BCB = FED
Por que os países desenvolvidos lutam tanto para gerar um
pouco de inflação, enquanto nós aqui lutamos para derrubar a inflação? Um
economista poderia enumerar uma série de argumentos para ambos os casos. Nos
desenvolvidos, excesso de crédito, globalização da mão de obra, robotização da
indústria e etc.…, no Brasil, repressão dos preços administrados, alta do
dólar, indexação e etc..... Difícil responder essa pergunta, porém, esse
fenômeno vem acontecendo nos últimos anos.
A figura a seguir mostra a situação em que se encontra a
política monetária em cada país, notem que os países emergentes estão num momento
de redução seus juros, enquanto nos desenvolvidos somente os EUA estaria numa
posição de elevar seus juros.
A próxima ilustração é um trabalho feito pelo
Deutsche Bank, onde busca avaliar o impacto na indústria, através do PMI, depois
dos diversos programas lançados pelos bancos centrais.
A conclusão é que, por essa métrica, não serviram para nada!
Mesmo considerando que o primeiro QE foi positivo, não se pode deixar de
considerar que a economia tinha mergulhado numa enorme recessão, e partia,
portanto, de um nível muito baixo.
Já por aqui, o BCB luta com unhas e dentes para fazer a
inflação cair. Mesmo com juros reais da ordem de 6% a.a., economia numa recessão nunca antes vista, os resultados ainda são pequenos, na melhor
das hipóteses, se pode esperar reduções lentas.
Hoje foi publicado o IPCA para o mês de agosto, que ficou em
0,44%, enquanto a taxa anual voltou ao patamar de 9% a.a. O mais preocupante é
que os preços livres continuam numa escalada ascendente passando de 8,8% a.a.
para 9,1% a.a. Outro fator que também não contribui é o índice de difusão que
passou para 63,5%.
O gráfico a seguir dá uma clara visão que, os principais
preços da economia, administrados e livres, convergem para o mesmo nível do
IPCA.
A Rosenberg atualizou levemente sua projeção para 2016 de
7,2% a.a. para 7,5% a.a. Mesmo sendo um movimento marginal, ao invés de o fazer
para baixo, o que seria desejável para que se pudesse esperar por um movimento
de baixa de juros, foi para cima. A última ata do COPOM deu indicações que o BC
estaria se preparando para baixar os juros, porém os níveis de inflação vêm
forçando a autoridade monetária agir da mesma forma que o FED, empurrando para
a frente sua decisão, o primeiro no sentido de baixar os juros, enquanto o
segundo de subir os juros.
No post bola-para-frente, fiz os seguintes comentários sobre
os juros de 10 anos: ...” acredito que poderemos liquidar a posição de juros
entre 1,75% - 1,85% com um stoploss associado de 1,40%” ...
Ontem o triângulo que continha os juros por 2
meses foi rompido, e melhor, na direção que nos interessa.
Observem bem os dois gráficos acima e vejam que existe uma
diferença no contorno superior do triângulo. Na primeira tem uma pequena
inclinação enquanto na segunda é uma linha horizontal. Uma pergunta que vocês
poderiam se fazer é se é “honesto” essa mudança, depois do movimento ter
indicado que esse último é o mais apropriado. Sim, é dessa forma que essas linhas
de contenção funcionam, pois ex-anti não se sabe qual o tipo de triângulo que
será formado.
- David, não sei se
convenceu!
Tanto você como os leitores são testemunhas de como eu
enfatizo a dificuldade de antever como uma correção vai se desenrolar. O melhor a fazer é estabelecer limites, e ir em frente naquilo que o analista projeta.
Se der errado, paciência faz parte do negócio. Assim, o importante é ser
flexível e não ficar preso a uma configuração inicial. Quando o movimento
entrar numa fase impulsiva aí é uma beleza, é só seguir na mesma direção, mas
em correções, espere por tudo.
O fechamento a 1,68% foi ótimo para nossa posição, o maior
nível dos últimos dois meses, podemos atualizar o stoploss para 1,52%.
O SP500 fechou a 2.127, com queda de 2,45%, nosso trade foi liquidado com pequeno ganho marginal; p USDBRL a R$ 3,2720, com alta de 1,82%; o EURUSD a 1,1229, com queda de 0,76%; e o ouro a US$ 1.327, com queda de 0,77%.
Fique ligado!
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