A inflação gabaritou #IBOVESPA
Ontem comentei sobre a importância do dado de inflação que
seria publicado hoje. Disse que, se o resultado apontasse para cima, criaria um
mal-estar no mercado, leia-se: queda da bolsa e alta dos juros. O que não era
claro para o Mosca era se o resultado seria exatamente como esperado ou até
melhor, dado que os mercados estavam precificados para a perfeição. Para que o
leitor entenda essa ideia, veja a seguir o que se esperava em termos de cortes
antes do anúncio.
O número gabaritou, foi exatamente o que era esperado. A inflação subiu 0,2% no mês e 2,9% a.a. Augusta Saraiva comentou na Bloomberg.
A inflação subjacente nos EUA diminuiu pelo quarto mês
consecutivo em termos anuais em julho, mantendo o Federal Reserve no caminho
para reduzir as taxas de juros no próximo mês.
O chamado núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) —
que exclui custos de alimentos e energia — aumentou 3,2% em julho em comparação
com o ano anterior, ainda o ritmo mais lento desde o início de 2021. A medida
mensal subiu 0,2%, uma leve aceleração em relação à surpreendente baixa de
junho, conforme mostraram os dados do Bureau of Labor Statistics na
quarta-feira.
Os economistas veem o núcleo do índice como um melhor indicador da inflação do que o CPI geral. Essa medida também subiu 0,2% em relação ao mês anterior e 2,9% em relação ao ano anterior. O BLS informou que quase 90% do avanço mensal se deve ao setor de habitação, que acelerou em relação a junho.
A inflação ainda está amplamente em tendência de queda à medida que a economia passa lentamente para uma marcha mais baixa. Combinado com um mercado de trabalho em enfraquecimento, a expectativa geral é de que o Fed comece a reduzir as taxas de juros no próximo mês, enquanto o tamanho do corte provavelmente será determinado por mais dados a serem divulgados.
Antes da reunião de setembro, os diretores do Fed receberão
mais dados da inflação, além de outro relatório de empregos — que será
fortemente analisado após os decepcionantes números de julho, que ajudaram a
desencadear uma venda global nos mercados e aumentaram os temores de recessão.
O presidente do Fed, Jerome Powell, e seus colegas disseram
recentemente que estão se concentrando mais no lado do trabalho de seu duplo
mandato, algo que provavelmente enfatizarão em seu simpósio anual em Jackson
Hole, Wyoming, na próxima semana.
Os preços caíram no mês passado para vestuário, carros novos
e usados, serviços médicos e tarifas aéreas.
Embora os números sejam reportados com uma casa decimal pelo
BLS, os diretores do Fed e os economistas gostam de olhar mais além para uma
melhor compreensão da trajetória da inflação. Em uma base de duas casas
decimais, o núcleo do CPI subiu 0,17%. E, para ter uma noção da tendência
recente, a figura anualizada de três meses avançou 1,58%, a mais baixa desde
fevereiro de 2021.
Os preços dos abrigos, a maior categoria dentro dos
serviços, saltaram 0,4% após 0,2% em junho, que foi o mais baixo desde 2021. O
aluguel equivalente dos proprietários — um subconjunto do abrigo e o maior
componente individual do CPI — também subiu 0,4%. O aluguel da residência
principal subiu 0,5%, o maior desde fevereiro e provavelmente levantará
questões após a volatilidade no início do ano.
No relatório, não há nada que possa causar grande preocupação, exceto a moradia, que, depois de dar um alento em junho, voltou aos resistentes 0,4% a.m., nível que perdura. O gráfico a seguir mostra que basta ficar frio que esse indicador vai cair ao compará-lo com os novos aluguéis. O Mosca tem uma ressalva: essa narrativa é feita mês após mês já faz um bom tempo e, mesmo assim, está duro na queda. Um fator que pode complicar é que os preços dos imóveis residenciais não estão caindo, o que seria esperado com juros elevados.
Por outro lado, se excluir o abrigo a inflação já se encontra abaixo de 2% em 1,8% a.a., e ainda melhor, retirando os itens voláteis de energia e alimentação vai para 1,7% a.a. Será que irá levantar a lebre da deflação? Hahaha ....
Muito bem, como deve estar o pessoal do Fed? Acredito que está se criando um consenso tão grande que eles não terão outra alternativa senão baixar os juros. É verdade que a próxima reunião só acontece em 18 de setembro, e até lá, duas publicações de inflação serão divulgadas. Mesmo assim, vejo as seguintes hipóteses para setembro:
- Mantém a taxa – um desastre para o mercado!
- Queda de 25 pontos – ruim, mas o mercado vai rolar os 50
pontos para a reunião de novembro.
- Queda de 50 pontos – Uhhhhh .... vem mais pela frente.
Não vai abrindo a Champanhe ainda, tem longos 60 dias até
lá!
No post --- senta que o Leão é manso --- fiz os seguintes
comentários sobre o IBOVESPA: “A mínima de 123,0 mil atingida na
segunda-feira coloca a opção de alta apresentada acima como a melhor
possibilidade no momento. Desde então, a recuperação vem se desenrolando de
forma adequada, faltando ultrapassar o nível de 127,5 mil” ...
Na última sexta-feira, finalmente iniciei uma sugestão de compra para a bolsa brasileira, nada contra, mas não se apresentou oportunidade com bom risco x retorno antes disso. O IBOVESPA finalmente rompeu a máxima histórica e caminha para o primeiro objetivo a 141,7 mil na onda 3 verde. Esse nível é calculado como o mais provável. Existe, entretanto, um detalhe: observando em janela de 1 hora, o objetivo acima seria da ordem de 136 mil. Em situações como essa, eu tendo a ficar com a opção de janela maior, mas observando a de janela menor. Por enquanto, vou subir o stop loss para 127,4 mil.
O SP500 fechou a 5.455, com alta de 0,38%; o USDBRL a R$ 5,4711, com alta de 0,32%; o EURUSD a € 1,1012, com alta de 0,18%; e o ouro a U$ 2.477, com queda de 0,72%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário