Postagens

Nem jurando por Deus #SP500

Imagem
  Esta semana, o Fed e o BCB irão anunciar sua política monetária ao mercado na quarta-feira — não combinaram! Por aqui parece certo uma elevação de 50 pontos base, levando a taxa SELIC a 2,5% a.a., e o BC provavelmente indicará que não vai ficar por aí, com novas altas acontecendo durante o ano. O Mosca estima que a taxa deverá parar entre 4% e 4,5% a.a. A pressão dos alimentos e comodities está afetando os índices inflacionários. Já o Fed terá um bom trabalho para convencer os investidores de que não irá elevar os juros por um bom tempo, e que a inflação sofrerá uma elevação temporária, mas no longo prazo permanece dentro da meta de 2% a.a. Um artigo do jornalista Conor Sen na Bloomberg aponta para a dificuldade dessa reunião.   A linguagem do presidente Jerome Powell em discursos recentes enfatizou que os fatores necessários para justificar o aumento das taxas serão muito diferentes do passado. No novo quadro espera-se que os resultados econômicos sejam alcançados antes de aum

Incrivelmente quieto #usdbrl

Imagem
  Enquanto no mundo Ocidental as discussões seguem em todos os fronts, na segunda economia do mundo nada se ouve, a vida continua de forma normal —assim imaginamos! É pacote fiscal para cá e para lá, receio de inflação acima do desejável, bancos centrais ativos na compra de títulos, todos no intuito de não deixar cair a peteca, ou melhor, o PIB. Na China não se noticia nada de muito expressivo, mas os resultados publicados são de dar inveja. Um artigo de Tom Hancock e outros na Bloomberg apresenta os últimos resultados da produção industrial e vendas no varejo. A atividade econômica da China cresceu nos dois primeiros meses do ano em comparação com um ano atrás, embora os números mostrem uma recuperação desigual, com forte produção industrial alimentada por  Exportações  mas com gastos de consumidores mais devagar. Os dados oficiais divulgados na segunda-feira mostram taxas de crescimento sem precedentes de mais de 30% para indicadores-chave, em grande parte devido a distorções

A Mulher Maravilha #nasdaq100

Imagem
  O mundo de ETF cresce de forma expressiva, hoje existem 7.706 fundos diferentes no mundo, sendo 2.204 nos EUA. Você pode se perguntar: e no Brasil? Apenas 17! Esta poderia ser uma notícia ruim, mas é ótima — significa que esse número ainda vai crescer muito. O motivo do sucesso de tais fundos é a facilidade de negociação, mas principalmente o custo. O investidor não é muito propenso a mudanças. Demora, mas quando ele começa a mudar, algo que era um sucesso pode virar um fracasso. É sabido que o americano adora ações, não porque tenha alguma razão afetiva, mas por ser uma classe de ativo que obteve retorno consistente em períodos longos. Até pouco tempo atrás, o veículo usado eram os fundos mútuos. Em 2020, 60% dos fundos de grande capitalização dos EUA ficaram atrás do benchmark S&P 500, de acordo com novos dados do Índice S&P Dow Jones. Mas o fracasso da maioria dos fundos de ações em bater índices de referência  não foi novidade : 2020 foi o 11º ano consecutivo em q

Contra o fluxo não tem argumento # juros de 10 anos

Imagem
  Num determinado momento da minha vida profissional, eu trabalhei na Planibanc, que era uma corretora de valores embora tivesse nome de banco. Essa empresa tinha uma composição de pessoas físicas com 30% — um deles o ex-diretor do Banco Central, Luis Carlos Mendonça de Barros — e pessoas jurídicas de peso na época — Grupo Votorantim, Pão de Açúcar, Brasmotor e Bardella. Até então, minha especialidade era renda fixa, e eu tinha pouco conhecimento de bolsa de valores, onde aprendi muito com o diretor dessa área Emir Nicolau Capez. O ambiente era ótimo, todos os diretores engenheiros, e cada um na sua especialidade. Com a qualidade desses sócios, não havia problema com crédito, bastava imaginar alguma operação interessante que conseguíamos tomar empréstimo com taxas baixas. Em fevereiro de 1986, o governo lançou um programa de congelamento de preços e baixou violentamente a taxa de juros — lógico que não iria dar certo, mas podia durar um tempo. As operações de renda fixa ficaram

Sem torcida #Ibovespa

Imagem
  Não se fala em outra coisa nos mercados a não ser inflação. Parece que o tema do Mosca viralizou. Aqui no Brasil temos uma vantagem ( vantagem? ): a pandemia e os movimentos recentes do Judiciário polarizam as notícias. Ontem o Jornal Nacional ficou 32 minutos, cronometrados no relógio, com a fala de Gilmar Mendes e Lewandowski sobre a condenação do ex-juiz Sergio Moro. Naturalmente, deixei sem som para não me irritar, mas certamente esse assunto não era de interesse do grande público com tamanho detalhe. Por que então estaria a rede Globo interessada em desclassificar a Lava Jato? Mas voltando ao cerne da questão mais importante a ser acompanhada nos próximos meses, hoje foi publicado o índice de inflação americano – CPI. O resultado veio em linha com o consenso subindo 0,4% a.m. e elevando para 1,7% a.a. em 12 meses. Por outro lado, o resultado subtraindo os itens mais voláteis foi de 1,3% a.a. À primeira vista, esse resultado é tranquilizador, porém um detalhe da coleta pode dei

O falso negativo #SP500

Imagem
  Talvez o leitor, ao se deparar com o título do post, seja levado a pensar que vou falar de Covid-19. Não é o caso. O assunto que trago hoje é um livro lançado por William J. Bernstein, neurologista e diretor da empresa de gestão de recursos Effcient Frontier Advisor. O livro, intitulado  The Delusions Of Crowds: Why People Go Mad in Groups ,  investiga mais profundamente o cérebro humano, e como seu desenvolvimento evolutivo pode nos desviar do caminho nos atuais mercados de capitais. Barry Ritholtz faz um resumo do livro após uma conversa entre ambos. O sistema límbico humano controla nossa emoção, comportamento e memória de longo prazo (entre outras funções). " Seu eventual sucesso nas finanças se dá pela supressão do sistema límbico — seu sistema 1, o sistema emocional muito rápido. Se você não puder suprimi-lo, vai morrer pobre ." O livro se concentra em três de nossas principais caracterizações: Os humanos são os Macacos que contam histórias, imitam outros e bus