Pirâmide da honestidade #usdbrl
Estamos diante de um caso sui generis: um candidato, que foi
condenado em várias instâncias por diversos crimes, está solto e ainda foi
eleito presidente da República. Lula tem muita sorte de ser brasileiro, pois se
fosse japonês provavelmente teria se suicidado, pois sentiria tanta vergonha
que não suportaria continuar vivendo; nos EUA, estaria na cadeia, e não importa
se um grupo de advogados arrumasse um esquema para colocá-lo em liberdade, porque
a sociedade não aceita. Mas aqui tudo bem, afinal quem não rouba?
A pessoas que usam esse argumento não pensam no que estão
falando, pois o fato de outros candidatos terem roubado não dá a esse condenado
o direito de ser libertado. Esse tipo de argumento vai perpetuar a
desonestidade — se vale no governo, por que não na vida pessoal?
A atitude correta é apurar se existem evidências de outros
candidatos e não dar um aval para justificar os que comprovadamente roubaram.
Sempre achei que o Lula é um psicopata, pois uma pessoa
normal não aguentaria sustentar 24 horas por dia 7 dias por semana negar que
promoveu o maior assalto às empresas sob comando do governo. Será que algum dia
vai admitir, que a realidade vai suplantar a loucura? Não sou psiquiatra para
saber. Aliás, em 2018, o Secretário da República confiscou 21 objetos do acervo
do Lula. Uma investigação aberta pelo Palácio do Planalto buscou apurar o
paradeiro de 712 itens registrados como acervo da Presidência da República. Mas
isso não é roubo, ele se “presentou” com esses objetos.
Mas isso é café pequeno — os bilhões de dólares desviados
principalmente da Petrobras e confessados pelos corruptores e executivos
envolvidos, vamos esquecer, né? Afinal, o Bolsonaro é um perigo maior na
percepção da maioria da população. além de Lula virar honesto. sobra o
argumento: quem não rouba?
Bem, tudo isso que estou escrevendo não importa, que seja
feita a vontade do povo. Clara Ferreira Marques fez os seguintes comentários na
Bloomberg.
"Eles tentaram me enterrar vivo e aqui estou eu."
Quando o ex-presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva falou na noite de
domingo, comemorando um improvável retorno aos 77 anos, sua voz grave era
ainda mais rouca do que o habitual.
Após meses de esforço do campo de Bolsonaro para questionar
o processo eleitoral, além de casuísmos de última hora com reclamações sobre anúncios de rádio e blitzes policiais em
estradas movimentadas no dia de eleição (bloqueando os eleitores), isso trouxe
um alívio bem-vindo. Assim como a rapidez com que aliados domésticos de
Bolsonaro, como o presidente da Câmara Arthur Lira, se movimentaram para
aceitar o resultado, enquanto pesos pesados internacionais como os EUA
parabenizavam Lula — reduzindo o espaço para um acesso de raiva presidencial.
Mas ninguém deve se iludir. A vitória de Lula sobre Bolsonaro foi a mais apertada
da história moderna brasileira — nem mesmo dois
pontos percentuais— e o mapa eleitoral revela um país profundamente
fraturado entre o menos abastado nordeste pró-Lula e o sul pró-Bolsonaro. Há clivagens
ao longo de linhas ideológicas, raciais, religiosas e sociais. Lula perdeu em
estados populosos como São Paulo, e de fato, de 26 estados e do Distrito
Federal, saiu na frente em apenas 13. A rejeição do líder esquerdista continua
muito forte, o resultado de uma vasta investigação sobre corrupção que seguiu
seu tempo no cargo e ajudou a destituir seu sucessor.
A posse oficial, entretanto, não ocorre até o início de
janeiro, deixando muito tempo para maldades.
Nesse contexto, a travessia delicada à frente de Lula não é
invejável e é muito mais desafiadora do que quando ele foi eleito pela primeira
vez há duas décadas. Tendo crescido na pobreza, naquela época ele surfou uma
onda de aumento dos preços das commodities para melhorar drasticamente a vida
dos brasileiros mais pobres, reduzindo pobreza extrema e
desigualdade com um programa inovador de transferência de dinheiro. Ele
prometeu repetir o feito, enquanto faz a economia voltar aos trilhos e combater
os danos causados ao meio ambiente.
Mas este não é o início dos anos 2000. Não há um grande boom
de commodities, a China do Covid-Zero não está devorando aço e minério de ferro
a taxas impressionantes. Na verdade, o mundo está entrando em recessão e as
receitas do governo serão menores em 2023.
E o que está em jogo dificilmente poderia ser maior.
Os impressionantes carisma e habilidades políticas de Lula
permitiram que ele construísse uma coalizão ampla o suficiente para garantir um
triunfo eleitoral contra a máquina presidencial de Bolsonaro — mas ele terá que
construir muitas outras pontes agora. A votação de domingo foi uma corrida dura
para ver quem era menos odiado, um voto contra, em vez de a favor. Não foi um
apoio esmagador de Lula ou mesmo, infelizmente, da democracia. Se Lula falhar e
a economia vacilar, ele levaria Bolsonaro de volta, ou pior, a uma alternativa
mais forte e eficaz de extrema-direita.
Em primeiro lugar, seu desafio é tranquilizar os
investidores cautelosos, que provavelmente ficarão aliviados com a ausência de
tumultos, mas cautelosos com o que vem a seguir. O histórico econômico passado
de Lula é pragmático, mas ele deu poucos detalhes desta vez, além de uma carta
prometendo combinar suas promessas sociais com responsabilidade fiscal — um eco
do que ele escreveu para Brasileiros em 2002. Ele precisa dar mais clareza
sobre como vai equilibrar as grandes necessidades e a dívida pesada, começando
com a nomeação de um ministro da Fazenda que é uma personalidade conhecida, com
a confiança dos investidores, digamos, o ex-presidente do Banco Central e
ex-ministro Henrique Meirelles, um dos principais candidatos ao cargo.
Lula está em um bom lugar para reparar a credibilidade
internacional do Brasil, começando com compromissos em torno do clima, dada a
escala da destruição. Reconstituir as agências que monitoram e protegem o meio
ambiente e os povos indígenas seria um começo.
Então ele precisa decidir como avançar com a reconciliação
nacional, em um esforço conjunto para desarmar alguns dos elementos mais
tóxicos do Bolsonarismo, sem necessariamente investigar todos eles. Mesmo que
Bolsonaro seja derrotado, o movimento populista de extrema-direita que ele
representa não o foi, e as personalidades principais entre seus seguidores
ganharam cargos de governador ou assentos no Senado. Isso requer um diálogo
urgente com grupos evangélicos conservadores e, crucialmente, com os militares,
que ainda não deram seu veredito sobre a votação de domingo. Lula precisará
pressionar por um endosso, para então redefinir as relações civil-militares,
enquanto lentamente empurra os generais de volta para os quartéis. Significa
reforçar as instituições democráticas.
Não menos importante, para garantir qualquer nível de
sucesso legislativo com um parlamento fragmentado, Lula precisa construir um vasto
governo de "frente ampla", apoiado em aliados como Simone Tebet, que
tem ligações com o lobby agrícola (uma fonte chave de apoio a Bolsonaro), além
de partidos centristas no Congresso. Ele deve agir rápido.
Por tudo isso, o próximo passo a ser observado será o de
Bolsonaro. Tem sido um ano de alegações ultrajantes, ofensas de parte a parte e
violência.
Independentemente de quem fosse eleito, o cargo de
presidente neste momento é muito indigesto, para dizer pouco, com um cenário
internacional desafiador projetando recessão em países desenvolvidos como a
Europa e os EUA (China?). As condições internacionais serão muito distintas das
que ocorreram nos anos 2000. Lula, um idoso, não tem as mesmas condições
físicas e provavelmente o mesmo ímpeto de 20 anos atrás. Seus objetivos
pessoais hoje são muito diferentes. Diferente também é o Parlamento, onde
deputados e senadores não votam mais em bloco como no passado. sendo necessárias
coligações no varejo.
Como comentou um leitor que votou no Lula, “a partir de hoje
sou oposição”. Cálculo que originalmente ele tem 25% de adesão, 50% contra dos
bolsonaristas e os outros 25% (que eram contra Bolsonaro, mas não a favor dele)
que irão cobrar as promessas que sabemos não poderão ser concretizadas, pois,
ou o serão através de aumentos de impostos, onde terá forte oposição, ou do aumento
da dívida pública, se o teto de gastos for afrouxado.
Lula também não vai poder usar o artificio de culpar o outro
governo por eventuais frustrações. Ele foi eleito para mudar e rápido — sem desculpas.
E o meu tronco de pirâmide? Vai continuar dessa forma, cuja lição
que fica e de que não é necessário ser honesto.
No post autoritarismo-tupiniquim fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “No curto prazo, chamo a atenção para o nível atual ao redor de R$ 5,30 que está ameaçando a linha destacada com o símbolo em verde. Caso o dólar ultrapasse, fico de olho no intervalo entre R$ 5,37/R$ 5,44, sendo que, se esse último for ultrapassado, o “Stop Loss” apontado em vermelho R$ 5,51 vai ser fundamental comprometendo a hipótese de novas quedas” ...
O dólar sofreu forte oscilação hoje função do resultado das eleições, abrindo com alta que atingiu R$ 5,40, recuando logo em seguida ao nível de R$ 5,2360 (agora pela manhã). Por enquanto, a cotação não ultrapassou o “Stop Loss” apontado acima de R$ 5,51. Como havia enfatizado anteriormente, o movimento tendo sido errático sem que uma definição seja estabelecida. Ficam totalmente abertas as duas possibilidades que exemplifico com os gráficos semanais a seguir. Nesse primeiro gráfico, o dólar tenderia a uma queda, cujo objetivo seria de R$ 4,3860 conforme destacado com o símbolo verde.
Nessa segunda hipótese o dólar estaria num movimento de alta que levaria a um objetivo de R$ 6,06 num caminho tortuoso de idas e vindas. No curto prazo parece que ocorreria ainda uma alta para atingir R$ 5,51/ R$ 5,66.
O SP500 fechou a 3.871, com queda de 0,75%; o USDBRL a R$ 5,1677,
com queda de 2,40%; o EURUSD a € 0,9881, com queda de 0,82%; e o ouro
a U$ 1.632, com queda de 0,54%.
Fique ligado!
Não me arrependo do voto em Lula, com todos os defeitos dele, não era desumano como o atual presidente. Agora é torcer para que ele repita 2002, faça um bom governo!
ResponderExcluirSer corrupto. Roubar dinheiro público. Por exemplo, não é desumano?
ExcluirNada se compara com a falta de humanidade dele na pandemia. Temos 3% da população mundial e 11% dos mortos, consequência direta do comportamento dele e de seus seguidores. Por fim, Bolsonaro é duplamente desumano (usando o seu critério), pois ele também é corrupto.
ExcluirLulalá! Uma escolha muito fácil, eu daria mil vezes um abraço em José Dirceu que no Edir Macedo. Essa mistura de armas, religião, orgulho de dizer qq coisa que vem primeiro na cabeça, imóveis com dinheiro vivo, isolamento internacional e falta de cordialidade trouxe o Brasil pra um lugar muito pior. Que ele repita 2002, o presidencialismo de coalisão não é mole, precisa de certas concessões que serão feitas, não sejamos inocentes, mas que sejam em um caminho pra dependermos menos disso e que se fortaleçam as instituições e o diálogo. Viver em sociedade é algo que precisamos aprender. Não adianta chamar MST de arruaceiro e quando os caminhoneiros param bradarmos dizer que é uma manifestação. Sou leitor, gosto do mercado, mas gosto muito mais do meu país com ciência, educação e cuidado com meio ambiente, nesse quesito Lula ainda que esteja longe de estar perfeito nunca escrotizou os temas.
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