Opinião válida por 24 horas #Ibovespa

 


Eu costumo dizer que minha opinião vale por 24 horas. Usava essa frase mesmo antes de me envolver com análise técnica. Agora então, dependendo da janela de observação, nem por 1 hora!

Nos anos 80, costumava-se dizer que um investidor poderia comprar ações da IBM e esquecer, seu neto iria lhe agradecer. Quem seguiu esse conselho deve ter netos insatisfeitos.

Uma premissa primordial da vida é que as coisas mudam; ficar estagnado é o prenúncio da obsolescência e da depressão. Tudo isso é mais evidente nos anos atuais, mas não difere muito do passado, a não ser talvez a velocidade da mudança.

Um artigo do articulista Michael Batnick comenta sobre a nova “onda” dos mercados internacionais, as SPAC (*)

"Assim que você descobre a chave do mercado, eles mudam as fechaduras."

Não sei quem disse isso, mas é verdade.

Nenhuma das equações funciona o tempo todo porque os parâmetros estão sempre mudando. Os mercados se assemelham mais à biologia do que à física.

Recentemente, vimos exemplos disso com as comissões zeradas, o impacto do auxílio emergencial, e a capacidade das empresas de iniciar e expandir um negócio com apenas um punhado de funcionários.

Uma área em que isso se aplica, e que eu quero explorar um pouco mais, são os mercados emergentes. Quando você pensa nas características das ações de mercados emergentes, você provavelmente pensa em energia e materiais. Mas o que costumava ser verdade nem sempre permanece assim.

Em novembro de 2009, esses dois setores foram responsáveis por 29,8% do EEM – Fundo ETF de mercados emergentes. Agora são apenas 14% do índice. A tecnologia passou de 15% em agosto de 2017 para 27% hoje. Isso vem de Ben Johnson no MorningStar. O gráfico conta toda a história.



Outro exemplo da forma como a dinâmica do mercado está mudando são as ofertas públicas iniciais (IPO).

Este próximo gráfico do Wall Street Journal é uma das coisas mais loucas que vi recentemente. Os SPACs, que antes eram o subprime dos IPOs, basicamente surgiram do nada e agora são a maneira mais popular para as empresas privadas se capitalizarem junto ao público. Os SPACs levantaram US$ 38 bilhões este ano, o dobro dos IPOs tradicionais.



Tão poucos investidores mostram retornos superdimensionados ao longo do tempo, de uma década para a outra, porque o que costumava funcionar eventualmente para de funcionar. Ou pelo menos fica muito mais difícil.

Para a maioria das pessoas, a resposta para um mercado em constante mudança é a diversificação. Não é divertido. Você não vai ficar rico rápido. Mas você economizará muito tempo, energia e frustração.

Essa foi a semana da Tesla para o Mosca. Fiquei indignado com as ações de seu CEO Elon Musk — do qual, por sinal, nunca tive uma imagem muito positiva. Há algo nele que me incomoda.

Falando em mudanças, a história mostra que raramente quem inventa algo novo permanece na dianteira no futuro. Com esse pensamento, uma matéria publicada pelo Wall Street Journal revela que 12 novos carros elétricos serão oferecidos aos consumidores americanos em 2021. Além de startups inspiradas no vale do Silício, montadoras como General Motors e Volkswagen irão mostrar os resultados de bilhões de gastos em tecnologia.

Por enquanto a Tesla domina o mercado dos EV nos EUA, vendendo quatro dos cinco veículos totalmente elétricos comprados em 2020.

Veja a lista a seguir: Ford Mustang Mach-E - U$ 43 mil; Volkswagen ID.4 – U$ 40 mil; Lucid Air – U$ 80 mil; Rivian RIT – U$ 75 mil; Audi e-tron GT – U$ 100 mil; Lordstown Endurance – U$ 52 mil; Mercedes-Benz EQS – U$ 100 mil; GMC Hummer – U$ 112 mil; Hyndai Ioniq 5; Nissan Ariya; e Tesla Cybertruck. Tem para todo gosto e bolso.



Acho melhor o Elon Musk se preocupar com seu negócio principal, em vez de ficar boa parte do seu dia publicando tweets. Se é que ele esqueceu, sua empresa Tesla está com um P/L acima de 800, precisa gramar muito para que suas ações não despenquem caso suas vendas comecem a cair.

(*) Uma empresa de aquisição de propósito especial (SPAC) é uma empresa sem operações comerciais que é formada estritamente para levantar capital através de uma oferta pública inicial (IPO), com o propósito de adquirir uma empresa existente. Também conhecidos como "empresas de cheques em branco", os SPACs existem há décadas. Nos últimos anos, elas se tornaram mais populares, atraindo grandes subscritores e investidores e levantando uma quantidade recorde de dinheiro de IPO em 2019.

No post plano-de-voo, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” Por enquanto, o caminho traçado em verde no gráfico, deveria fazer a bolsa chegar a 137 mil, mas ainda tem que acontecer. Não posso afirmar com certeza se é esse o percurso, ou se a correção que começou no início de janeiro terminou. Os pontos a serem observados seriam:

Abaixo de 115 mil: pode ser que a correção ainda contempla mais quedas, porém não muito abaixo disso. O ponto crucial é 105.147, abaixo vou ter que refazer a análise” ...



So Far so Good!  Por enquanto não tenho nada diferente para acrescentar, a não ser que seria bastante positivo se o Ibovespa ultrapassasse 121.100, a máxima atingida na semana passada. Tudo indica que nesta semana, a bolsa está num mini movimento de correção. É importante também que não rompa a reta inferior onde está contido o movimento – indicado com a flecha em vermelho, ao redor de 117,2 mil.



O gráfico a seguir é interessante, apontando como as bolsas dos países emergentes se encontram “baratas” quando comparadas com a bolsa americana. O parâmetro usado é o P/L deflacionado pelo índice de inflação.



Se você ficou animado acreditando que esse indicador deveria fazer você investir na bolsa brasileira, queria apontar o seguinte: Se essa “baratice” indicar alguma coisa, vale mais para as bolsas asiáticas — leia-se China — que para as da América Latina; não esqueça que a bolsa americana concentra muitas empresas de tecnologia enquanto as emergentes não, sendo assim, existiram motivos para sua performance melhor; não gosto muito do uso de deflator para esse tipo de comparação; e por último, não é porque alguma coisa está barata que não pode ficar mais barata!



O SP500 fechou a 3.934, com alta de 0,52%; o USDBRL a R$ 5,3769, com alta de 0,39%; o EURUSD a 1,2118, sem variação; e o ouro a U$ 1.820, com queda de 0,24%.

Fique ligado!

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