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A economia da felicidade

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Hoje o noticiário de jornal concentrou-se em dois fatos políticos, internacionalmente as prévias para escolha dos candidatos à Presidencia, nas eleições do final deste ano, e a abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal. Vou começar por este último, onde Janot ficou lado a lado a Eduardo Cunha. As fotos publicadas já dizem tudo, é o cordeiro ao lado do lobo! No âmbito internacional, O Senador Ted Cruz venceu o perigoso candidato Donald Trump, que vem realizando uma campanha polêmica, para dizer pouco. Do lado dos democratas, Hillary Clinton ganhou com pequena margem Bernie Sanders. Esta disputa aconteceu no estado de Iowa, que historicamente aponta com boa chance o futuro Presidente dos USA, conforme pode ser visto no quadro abaixo. É verdade que, New Hampshire é onde a probabilidade fica mais evidenciada.   Mas o assunto de hoje é sobre uma reportagem publicada pelo Wall Street Journal, sobre a preferência de consumo da geração M ilennials , jovens nascidos entre 19

O bom e o ruim da deflação

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Parece que todos estes meses, os países desenvolvidos, estão exportando deflação para os EUA. A queda nos preços das commodities e do dólar, em relação a alta de uma ampla cesta de moedas nos últimos anos, teve um grande impacto. Mas a magnitude do declínio dos preços de importação dos Estados Unidos tem sido muito significativa, de fato. E isso é importante por muitas razões. A competição pelo consumidor americano continua a ser feroz, uma vez que, os países exportadores desvalorizam a suas moedas e /ou  reduzem ainda mais seus custos para manter a sua participação de mercado. Enquanto as importações representam uma percentagem relativamente pequena do PIB dos EUA (<17%), os tecnocratas do Federal Reserve agora terão de trabalhar mais para elevar a sua inflação em toda a economia. Além disso, esses padrões de preços sugerem que não está tudo bem na economia global.   O gráfico acima mostra a evolução dos índices de preços de importação nos USA, por país de origem d

Quanto mais pode cair?

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"Quanto mais pode cair?" Está é uma frase muito ouvida nos meios financeiros, quando algum ativo cai muito. Quem diz essa frase raciocina que, esta é uma grande oportunidade de compra, e não deve ser perdida. Uma análise mais cuidadosa do conteúdo e do apelo emocional, percebe-se que a única razão por traz é que esse ativo caiu mais do que se poderia imaginar. Minha resposta normalmente nestas situações, é que o máximo que se pode perder é todo o capital investido, algo também bastante improvável, mas que tem o objetivo de provocar uma reação contrária. A conclusão é que o fato de ter caído muito, não significa que não possa cair mais! Um ex-colega da época que trabalhei no Banco Tendência, me relatou uma operação que realizou no mercado de juros japonês. - David, os juros no Japão estão em 0,75% a.a., comprei calls de juros - aposta que vão subir - para daqui a um ano, pagando um prêmio baixo, afinal, quanto mais eles podem cair? Naquela época, ao redor d

FED roda em falso

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A reunião do FED ontem não teve muita graça, uma vez que, ninguém esperava por um aumento dos juros, nem tão pouco queda! Hahaha... Mas mesmo assim, a atenção voltou-se a minuta publicada, haja visto a grande volatilidade vivida pelos mercados nos últimos dias. Pode-se resumir o comunicado como: As mudanças no texto estão em linha com os últimos dados econômicos, queda no PIB por fatores específicos, sólido crescimento do emprego e aumento da incerteza  global. Assim, o FED acompanhará de perto os acontecimentos. Em outras palavras, o FED não está preocupado com a dinâmica interna da economia americana, mas sim, com um eventual contágio dos eventos internacionais. O FED está deixando abertas as opções para a reunião de março, mas se o ambiente atual de preços de petróleo baixos, condições financeiras apertadas e um dólar forte persistir no curto prazo, a autoridade monetária poderá mudar para um posicionamento mais neutro. E vocês reclamam que o Mosca fica no muro! O que di

Um oásis no deserto

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Como acontece mensalmente, hoje participei da reunião de macroeconomia na Rosenberg, com a casa cheia. O cenário internacional tomou boa parte das discussões, na tentativa de esclarecer a elevada correlação entre as bolsas de valores e o petróleo, que do ponto de vista acadêmico não faz sentido. Várias hipóteses foram levantadas sem que houvesse alguma conclusão. A maior polêmica surgiu com uma pergunta, cuja resposta vale alguns bilhões de dólares: "Alguém trabalha com a possibilidade dos USA entrar em recessão - o que se denomina de  double dip?  Parece que todos não acreditam nesta hipótese, porém sem muita convicção. O que sim foi convicto, é que caso ocorra, não seria nada bom. Quando o assunto foi a economia brasileira, apresentou-se mais do mesmo, uma continua deterioração, sem muitas perspectivas de uma virada. Alguns acreditam que no 2º semestre possa melhorar um pouco, mas é só isso. Porém existe um setor que está indo muito bem, o externo. Ontem publicou-se o dé

O gato continua no telhado

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Estamos vivendo um ciclo vicioso entre três ativos de grande visibilidade internacional: petróleo, China (bolsa/fluxo de reservas) e bolsa americana. Dificilmente pode-se estabelecer qual a sequência entre eles. Entretanto, parece que esse último vem na esteira do petróleo, basta verificar no gráfico a seguir, como a correlação entre eles mudou recentemente. Já no caso da bolsa chinesa e seu nível de reservas, não é claro quem comanda quem.  Os investidores continuam preocupados com o futuro da economia chinesa, por mais que os analistas não acreditem em grandes quedas por lá. Esta não parece ser a visão de quem tem recursos investidos. O índice de bolsa Shangai CSI 300 vem caindo de longa data, e hoje a queda foi de 6,02%,  nível mais baixo nos últimos 13 meses. Nota-se claramente, que depois da alta vertiginosa do 1º semestre de 2015, iniciou um período de baixa, perdendo aproximadamente 50% de seu valor, desde o pico atingido em junho daquele ano.  Quanto a situação c

Banco incentiva o descanso

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Ao observar o título de hoje do Mosca,  vocês podem ser levados a um raciocínio de que finalmente um banco, ramo de negócio tido como estressante, resolveu pensar em seus funcionários. Mas na verdade o anúncio do JP Morgan, maior banco do mundo, é um pouco diferente, eles lançaram um plano para incentivar os funcionários de seu braço de investimentos,  take the weekends off ! Com uma ressalva, desde que não haja um negócio a ser fechado no final de semana. Este programa que foi denominado "Pencils Down",  é incomum nas instituições de Wall Street, onde trabalhar 100 horas por semana é sinal de orgulho e criticado por outros que consideram um aspecto antiquado do trabalho, que leva ao esgotamento precoce. Alguns bancos de Wall Street lançaram ações semelhantes, e uma das razões citadas dá conta que os empregados de nível mais baixo estão sujeitos a condições de trabalho extremo. Isso deve-se, depois que um estagiário do Bank of America, faleceu em 2013. Um exame médico e