Fed 1 X 0 Mercado #SP500

 

Hoje foi publicado o tão esperado índice de inflação americano medido pelo CPI. Embora as manchetes apontem para algo negativo, o resultado teve um impacto positivo nos mercados.

Essa notícia foi reportada na Bloomberg por Reade Pickert como a maior alta desde 2012.

Os preços ao consumidor dos EUA subiram em março, com o fim dos bloqueios pandêmicos desencadeando uma recuperação nas viagens e deslocamentos que aumentaram o custo da gasolina, aluguel de carros e estadias em hotéis.

O índice de preços ao consumidor aumentou 0,6% em relação ao mês anterior, após um ganho de 0,4% em fevereiro, segundo dados do Departamento do Trabalho de terça-feira. O salto no custo do gás representou quase metade do avanço global de março.

Excluindo componentes voláteis de alimentos e energia, o chamado NÚCLEO IPC aumentou 0,3% em relação a fevereiro, o maior em sete meses. Os custos de bens e serviços aumentaram no mês passado.


O índice anual de inflação subiu para 2,6%, valor distorcido por uma queda nos preços relacionada à pandemia em março de 2020. Esse efeito começará a desaparecer em vários meses, ajudando a explicar por que os formuladores de políticas do Federal Reserve veem as pressões atuais de preços como temporárias, em vez de algo mais perigoso para a economia.

A medida central subiu 1,6% em relação a 12 meses atrás. Antes da pandemia, a métrica anual do núcleo da inflação estava indo acima de 2%.

"Foi um pouco mais forte do que as expectativas oficiais de consenso, mas foi menor do que algumas pessoas estavam preocupadas", disse Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak + Co., sobre o relatório do CPI. Quando combinado com as notícias da J&J, "isso significa que o Fed provavelmente pode continuar a fornecer muito estímulo daqui para frente".

Ainda assim, os últimos números sobre os preços ao consumidor adicionam combustível a um debate já acalorado sobre a trajetória da inflação nos EUA, especialmente na esteira dos dados do Departamento do Trabalho da semana passada, mostrando um aumento mais forte do que o esperado na inflação ao produtor.

Alguns analistas e economistas argumentam que uma onda de demanda reprimida emparelhada com trilhões de dólares em gastos do governo estimulará um movimento sustentado de alta da inflação.

Um assunto que acabou preocupando os mercados foi a pausa recomendada pelas autoridade americanas de saúde na vacina da Johnson & Johnson, a fim de investigar casos mais graves de coágulos sanguíneos.

O número de casos reportados com esses sintomas é de seis mulheres para mais de 6,8 milhões de doses aplicadas nos EUA. Não querendo ser insensível, mas os casos reportados até agora com problemas ocasionados pelas vacinas têm sido ínfimos em relação a quantidade aplicada. Mas como esse assunto é delicado e com pouca estatística comparativa, tudo é motivo de preocupação.

Como as ações de tecnologia lideram as altas em detrimento das ações denominadas de “Value”, fica difícil identificar se foi o CPI dentro das expectativas ou o caso da vacina da Johnson que resultaram nessa configuração. Acredito que seja o primeiro motivo reforçado pelo segundo. Para esclarecer, as ações de tecnologia têm impacto maior da taxa de juros em função dos modelos que calculam o seu valor descontado, de um fluxo de caixa muito longo.

Por enquanto, o placar do embate entre Fed e mercado está 1X0 para o primeiro.

A figura a seguir chamou minha atenção. Ela compara os gastos dos americanos logo antes da pandemia (fev/20), contra os efetuados em mar/21, segundo algumas categorias. Que os setores de Hotéis, Aéreo e Restaurantes ainda não se recuperaram era esperado, porém é surpreendente que o setor de Roupas e Lojas de Departamento tenha crescido. Como essa comparação é de um mês contra o outro, talvez represente a maior abertura da economia ocorrida em março, liberando o pessoal que saiu às compras. A verificar nos próximos meses.



No post ataque-digital fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” O objetivo para o término dessa primeira sequência de alta levaria o SP500 ao patamar de 4.385, uma alta de aproximadamente 5%, como mostra o indicador em amarelo. E partir daí que fará uma enorme diferença em qual dos cenários nos encontramos: Se for a alta pequena o que trabalho neste momento, uma queda que vai durar alguns meses, levaria o índice para 3.300 (queda de 25%), esse movimento de daria em 3 etapas conforme apontando em azul; Caso a alta seja a grande, essa mesma queda teria como objetivo um prazo mais curto (algumas semanas) e um nível de 3.700 (queda de 15%)” ...



O SP500 continua seu caminho de alta num nível de volatilidade baixo como se pode notar a seguir. Por enquanto não temos que nos preocupar com a correção -comentada acima, que se vislumbra mais adiante — ao redor do verão do Hemisfério Norte. O gráfico a seguir com os níveis de volatilidade expressos pelo VIX, sugere que em momentos de crescimento econômico, esse indicador permanece por um bom tempo em níveis ainda inferiores ao atual — retângulo verde.



O gráfico, numa janela menor que a publicada acima, aponta para objetivos mais detalhados, como se pode notar e destacado nos retângulos em verde. Um deles se aproxima a 4.150, onde depois de atingido deveria dar lugar a uma pequena correção, momento interessante para entrar no mercado, para quem está fora.



Como podem notar, o período de maior cuidado deve ocorrer quando o terceiro retângulo for atingido ao redor de 4.385. É necessário reforçar que todos esses níveis são calculados como pontos mais prováveis, que serão ajustados conforme o mercado evolui.

A título ilustrativo, o gráfico a seguir contém a evolução da carteira “Stay at Home” com “Leave your Home”, desde o início de 2020. Embora a diferença tenha diminuído mais fortemente no começo deste ano, ainda prevalece uma diferença expressiva de 62%. Notem que isso aconteceu mais pela queda da primeira do que pela aceleração da segunda. É importante frisar que elas não necessariamente têm que se encontrar em algum momento.



O SP500 fechou a 4141, com alta de 0,33%; o USDBRL a R$ 5,7138, com queda de 0,34%; o EURUSD a 1,1950, com alta de 0,35%; e o ouro a U$ 1.744, com alta de 0,69%.

Fique ligado!

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