Seus 100 mais 100 ... bilhões! #S&P500 #USDBRL #IBOVESPA

 


Num jogo de poker econômico, onde cada jogador eleva a aposta, a Micron Technology jogou suas fichas com um lance audacioso: US$ 200 bilhões em semicondutores nos EUA, sendo US$ 150 bilhões em manufatura de memória e US$ 50 bilhões em P&D até 2030, criando 90 mil empregos diretos e indiretos. Fundada em 1978, com 48 mil funcionários e receita de US$ 15,5 bilhões em 2023 (queda de 50% ante 2022), a Micron planeja duas fábricas de alto volume em Idaho, até quatro em Nova York e modernização na Virgínia, em parceria com a administração Trump, mirando a liderança em inteligência artificial (IA). O Mosca comentou que o déficit americano é uma bomba-relógio, mas, como sugere Lance Roberts, a IA pode ser a carta na manga que desarma essa ameaça, transformando o cenário fiscal e econômico.

A Micron é apenas um dos jogadores nessa mesa de apostas altas. A IA está redefinindo a economia global, e os EUA estão decididos a liderar. Roberts aponta que o déficit, hoje em 6% do PIB, assusta economistas. O gráfico abaixo, do seu artigo, mostra a trajetória da dívida pública em relação ao PIB, com projeções considerando ou não extensões de cortes fiscais.




O Congressional Budget Office (CBO) projeta uma dívida pública de 220% do PIB em longo prazo, mas Roberts critica essas previsões por ignorarem o potencial de crescimento tecnológico. Após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento econômico reduziu a dívida de 100% do PIB para 25% nos anos 1970. A IA pode repetir esse feito. A UBS prevê 4% de crescimento na construção em 2026, impulsionado por manufatura, energia e data centers, com incentivos fiscais e estímulos acelerando o ritmo.

O investimento da Micron exemplifica essa dinâmica. Suas fábricas atenderão a demanda por DRAM, crucial para IA, com produção em Idaho a partir de 2027. A meta é fabricar 40% de sua memória DRAM nos EUA, apoiada pela Lei CHIPS de 2022, que destinou US$ 52 bilhões para semicondutores domésticos. A McKinsey estima que os EUA precisam dobrar sua capacidade de fabricação de chips até 2030 para suprir a IA exigindo fábricas, mão de obra qualificada e materiais raros.

A IA, porém, vai além dos chips. Conforme mencionei, a produtividade impulsionada pela IA pode mitigar o déficit. Roberts sugere que um crescimento do PIB nominal de 4% ao ano reduziria a relação dívida/PIB para 100% até 2035. O gráfico abaixo ilustra essa projeção, comparando o cenário atual com um de crescimento sustentado.




A administração Trump já assegurou US$ 1,8 trilhão em compromissos corporativos, muitos prontos para iniciar. Gigantes como Amazon, Microsoft e Google constroem “fábricas de IA” – data centers que demandam energia e infraestrutura. A Statista indica 2.700 data centers nos EUA em 2024, mas um aumento de 50% é necessário até 2030. Cada hyperscale data center custa US$ 1 a 2 bilhões, exigindo sistemas de refrigeração e redes 5G expandidas para 90% da população até 2028.

Energia é um desafio crítico. O consumo para IA deve crescer de US$ 527,4 milhões em 2022 para US$ 4,26 bilhões em 2032, com taxa anual de 23,9%. Comparado ao Bitcoin, que consome o equivalente a carregar todos os EVs dos EUA 223 vezes, a IA exige uma revolução energética. Empresas como OneOK (gás natural) e GE Vernova (nuclear) estão posicionadas para lucrar, enquanto a Blackrock aposta em infraestrutura como estradas e redes elétricas.

Para investidores, as oportunidades são amplas. Além das big techs, empresas como Caterpillar, Deere e United Rentals se beneficiarão da construção em escala. A cadeia de suprimento de hardware, com chips como os A100 da Nvidia (demanda 141% maior em 2024), é essencial. A Micron, com foco em HBM4 e LPDDR5X, está no epicentro dessa transformação, mas enfrenta concorrência de Intel, Samsung e TSMC, com riscos atrelados à execução e estabilidade político-econômica.

O Mosca enxerga essa aposta na IA como um momento decisivo. A narrativa do déficit, embora preocupante, não é destino. A IA pode estabilizar a relação dívida/PIB e catalisar uma nova era de crescimento. A Micron, com seu lance de US$ 200 bilhões, é um símbolo dessa ousadia. Para os que temem o colapso fiscal, lembro que a história favorece os inovadores. A IA pode desarmar a “bomba-relógio” do déficit, e, para os investidores, a mensagem é clara: na mesa do poker econômico, quem souber jogar as cartas da IA pode sair com o pote.

 

Análise Técnica

No post “o-dólar-não-esta-marcando-gols”, fiz os seguintes comentários sobre o S&P 500: “Tenho observado analistas que projetam alvos mais modestos, como o destacado no retângulo laranja, por volta de 6.200. Trata-se de uma onda final 3 laranja de maior grau, e todo cuidado é pouco. Por isso, o dedo está no gatilho.”




Na última sexta-feira, decidi liquidar a posição no S&P 500. Motivos não faltaram, mas o principal é o destacado acima. Para ser honesto, o mercado parece considerar a guerra entre Irã e Iraque como “encerrada”, pois não houve movimentos dramáticos nos preços. Se você mostrar esse gráfico a um extraterrestre em Marte – conhecedor da Teoria das Ondas de Elliott – e perguntar a razão da queda destacada na elipse abaixo, ele jamais citaria que eclodiu uma guerra em um país grande produtor de petróleo, com poderio militar de ambos os lados. Isso abre espaço para os objetivos de ~6.200 (alta de 2,5%) ou ~6.500 (alta de 7,5%).





— Hahaha... está buscando argumentos para justificar sua precipitação? Vai deixar uma boa grana na mesa!

Vamos lá: em uma janela de 1 hora, observo cinco ondas, o que sugere que a onda (v) vermelha pode ter terminado de forma “encurtada”. O formato desse último movimento não é animador. Além disso, quem disse que não posso entrar novamente? Fique atento, pois posso sugerir uma nova compra em breve, ou não!

Estou subindo (descendo no caso) o stop loss do dólar para U$ 5,53, o motivo são dois: estamos chegando perto do objetivo; e na janela de 1 hora observa-se a formação de 5 ondas de queda. Em relação ao IBOVESPA não gostei do movimento de hoje, era para subir ou ficar no zero a zero e acabou caindo, o dedo está no gatilho.

O S&P 500 fechou a 5.982, com queda de 0,84%; o USDBRL a R$ 5,4957, sem variação; o EURUSD a € 1,148, com queda de 0,68%; e o ouro a U$ 3.386, sem variação.

Fique ligado

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