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Obeso

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Neste final de semana encontrei alguns leitores antigos do Mosca . Em tom de crítica ouvi duas reclamações da sua evolução no tempo. A primeira dizia respeito a complexidade dos assuntos tratados, onde esse seguidor disse que no começo entendia com facilidade, e agora até entende os gráficos, porém não o conteúdo da matéria; o outro apontou a vertiginosa queda de assuntos relativos a economia brasileira. Refleti um pouco nesses pontos afinal a assiduidade é imperativo na continuidade de qualquer serviço. Sobre o primeiro ponto, é verdade que o Mosca evoluiu na complexidade, incialmente era mais comentários sobre índices de atividade econômica e agora as matérias são mais profundas. Não sei como equilibrar essa situação, pois, por outro lado, outros leitores devem estar aproveitando essa mudança, não poderia voltar aso estágios inicias. Talvez um resumo no final do artigo de forma simplificada pode ser útil. Em relação aos assuntos brasileiros o que acabou acontecendo é q

Ainda não

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A ilustração do post ilustra bem o momento em que vivemos. Com quase U$ 17 trilhões em títulos que oferecem juros negativos, encontrar algum que rende alguma coisinha, e que não seja nem venezuelano nem argentino, é desafiador. A grande questão é se esse movimento se expande para outros países, o EUA inclusive, ou daqui há pouco, tudo não passará de história retornando à normalidade. Se souberem alguém que tem a resposta, nos avise! O mercado já fez suas apostas pesadas que a economia americana está na vertente de uma desaceleração que a levaria a uma recessão. Esse é o consenso do mercado, pelo menos, apontado nos mercados de juros, com sucessivas quedas espelhadas nos contratos de futuro. Para se ter uma ideia, o gráfico a seguir aponta a probabilidade de 4 ou mais reduções de 0,25% dos juros ainda em 2019 (considerando que uma já ocorreu). O que pode ser mais questionável é a extensão da queda econômica. Para que essas previsões se concretizem é necessário que os

Ninguém se entende

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Desde que a Inglaterra decidiu se separar da União Europeia em 2016, não consigo imaginar a quantidade de material publicado pelos bancos com análises das diversas possibilidades de separação. Confesso que, no início acompanhava com mais assiduidade, mas ultimamente parei. Eu desafio qualquer britânico, analistas incluídos, para que dê uma solução, pois ninguém se entende. Como as próprias pesquisas indicam, existe uma parcela equânime entre os que querem sair e os que não querem, e pior, durante esses três anos quase ninguém mudou de lado. O mais recente Primeiro-ministro, BoJo, tentou dar uma de “esperto”, e usando uma saída legal existente, solicitou a Rainha Elizabeth para fechar o Parlamento. Imaginou que, desta forma, por bem ou por mal, em 31 de outubro resolveria esse imbróglio. Os legisladores britânicos impuseram derrotas duplas ao primeiro-ministro Boris Johnson, frustrando seu esforço de tirar a Grã-Bretanha da União Europeia. As pancadas consecutivas na q

Mordendo a língua

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O Mosca é um ferrenho incentivador de fundos passivos. Em diversos posts publicados, mostrei a evolução meteórica desse mercado e suas vantagens sobre os fundos tradicionais. Esse é um segmento que continua crescendo de forma constante pela sua facilidade de negociação, liquidez e baixo custo. Esses argumentos continuam válidos, porém um artigo publicado pela Bloomberg, colocaram algumas dúvidas na minha convicção. O problema tem a ver com a liquidez dos ativos que compõem a carteira do fundo. O segredo obscuro dos fundos de índice passivos - seja aberto, fechado ou ETF - é a distribuição do valor diário em dólar negociado, entre os títulos nos índices que eles imitam. No índice Russell 2000 (índice compostos por empresa denominadas de small caps ), por exemplo, a grande maioria das ações é de baixo volume negociado. Considerado um dia qualquer como amostra, 1.049 ações negociaram menos de US $ 5 milhões em valor durante o dia, isso representa mais da metade do total

Como encarar a resiliência do SP500

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A bolsa americana teria tudo para estar caindo, uma serie de evidencias dão conta que, a economia americana poderia estar próxima de uma recessão. Porém não é esse o sinal capturado até o momento, com uma pequena distância de 3% da máxima histórica, qual seria a razão? Na reunião de ontem na Rosenberg, ao comentar o SP500 com a visão da análise técnica, tenho certeza que choquei aos presentes, ao dizer eu seria comprador, caso o índice ultrapasse um determinado nível (veja abaixo na secção de análise técnica qual é esse nível). O objetivo hoje é apresentar alguns dados que sugeririam a queda da bolsa com uma visão sobre os fundamentos. Comecemos pelas projeções que apontariam uma recessão no horizonte. Embora eu tenha publicado um post questionando o critério de inversão da curva de juros, para essa sinalização  sob-suspeita , o mercado não encara desta forma. O mercado de bonds está dando indicações que essa possibilidade existe e de forma mais razoável. A razão da in

o juro positivo impagável

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Me lembro há 25 anos quando os títulos da Argentina eram muito mais valorizados que os brasileiros. Naquela época, o CDS – Credit Deafult Swap medida do retorno de um título soberano acima da taxa do tesouro americano, era a metade da brasileira. Na linear, nós acreditávamos ser um absurdo essa diferença e montamos operações objetivando a diminuição dessa diferença. Mas como dizia Maynard Keynes, o mercado pode ficar mais tempo irracional que você solvente, e acabamos perdendo dinheiro nessa posição. No ano 2001, o país vizinho declarou moratória considerada a maior da história de U$ 102 bilhões. Dez anos antes, havia implantado um plano de conversibilidade da moeda denominado de plano Cavallo, em homenagem a seu Ministro da Economia, Domingos Cavallo, para conter a inflação. A taxa de conversão era de U$ 1,00 para cada peso argentino. Em dezembro desse ano, a Argentina declarou moratória, sem conseguir um acordo com o FMI. O embate iniciado em 2005, só foi renegociado e

Quando a emoção prevalece

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Como seres humanos nossas decisões são baseadas em análises racionais, mas também influenciado por fatores emocionais. Minha experiência de vida mostrou que nem o excesso de um lado ou de outro, leva a boas decisões. Assim também é nos negócios, pois quando a situação é favorável existe uma propensão maior de se tomar decisões influenciados pela emoção, uma dose exagerada de otimismo leva a assunções não realistas. O mesmo acontece no outro sentido, quando as notícias são ruins, ou perdemos boas oportunidades ou liquidamos posições prematuramente. No momento atual, acredito que as discussões sobre a saúde financeira global e os vários conflitos espalhados pelos países, tendem a exagerar suas consequências. Por exemplo, um dos alarmes mais divulgados recentemente é o risco de uma recessão. O gráfico abaixo, que aponta a pesquisa da palavra recessão, está bem próximo do que ocorreu na crise de 2008. Talvez esse tipo de preocupação ocorre entre aqueles mais instruídos,