Autoritarismo Tupiniquim # usdbrl
Neste final de semana terminou o 20º Congresso do partido
comunista na China, onde Xi Jinping se tornou o líder mais poderoso desde Mao
Tsé Tung, garantindo seu terceiro mandato e trocando diversos membros que não seguiam
muito seus pensamentos por outros mais na sua linha, o que indica que o estado
autoritário ganhará ainda mais poder.
A Bloomberg destacou que um certo sentimento de exasperação
varreu os mercados chineses quando o presidente Xi Jinping passou a preencher
os cargos de liderança com seus aliados, com as ações encerrando seu pior dia
em Hong Kong desde a crise financeira global de 2008 e o yuan enfraquecendo
para a mínima de 14 anos.
O colapso do mercado após o reaparelhamento, que destacou o controle inquestionável de Xi sobre o partido no poder, mostra uma profunda decepção com uma provável continuação das políticas apostadas no Covid Zero e nas empresas estatais. Os gigantes da tecnologia Alibaba Group Holding Ltd., Tencent Holdings Ltd. e Meituan caíram mais de 11%, já que os investidores permaneceram céticos de que Xi e seus aliados buscarão um rejuvenescimento da iniciativa privada.
A queda nas ações chinesas contrasta com as ações globais, que tiveram seu melhor desempenho semanal desde julho da semana passada. O índice Hang Seng China está sendo negociado no menor nível em relação ao S&P 500 desde 2001, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Mas o que mais pode preocupar para o Brasil foi relato em outro artigo de David Fickling publicado na Bloomberg que sugere um futuro mais lento para as comodities.
Ao longo dos últimos anos, os observadores da China muitas
vezes aproveitaram as declarações do primeiro-ministro Li Keqiang para procurar
indícios de diversidade ideológica (ou mesmo, em momentos febris, disputa de
liderança) entre a elite do país. O quadro de antigos partidários de Xi Jinping
revelados como o novo Comitê Permanente do Politburo no fim de semana passado
deve colocar essa especulação de lado.
A nova liderança pode não ser tão impassível como alguns a
pintaram. Li Qiang, o secretário do partido em Xangai que provavelmente herdará
o cargo do não relacionado Li Keqiang, certamente é um tenente de longa data de
Xi e o homem que implementou o impopular bloqueio de dois meses da Covid-19 na
cidade este ano.
Ao mesmo tempo, ele vem de Wenzhou, a capital não oficial do
empreendedorismo do país; tem raízes profundas governando Xangai e suas duas
províncias vizinhas, um coração da indústria chinesa inovadora; e cultivou
laços com líderes de tecnologia proeminentes, como Elon Musk, da Tesla Inc.,
Jack Ma, cofundador da Alibaba Group Holding Ltd., e o presidente da Baidu
Inc., Robin Li.
O problema para a indústria de commodities é que nenhum dos
caminhos à frente parece atraente.
Se o novo Politburo for capaz de infundir na economia
chinesa um pouco da genialidade disruptiva das províncias de origem de Li
Qiang, isso será negativo para a demanda. Uma mudança para serviços e
manufatura de alta tecnologia, embora extremamente necessária, transformará a
China em uma economia menos intensiva em recursos.
Se, por outro lado, Li simplesmente agir como o executor da
vontade de Xi, sobrará muito pouco impulso no modelo de crescimento que ele tem
seguido ultimamente. A força de trabalho da China está encolhendo, seu estoque
de capital está superdimensionado para uma economia em seu estágio de
desenvolvimento e o crescimento da produtividade vem enfraquecendo há algum
tempo.
As importações de petróleo, carvão e minério de ferro da
China atingiram o pico em 2020 e mostram poucos sinais de renascimento, apesar
da impressão do PIB melhor do que o esperado de segunda-feira (o cobre, um
metal importante da nova economia, é uma exceção). Se as mudanças do fim de
semana puderem levar a China a um caminho de crescimento mais sustentável
econômica e ambientalmente, isso é uma boa notícia para o país – e para o
mundo. Uma indústria de recursos que engordou por décadas com seu apetite
insaciável por matérias-primas, no entanto, deve tomar cuidado.
Comentei algumas semanas atras que a China estava
No campo geo político é possível que Xi esteja almejando
algo mais bélico em relação a Taiwan, as últimas medidas tomadas pelos EUA
restringindo a venda de chips estratégicos para a China pode forçar esse país a
controlar esse segmento, que se torna mais relevante notando as mudanças
efetuadas.
Observando tudo isso se nota o que se pode chamar de
autoritarismo padrão, onde as diretrizes ficam na mão exclusiva de uma única
pessoa, não a forma tupiniquim que as pessoas imaginam aqui!
No post o-medo-predomina fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Quais os objetivos desse trade? No caso em que o dólar caia mais forte, seria R$ 4,38 e na outra situação R$ 4,91. Esse é um caso interessante que vale mencionar. Com uma visão mais longa no primeiro caso depois dessa queda (R$ 4,38), deveria haver uma correção para em seguida uma nova queda, ou seja, esse cenário é negativo para dólar num prazo mais longo; já no segundo o dólar estaria em alta até que atinja R$ 6,06. Com essas opções, a princípio, não se deveria sugerir um trade de venda pois tem direções opostas, porém no curto prazo ambas são de queda, razão do trade” ...
Na última sexta-feira atualizei o stop loss para R$ 5,22 apontado na planilha semanal. Confesso que durante a semana fui tentado diversas vezes a zerar a posição, porém fui deixando a onda me levar, já que as cotações foram caindo. Por outro lado, não fiquei torcendo e subi o stop loss pois notava possíveis revezes, como venho enfatizando ultimamente. Hoje não deu outra, o mercado deve estar preocupado com a aproximação de Bolsonaro nas pesquisas mais recentes e temeroso, caso perca, de arrumar confusão na apuração aliado ao mal humor nos mercados emergentes por conta da China. Fomos estopados pela manhã.
Essa correção tem se mostrado mais desafiadora, fornecendo pistas para um lado ou outro que são eliminadas rapidamente.
Vou ficar fora desse mercado até que surja alguma oportunidade. No curto prazo, chamo a atenção para o nível atual ao redor de R$ 5,30 que está ameaçando a linha destacada com o símbolo em verde. Caso o dólar ultrapasse, fico de olho no intervalo entre R$ 5,37/R$ 5,44, sendo que, se esse último for ultrapassado, o “Stop Loss” apontado em vermelho R$ 5,51 vai ser fundamental comprometendo a hipótese de novas quedas.
O SP500 fechou a 3.797, com alta de 1,19%; o USDBRL a R$ 5,3021,
com alta de 2,75%; o EURUSD a € 0,9872, com alta de 0,12%; e o ouro a
U$ 1.649, com queda de 0,46%.
Fique ligada!
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