Postagens

Carregamento de posição

Imagem
Com poucas notícias no front vou aproveitar para abordar um assunto de interesse dos leitores, embora imagino que, parte conheça o assunto. Em inglês, se denomina carry trade, a ação de investir num pais distinto do seu, cujos títulos tem juros superiores ao de seu país. Essa matéria não nos interessava no passado, pois como a taxa de juros no Brasil era muitíssimo superior à de outros países, não valia nem fazer a conta, o negócio era ficar aqui em reais. Tanto é verdade que, alguns estudos calcularam que um investimento no Brasil multiplicou por 10, num período de 10 anos. Em outras palavras, se U$ 1 fosse investido no Brasil em reais, rendendo CDI, terminado um período de 10 anos, esse investidor teria U$ 10. No post de hoje, vou indicar como fazer esta conta, neste tipo de operação, e em seguida, algumas das oportunidades que os investidores identificaram recentemente. Vamos imaginar hipoteticamente que dois países tem a seguinte estrutura de juros: País A – ju

Na mosca

Imagem
Foi anunciado o esperado resultado de emprego nos EUA. Esperado porque, no mês passado, o número foi decepcionante levantando dúvidas se o mercado de trabalho estava revertendo. Entretanto, ficou mais ou menos dentro do esperado. As expectativas de que as baixas temperaturas de fevereiro, que tiveram impacto nos resultados de emprego em fevereiro, se normalizaria em março, foram confirmadas, quando foi anunciado a criação de 196 mil vagas, acima dos 177K esperados. A revisão dos dados de fevereiro foi modestamente mais alta, de 20 mil para 33 mil. Houve alguma fraqueza inesperada nos empregos industriais, que caíram 6 mil em março, a primeira queda desde julho de 2017. Essa tendência vem se tornando rotina nos países desenvolvidos, o que fornece subsidio nos cenários desenvolvidos pela Gavekal, relatados durante essa semana # 2 e # 3. E enquanto a maioria estava focada na criação de novas vagas, que vieram mais fortes do que o esperado, a surpresa deste mês foi o g

Tchutchuca!

Imagem
Já dizia a frase “filho de peixe peixinho é”. Ontem o deputado Zeca Dirceu, filho de José Dirceu baixou o nível na Câmera dos Deputados, em secção da CCJ. Usando um termo chulo, chamou o Ministro Paulo Guedes de parecer um “tchutchuca” com os milionários. Acredito que a intenção desse político foi atingida, a de tumultuar a secção provocando Guedes, que é conhecido pelo seu pavio curto. Acho que ele até que foi respeitoso, respondendo que “Tchutchuca era a mãe”, talvez eu em seu lugar mandaria o deputado para PQP! Mas podemos ficar surpresos? Acredito que não, esse tipo de atitude de políticos brasileiros, espelha em grande parte a sua qualificação. Esse é o espectro de quem nos representa. Mas talvez o recado mais importante que o bate-boca acarretou, é que o governo não tem articulação política, e se pretende passar matérias que dependam de aprovação, terão que fazer alianças com os partidos. Caso contrário, situações como as de ontem, se repetirão, membros do governo sendo

Sem torcida

Imagem
Se tem algo que um investidor precisa aprender em sua vida profissional, é separar a realidade da “torcida”. Inúmeras vezes estive posicionado em algum mercado, onde as cotações foram contra minha posição. A primeira reação é imaginar que o mercado está errado, basta esperar que você sairá ganhando. Nada poderia ser mais arrogante, pois mesmo que seja esse o caso, na melhor das melhores hipóteses, você errou o momento. Na grande maioria desses casos, você é que está errado. Outras vezes, se usa o argumento que, comprou para o longo prazo, e que não se importa com que acontece no mercado no curto prazo. Aqui merece uma ressalva, se realmente você tinha um horizonte tão extenso, e não mudou apenas porque está com prejuízo, deveria observar se aconteceu algum fato que mudou em relação as suas ideias inicias, e aí sim, decidir se mantem ou realiza o prejuízo. Na grande maioria o argumento de longo prazo aparece a posteriori. Quando comecei a usar análise técnica, me habituei

Fed está de espectador

Imagem
Alguns membros do Fed estão preocupados pela ideia que voga no mercado, a de que os EUA estariam caminhando para uma recessão. Na verdade, o impacto da curva de juros é o parâmetro mais observado ultimamente com esse objetivo. Parece que, de uma forma conjunta, estão vindo a imprensa para acalmar contra essa possibilidade. O artigo a seguir, elaborado pelo Wall Street Journal, relata algumas entrevistas com membros do Fed. Neel Kashkari, um dos mais consistentes opositores do Federal Reserve sobre os aumentos das taxas de juros, diz que este não é o momento para o banco central cortar os custos dos empréstimos. Por enquanto, o presidente do Fed de Minneapolis acredita que o banco central dos EUA está no lugar certo. Ele e outros funcionários do Fed citaram dados econômicos recentes dos EUA, incluindo a inflação suave e a desaceleração do crescimento global como razões para adiar mais aumentos nas taxas por um tempo, enquanto avaliam a saúde da expansão. "Algu

A China anima o mercado

Imagem
No começo do mês são publicados os PMIs de diversos países. Naturalmente a atenção se volta para os maiores, principalmente em momentos de tanta indefinição. Neste sentido, nada poderia animar mais que um resultado positivo advindo da China. E foi isso que aconteceu, os dados de março indicam que a mínima aconteceu (pelo menos por agora) em fevereiro.   O resultado pode ser visto no gráfico abaixo que ficou em 50.5 quando se esperava 49.6. Esse resultado foi visto pelo mercado como duplamente favorável, primeiro ficou acima de 50, o que indica expansão; e segundo, acima das expectativas dos analistas, apresentando o maior ganho mensal desde 2014. Isso por si só, fez com que os investidores ficassem otimistas. Numa avalanche de ameaças de recessão, impulsionou as bolsas de valores ao redor do mundo. Então podemos ficar tranquilos? Não aconselho, ou melhor nem a Gavekal. Os leitores do Mosca sabem meu apreço por essa empresa, que produz material único sobre economia,