All In na vacina #nasdaq100


Os mercados financeiros estão posicionados para um final feliz depois que os principais países desenvolvidos fizerem uma vacinação em massa na sua população. Se atrasar um pouco, como parece ser o caso da Europa, os investidores estão dispostos a esperar a vida voltar ao normal. Essa reação não é a mesma nos países emergentes e principalmente nos da América Latina, como pode ser visto nos dois gráficos a seguir.


Parece razoável a atitude dos investidores, pois a vacinação na nossa região é bastante desafiadora considerando a alta demanda por vacinas no mundo.

Outro fator que é visto com muito otimismo é a elevada poupança, conseguida principalmente nos EUA, com os diversos programas implementados durante o ano de 2020 e agora renovados no pacote - da ordem de U$ 2,0 trilhões - elaborado pelo Presidente Biden. O gráfico a seguir é ilustrativo desse potencial, criado tanto pelo fator acima como pela diminuição de consumo durante os períodos mais agudos no ano passado.



O banco Goldman Sachs elaborou um relatório mostrando como a publicação de dados econômicos tem tido pequeno impacto no preço dos ativos financeiros.

Neste relatório, exploramos as reações do mercado as informações econômicas, de olho na sensibilidade aos dados quando a pandemia acabar. A figura 1 mostra que a sensibilidade do mercado às surpresas dos dados econômicos medida como resposta nos mercados de títulos do governo e ações nos 10 minutos anterior e posterior, de significativas surpresas de crescimento e inflação tem baixa repercussão desde março ou início de abril, quando ficou claro que a pandemia e os bloqueios haviam causado uma profunda recessão.

Figura1: Sensibilidade do mercado aos dados econômicos diminuiu assim que a pandemia se tornou global e os EUA entraram em recessão; segunda e terceira ondas de vírus caracterizadas por sensibilidade de dados muito baixa


As reações aos dados de crescimento mostraram sinais de vida entre as ondas do vírus particularmente no mercado de ações durante o outono mas no inverno, tanto as ações quanto os títulos apresentaram menores reações ao fraco crescimento resultante das taxas de infecção mais altas e da debilidade fiscal. Nos últimos três trimestres de 2020 como um todo, estimamos que a sensibilidade do título do governo aos indicadores de crescimento caiu de sua média de 20 anos para apenas 16%. A sensibilidade patrimonial aos dados da atividade econômica também caiu abaixo da média para 50%, e as reações às surpresas da inflação também têm sido fracas em ambas as classes de ativos.

Historicamente, recessões são períodos de maior sensibilidade aos dados, e a explicação mais simples para o ambiente mais quieto na recessão de 2020 é que os investidores preferiram concentrar-se nas variáveis de saúde pública que, em última análise, determinariam seu comprimento e gravidade.

À medida que o peso do vírus diminuir com a vacinação em massa, o desempenho da economia e os dados de inflação podem se tornar relativamente mais importantes na formação dos preços dos ativos. Embora as reações dos dados permaneçam mais fracas em geral, percebemos que os mercados financeiros já reagem menos ao ritmo semanal de novas infecções (ver linha vermelha do gráfico 2). Essa tendência de baixa acelerou no final de 2020, à medida que a probabilidade de vacinação em massa no curto prazo se aproximava de 100% (linha azul).

Medindo a resposta do mercado aos dados econômicos

Figura 2: Os mercados financeiros estão reagindo menos ao fluxo de notícias sobre infecções, devido à perspectiva mais brilhante para a vacinação em massa


À medida que os efeitos do vírus diminuírem com a vacinação em massa, o desempenho da economia e os dados de inflação provavelmente voltarão a ser importantes na formação dos preços dos ativos, especialmente à luz das indicações antecipadas do Fed sobre o futuro dos juros e da atividade econômica. A maré já pode estar mudando, pois descobrimos que os mercados financeiros já reagem menos ao ritmo semanal de novas infecções.

Essas conclusões podem ser observadas principalmente nas bolsas de valores, que demostram uma resiliência a notícias ruins como os lockdowns na Europa, o ainda elevado número de infecções, o resultado de emprego não tão animador, e os distúrbios nas ações com altas expressivas causadas por posições vendidas em excesso — caso da GameStop.

Não tenho como julgar se a vacinação poderá deixar as pessoas completamente relaxadas daqui a um tempo passando a Covid-19 para história, ou se mais complicações aparecerão no futuro. Outro fator de risco, no caso benigno, é a possibilidade de a inflação ultrapassar os níveis desejados, obrigando os bancos centrais a reagir.

Como vocês poderão verificar a seguir, as bolsas estão num ponto delicado. Fomos estopados na semana passada e vou ficar sem posições no momento, aguardando maior definição.

Queria fazer um breve comentário sobre uma notícia publicada na Bloomberg por Joe McDonald veja o título: China executa ex-chefe de empresa de gestão de ativos em caso de suborno.

O ex-chefe de uma empresa estatal chinesa de gestão de ativos foi executado na sexta-feira sob a acusação de receber subornos, em uma pena extraordinariamente severa por um caso recente de corrupção.

Ele pediu ou cobrou US$ 260 milhões em uma década, disse o tribunal. A corte disse que um dos subornos excedeu US$ 93 milhões. Também foi condenado por desviar mais US$ 4 milhões e formar uma segunda família enquanto ainda era casado com sua primeira esposa.

Ele também foi acusado de desperdiçar dinheiro público, organizar ilegalmente banquetes, se envolver em relações sexuais com várias mulheres e receber subornos, disse à agência anticorrupção em 2018.

Já imaginou o que poderia acontecer aqui se essa pena fosse aplicada? Na China a pena por corrupção é a mais elevada possível, pois não é paga com dinheiro, mas com a vida.

No post nem-pensar, fiz os seguintes comentários sobre o nasdaq100: ...” Pode ser que eu esteja muito cauteloso, mas estou subindo o stop loss do Nasdaq100 para 13.100 e do SP500 para 3.750. Esse tipo de atitude vai forçando uma liquidação das posições pelo mercado” ... ...” O aperto do stop loss vai findar com a liquidação da posição em algum momento” ...



Quando eu decidi apertar os stop loss estava consciente que diversas alternativas poderiam ocorrer, inclusive ser estopado e a bolsa continuar a subir, o que parece estar acontecendo.

Para que tenham uma ideia, na sexta-feira considerava uma chance de 60% da correção estar em curso. Com os movimentos de ontem e hoje esse percentual caiu significativamente.

- David, Por que não entra de novo?

Vou te responder de forma telegráfica, sem explicar: está perigoso.



O gráfico acima aponta o que espero do nasdaq100 caso a correção maior se concretize. Incialmente, tudo indica que o índice deve atingir novas máximas nos próximos dias, com objetivo entre 14.400 e 14.600.

Terminado esse ciclo de alta, e considerando o cenário básico indicado no post acima, os objetivos estariam entre: 10,700 (mais provável) e 9.800. Essas mínimas deveriam ocorrer por volta de julho a setembro desse ano – um período bem longo.

Mas não dá para embarcar nesse sentido, sem que as condições de mercado indiquem o que será mais provável e, principalmente, sem indicações mais seguras de que a alta se esgotou.

Do ponto de vista comportamental, quando o mercado te “expulsa” podem existir dois sentimentos: se arrepender e entrar no mercado novamente, pois claro que vai subir; ou negar a realidade onde a opção de continuidade da alta era possível, e querer “enxergar” que a queda é iminente, mesmo o mercado não indicando isso. Ambas são horríveis, mesmo que deem certo. Para um julgamento mais neutro, o ideal é ficar de lado, observando sem posição.

O SP500 fechou a 3.826, com alta de 1,39%; o USDBRL a R$ 5,3532, com queda de 1,44%; o EURUSD a 1,2037, com queda de 0,18%; e o ouro a U$ 1.836, com queda de 1,28%.

Fique ligado! 

Comentários