerda em
conjunto com as pessoas que advogam o “fora Temer”, saiam de novo nas ruas.
Tudo isso, se no exterior as condições não piorarem.
Preparem-se para
momentos difíceis nos próximos meses. Costuma-se dizer que um novo governo tem
um período de lua de mel de 100 dias, no caso específico seria mais uma trégua
depois de um acordo de separação. Vamos entrar agora na fase de “reajuste da
pensão”, quem é separado sabe muito bem ao que eu estou me referindo! Hahaha
...
No post business-plan-do-Lula, tracei os seguintes cenários para o SP500:
... “Verde escuro (1) – Uma correção mais branda
com o índice recuando até o nível de 2.100 – 2.080, em seguida o SP500 voltaria
a subir para buscar os níveis apontados acima. ”...
...”Rosa (2) –Neste caso a correção seria mais
profunda atingindo o nível de 2.000. Esse movimento demandaria mais tempo e não
poderia violar o patamar de 1.950, que indicaria se tratar mais do caso 3 abaixo.
”...
...”Verde limão (3) - Nesta situação o SP500
poderia atingir 1.800, sendo mais importante o que deve acontecer em seguida,
pois ficará a dúvida se voltaria a subir, ou este primeiro movimento indica uma
mudança de mercado de alta para baixa” ...
Faz duas semanas que postei, e
depois da primeira queda mais acentuada o mercado se recuperou levemente.
Observado de hoje, poderíamos ser levados a concluir que a opção verde-escura
(1) deveria se concretizar.
Agora veja o que um
analista técnico do HSBC alerta. Parece haver uma semelhança entre o Crash ocorrido
em 1987 e a configuração do mercado atual.
Por isso e por outros, é que mantenho
a mesma posição descrita no post acima, enquanto o SP500 não ultrapassar o
nível de 2.200, todos os cenários acima continuam válidos, e jamais eu iria
entrar no mercado agora, só porque eu acho que um cenário parece mais
provável. Para entrar, quero conquistas!
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