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O Deutsche Bank ficou nu

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Eu trabalhei quatro anos, entre 1998 a 2002, como diretor da aera de investimentos do Deutsche Bank no Brasil. Antes de aceitar o convite, confesso que tive um pouco de receio de me juntar ao banco em função da minha origem judaica. Depois de conversar com algumas pessoas percebi que não tinha nada a ver o que aconteceu no passado. Posso dizer que durante esse período fui muito bem tratado e não aconteceu um A, que pudesse me deixar na dúvida. Naquele momento, o banco no exterior contratou um grupo de 50 profissionais da Merrill Lynch. Esse grupo assumiu as duas áreas mais importantes do banco: Capital Markets e Asset Management. Quando recebi a comunicação dessa restruturação fiquei surpreso pela complacência dos alemães, afinal um banco com mais de 100 mil funcionários se curvava ao desejo de dois executivos ianques. Com o espirito americano, esse grupo saiu a compra de um banco americano que não estava muito bem das pernas. Dito e feito, comparam o Bankers Trust. I

Debaixo da Água

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O mundo está ficando aparentemente mais calmo, talvez a única preocupação que ainda paira no ar é o Irã. Com a República Islâmica anunciando que violou os limites de enriquecimento de urânio acordados no acordo nuclear de 2015, a primeira coisa a ter em mente - e muitas vezes é esquecida - é que o Irã só teve uma razão para iniciar um programa nuclear: ameaçar seus vizinhos. Isso foi verdade para o xá Mohammed Reza Pahlavi nos anos 1950, e é verdade no estado teocrático que se seguiu. Devemos começar a nos preocupar quando o Irã tiver 1 tonelada de urânio enriquecido para 3.67%? Ou podemos permanecer otimistas até começarem o enriquecimento a 20%? Os iranianos provavelmente permanecerão - ou pelo menos darão a impressão de permanecerem - dentro de níveis de enriquecimento que lhes permitam alegar que não estão realmente tentando fabricar armas nucleares. Se dá para confiar ou não deixaremos para a alta espionagem do ocidente acompanhar. Aqui no Brasil, passados 6 meses da

America First

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O America First . A frase já diz tudo, sua gestão seria voltada para os americanos e o resto que se dane! No quesito retorno da bolsa de valores isso já acontecia muito antes de sua posse, e é sobre esse assunto que iremos abordar. lema de Donald Trump, antes de ser eleito presidente dos EUA, se resumia na frase No post de ontem busquei sensibilizar os leitores sobre o impacto da queda de rendimentos dos títulos de renda fixa no Brasil, bem como, alertar para novas alternativas com o objetivo de melhor rentabilizar seu portfólio. Umas das possibilidades já existentes para nós, são os investimentos feitos no exterior a partir de veículos locais. Não é objetivo do Mosca descrever como poderia ser feito, consulte seu assessor financeiro nesse assunto. Os americanos têm uma razão para celebrar, a maneira inspiradora como a América Corporativa continua a superar o resto do mundo. As ações nos EUA podem estar no topo, mas o resto do mundo não está. Na verdade, os EUA s

A moleza acabou

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Hoje vou tratar da poupança para o futuro e os cuidados que se tem que tomar na formação de seu portfólio. Até agora, era razoavelmente confortável ficar com seus investimentos em renda fixa, principalmente no Brasil onde as taxas de juros eram elevadas, e para dizer a verdade, ainda são. Talvez ao analisar sua carteira no final destes últimos meses, você fica feliz ao notar que seu rendimento foi muito superior ao CDI. Tudo isso se você seguiu as recomendações do Mosca e evitou investimentos indexados ao CDI. Caso não tenha feito isso, sua situação é mais delicada, e as informações contidas aqui podem te auxiliar. Vou dar uma notícia que pode não te agradar. Se esse excesso se deu na sua carteira de títulos, é melhor ir guardando o excedente, pois isso significa que seus investimentos foram marcados a preços de mercado, parâmetro que você tem que usar em seus cálculos. A má notícia e que, a maior parcela de seus ganhos já ocorreu. Antes de mais nada, vamos usar uma f

Mario passa o bastão

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O atual Presidente do BCE, Mario Draghi, teve bastante coragem ao enfrentar a rigidez alemã na condução da política monetária europeia. O Mosca tendo sido um grande crítico da política de juros negativos, mas é sempre mais fácil falar do que fazer. Não sei se outro profissional teria outra ideia melhor, considerando que, esse cargo não permite a implementação de políticas fiscais. O grande problema insolúvel foi a criação da moeda única. Para quem é leitor antigo do Mosca , acompanhou diversos posts versando sobre esse tema. Na teoria econômica é sabido que, a taxa de câmbio, faz parte das ferramentas de um país com moeda própria. Como exemplo, vejam o histórico do real desde sua criação, e principalmente quando se tornou “livre”. Momentos muito valorizados até 2008, um pouco antes da grande crise e muito desvalorizado no auge da recessão brasileira de 2015. Agora ter uma mesma cotação para a Alemanha e para a Itália, é quase uma missão impossível. O BCE de Draghi mirou p

O Fed está com o dedo no gatilho

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Mesmo com o alivio temporário ocasionado pela trégua entre os EUA e a China, na opinião do Mosca e boa parte dos analistas, os estragos desse embate continuam a pesar sobre os dados econômicos. O Fed acompanha de perto essas informações a fim de decidir seus próximos passos no Comitê de política monetária. As publicações nesse começo de mês não são muito animadoras. Preparei a seguir, informações do PMI da Indústria de alguns países - EUA, Europa, UK e Suíça, nessa sequência. Um apanhando global elaborado pelo JPMorgan também aponta resultados negativos e de certa forma preocupante, dado o longo período que se encontra em retração. Se a decisão se baseasse somente nos dados passados o Fed e seus pares deveriam estar preparando medidas de estimulo para a economia, entenda-se baixar os juros, afinal essa é a arma que sobra no momento. Mas alguns indicadores, ou projeções, apontam no sentido contrário. Se as evidencias passadas podem ser ainda usadas, haja

Boas fotos com poucos resultados

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No último final de semana, os EUA e a China selaram uma trégua na disputa comercial que ameaçava as economias mundiais. Trump, em campanha para sua reeleição, não perdeu tempo e escreveu em seu Twitter a maravilha que ele conquistou para os americanos, enquanto os chineses anunciaram sua versão que não é exatamente a mesma. Como se pode notar do quadro acima, a única coisa que se pode concluir é que no momento o risco de imposição das tarifas foi descartado, porém, não eliminado. Mas não se poderia esperar nada diferente entre os dois países. No lado americano, Trump não estaria disposto a colocar em risco sua reeleição, que nas condições de hoje é bem elevada, basta observar o que os candidatos democratas estão postando em seus Twitters.   No lado Chinês, sua economia se encontra em queda. Eles sabem que, com uma população de 1,3 bilhões de pessoas, não pode brincar. Basta ver como uma medida mais arrojada gerou e está gerando protestos na ilha ao lado, Hong Kong.