Trabalhando do banheiro #SP500

 


Agora que o mundo se prepara para ficar mais normal (esperamos!), alguns movimentos originados pela pandemia parecem permanecer mais definitivos. Eu comentei algumas vezes no ano passado que acreditava numa reformulação do local de trabalho, que passaria a ocupar outros espaços além dos escritórios.

Me recordo ter escrito sobre uma empresa de tecnologia em que a totalidade dos funcionários trabalhava de casa e não tinha nenhum escritório — e isso ocorria antes da pandemia ter ganhado pulso. Se você fizer uma pesquisa no Google vai notar a existência de um sem-número.

Mais ultimamente empresas de High Tech como Facebook, Apple e Google, anunciaram que tornariam permanentes alguns tipos de trabalho fora do escritório. Agora, esse movimento ganha pulso em outros setores, como mostra a reportagem de Konrad Putzier no Wall Street Journal.

O JPMorgan começou a comercializar 70.000 metros quadrados de escritórios em Manhattan no início deste ano.

JPMorgan Chase & Co., Salesforce. com Inc. e PricewaterhouseCoopers estão entre as principais empresas que procuram descarregar grandes blocos de escritórios, o mais recente sinal de que o trabalho remoto está prejudicando a demanda por esse pilar dos imóveis comerciais.

Grandes empresas normalmente assinam contratos de escritório por uma década ou mais, o que lhes dá poucas opções para reduzir seu espaço além de tentar sublocar pisos para outros inquilinos. No final de 2020, 13,7 milhões de metros quadrados de espaço de escritório estava disponível para sublocação em todo os EUA, de acordo com a CBRE Group Inc. Isso é um aumento de 40% em relação ao ano anterior e o maior valor desde 2003.

Enquanto o espaço sublocado aumenta durante cada recessão à medida que as companhias em dificuldades procuram cortar custos, as empresas normalmente adicionam espaço de escritório quando a economia se reaquece. Mas desta vez muitas das empresas que abandonam imóveis estão indo bem financeiramente; elas dizem que precisam de menos espaço porque planejam que mais funcionários trabalhem pelo menos meio período de casa, mesmo após o fim da pandemia.

Isso levanta a perspectiva de que a demanda por espaço de escritório poderia ficar permanentemente menor em algumas empresas, assim como o aumento do e-commerce vem reduzindo a demanda e os aluguéis para o varejo de rua.

Essa onda de atividade de sublocação já está causando novas dores de cabeça para os proprietários. Os aluguéis de escritórios para espaços mais caros, incluindo concessões, caíram cerca de 17% no último ano em Nova York e São Francisco e 13% em todo o país, de acordo com a empresa imobiliária JLL.



O espaço de sublocação geralmente vem com um desconto adicional de 25%, disse David Falk, presidente da região de Nova York da empresa de serviços imobiliários Newmark. E uma vez que as empresas podem sublocar em curto prazo, o aumento da disponibilidade de sublocação pode servir como um indicador inicial do verdadeiro estado do mercado de escritórios.

A velocidade com que a disponibilidade de sublocação vem aumentando é "surpreendente", disse Phil Ryan, diretor de pesquisa de escritórios dos EUA na JLL.

Algumas empresas estão apenas testando o que podem obter sublocando, e podem finalmente decidir manter seu espaço, dizem os corretores. Mas ao aumentar a oferta de escritórios quando há poucos compradores, elas estão ajudando a reduzir os aluguéis em todas as cidades e às vezes poderiam concorrer com seus próprios senhorios.

O JPMorgan começou a comercializar 70.000 metros quadrados de escritórios na baixa Manhattan no início deste ano. Esse é o maior bloco de espaço disponível para sublocação em Manhattan, de acordo com a empresa de serviços imobiliários Savills Inc.

PricewaterhouseCoopers e Yelp Inc. também ofereceram espaço em Nova York para sublocação, dizem os corretores.

A Salesforce ofereceu espaço para aluguel em um de seus edifícios de escritórios em São Francisco. A Uber Technologies Inc. e a Wells Fargo & Co. também estão aumentando a disponibilidade de sublocação naquela cidade, embora as empresas tenham indicado que a decisão não estava relacionada às políticas de trabalho de casa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As empresas de tecnologia, até recentemente as mais agressivas adquirentes de escritórios em cidades como São Francisco e Nova York, estão agora na vanguarda do boom da sublocação. Essas empresas, em alguns casos, adotaram o trabalho remoto mais rápido do que outras indústrias, dizem analistas, e estão mais dispostas a reduzir a exposição imobiliária como resultado.

Em anos anteriores, as empresas de tecnologia muitas vezes alugavam mais espaço do que precisavam na época para estarem preparadas para o crescimento, disse Ryan, da JLL. Essa prática, apelidada de space banking, deixou alguns com muito espaço de escritório, do qual estão tentando agora se livrar.

Quando a empresa de armazenamento em nuvem Dropbox Inc. concordou em assumir um empreendimento de escritório de mais de 700.000 metros quadrados em São Francisco em 2017, foi anunciado como o maior aluguel de escritórios da história da cidade. Mas recentemente, a empresa sublocou com descontos grande parte do espaço para duas empresas de biotecnologia. O Dropbox disse que a maioria de seus funcionários trabalhará principalmente em casa no futuro, citando pesquisas que mostram que a maioria prefere fazê-lo e um estudo que descobriu que os funcionários ficam mais focados em casa.

Grandes empresas financeiras e escritórios de advocacia, ambos inquilinos populares porque estão dispostos a pagar altos aluguéis, também estão abandonando o espaço de escritório, dizem os corretores. E os subúrbios também não são imunes. Várias empresas estão procurando se livrar de call centers e outras instalações de back-office em locais baratos, disse o Sr. Ryan.

Nos subúrbios de Chicago, a provedora de saúde AMITA Health recentemente ofereceu sua sede para sublocação. Assim como o Dropbox, a empresa sondou seus funcionários e descobriu que muitos gostavam de trabalhar em casa, disse o diretor de operações da empresa, Thor Thordarson. "O desejo de nossos associados de trabalhar remotamente e nossa capacidade de fornecer ambientes de trabalho alternativos, por sua vez, requer menos espaço físico no escritório", disse ele.

O vídeo a seguir aponta as mudanças recomendadas por algumas empresas, sugerindo mudanças no lay-out dos escritórios.


Será que esse movimento irá ocorrer no Brasil? Acredito que sim, porém a economia brasileira não tem a mesma participação no setor de serviços que a americana, ainda que elevada — quase 70% do PIB.

Essa transformação ocasionará mudanças diversas. O artigo em questão cita o mercado de escritórios, cuja repercussão é imediata, mas pensando do lado do funcionário, serão necessários espaços maiores — como reportado hoje num artigo de mesma fonte, noticiando na cidade de Nova York a transformação de cômodos ociosos e vitrines, em espaços de auto armazenamento, além da alteração do layout das casas para incluir a área de trabalho etc...

Existem no mercado imobiliário contratos considerados extremamente seguros, chamados de built to suit, que consistem em imóveis construídos com adequação específica a uma determinada empresa, normalmente de grande porte, que se compromete a alugar o espaço por um longo período depois de terminada a construção, considerado muito seguros para o locador. Com essas mudanças, esses imóveis podem se tornar um problema para novos proprietários, pois são como dentadura: servem somente numa boca!

Com a liberdade de executar o trabalho em qualquer lugar dentro ou fora de casa, daqui a pouco poderemos estar trabalhando dentro do banheiro, montando uma planilha ou mesmo participando de um call, se é que já não está acontecendo! Hahaha ...

No post as-perguntas-sem-resposta, eu estava entre 2 cenários de curto prazo possível. No decorrer da semana passada, um foi eliminando o que gerou a sugestão de compra o-dia-v. Os comentários no post para o cenário em curso foram: ...” Cenário base: É neste que eu estou trabalhando no momento, e levaria o índice ao redor de 4.200 apontado abaixo” ...



O SP500 deve caminhar no sentido do objetivo destacado em verde ao redor de 4.200, conforme apontado no gráfico abaixo.

Mas outra dúvida surge.

- Puxa David, você não dá um minuto se sossego, imagino que já vem aquelas conversas de pequeno e grande! Fala logo o que pode vir de ruim a frente.

Você já me conhece bem agora, também são praticamente 10 anos de convivência. Você acertou, só tem uma pequena diferença, agora a alta, que pode ser pequena ou grande! Hahaha ...

O que está postado aqui é a alta pequena, não quis incluir a grande nesse momento. Ambas espelham altas no médio prazo, porém, no meio do caminho são diferentes.



Como havia comentado na segunda-feira as-3-categorias estou incluindo um trade de venda de dólar executado hoje na abertura a R$ 5,77 com stoploss a R$ 5,81, pois observando-se numa janela menor, pode ser que o movimento de queda já tenha começado.

O SP500 fechou a 3.972, com alta de 0,36%; o USDBRL a R$ 5,6304, com queda de 2,50%; o EURUSD a 1,1726, com alta de 0,11%; e o ouro a U$ 1.707, com alta de 1,36%.

Fique ligado!

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