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Fed na corda bamba #Ibovespa

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  Assim como verificamos nossa saúde periodicamente ou quando surge um problema, o sistema financeiro está passando por um checkup mundial. Hoje pela manhã o soupe du jour é o Credit Suisse, um banco que quis ultrapassar os limites de sua competência, o Private Bank, e não se deu muito bem. Num ambiente como este, quem tem colesterol alto precisa de dieta, exercício e “mudar de vida” – entenderam o que irá acontecer! O Fed tem agendado reunião de política monetária na próxima semana e apenas uma semana atras já tinha o paper pronto para entregar à imprensa, com alta de 50 bps além de novas altas para o futuro, mas agora Powell deve ter pedido para segurar. Isso me fez lembrar uma situação semelhante quando, antes de uma reunião, recebi o telefonema do tesoureiro de um grande banco dizendo que estava com a minuta que seria assinada na mão; pedi uma cópia e guardei, mas não fiz nenhuma aposta. Quando saiu o resultado final da reunião, se a decisão inicial levava para alta de juros, na

Os Justiceiros #SP500

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  Me recordo bem quando nos anos 80 eu estava assistindo a uma conferência internacional e o apresentador comentou que, se o banco central americano não agisse, os Bond Vigilantes iriam entrar em ação. Na hora não entendi a quem ele estava se referindo; quem era essa figura? será que o banco onde eu trabalhava também poderia contratar esse serviço para me controlar? Fiquei inibido de perguntar quem eram esses “vigilantes”. Depois fui saber que era uma expressão figurativa dos traders de bonds do mercado. A expressão pode se traduzir como “Os Justiceiros dos Títulos” Depois desse momento, nunca mais ouvi essa expressão novamente, mas um artigo de Bill Dudley na Bloomberg diz que os Bond Vigilantes vêm aí. Se o governo não fizer nada a respeito dos problemas fiscais, o mercado irá fazer. Ainda no início da década de 1990, os líderes americanos se preocupavam muito com a forma como os investidores em títulos reagiriam às suas decisões. James Carville, estrategista político de Bill Cli

Bonançavírus #usdbrl

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  O stress financeiro provocado pela intervenção no SVB na última sexta-feira continua, mesmo o Fed tendo agido rápido efetuando a venda desse banco no domingo para o HSBC por £ 1,00 - para esse montante poderia ser em qualquer moeda que não faria a menor diferença, e intervindo no Signature Bank instituição especializada nas criptomoedas, não acalmou os ânimos. Tomou uma outra medida para evitar a quebra em sequência das startups garantiu liquidez para os clientes do SVB acima da garantia oferecida pelo FDIC de U$ 250 mil, através de operações de swap contra a carteira de Treasury bonds. Na última sexta-feira enfatizei o fato de a carteira desse banco ser em títulos do governo o que permite uma operação simples de geração de liquidez que foi feita pelo Fed. Também disse que não basta ser solvente precisa parecer solvente e quando uma corrida de liquidez acontece não se sabe nem quando nem como vai parar. Para maior compreensão do que ocorreu e de quem é a culpa, se é que se pode

Elementar meu caro Watson! #nasdaq100

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  Eu já mencionei antes — mas vale relembrar — que aprendi, logo que comecei minha carreira na área financeira, uma das situações que quebra um banco e que se chama mismatch [descasamento]. Seu conceito é muito simples: se um banco empresta por um período mais longo do que capta seus recursos, ambos a uma taxa fixa, vai ter prejuízo se o juro subir. Numa empresa não é tão grave, mas no setor financeiro pode ser mortal, pois o setor bancário é alavancado, algo entre 8 a 10 vezes seu patrimônio. Por esses motivos, e por se tratar de uma caixa preta para quem está de fora, não basta ser solvente — precisa parecer solvente, para que não ocorra uma corrida bancária. Tudo isso que comentei acima ocorreu com um banco de médio porte nos EUA, o Silicon Valley Bank, cuja ações caíram 60% somente ontem, como relata Robert Armstrong no Financial Times. As ações do Silicon Valley Bank caíram 60 por cento ontem, depois que a empresa disse que fez grandes mudanças em seu balanço e emitiria nova

Será um milagre? #ouro #gold

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  Sabemos pelo noticiário que a China abriu sua economia e resolveu abandonar a ilógica maneira de tratar a Covid. Desta forma, criou uma esperança para o mundo de eventualmente evitar uma recessão, ou amenizar, mas também pode colocar mais fogo na lenha caso as economias desenvolvidas não desacelerem. A inflação tem sido um tema mundial que se alastrou por todos os países, porém, existem algumas exceções onde a inflação se manteve em níveis baixos, onde a China se encontra. Mesmo sem ter liberado sua economia até mais recentemente já era estranho que os níveis de inflação estivessem “estáveis” no padrão de sempre. Porém, depois de aberta, parecia impossível que não fosse contaminada pela alta dos preços de alimentos e combustíveis. Mas por enquanto nada, até caiu no mês passado, como comenta Stella Yifan Xie no Wall Street Journal. As pressões inflacionárias na segunda maior economia do mundo diminuíram mais do que o esperado em fevereiro, após um pico pós-reabertura, um sinal do

Evento perde, perde #ibovespa

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  É muito provável que os leitores conheçam a frase “ganha, ganha” que é aplicada em situações em que existem duas alternativas e é positiva qualquer que seja a opção, mas talvez nunca tenham visto a “perde, perde”, por razões óbvias ninguém iria propor ou publicar. Pois bem, é essa a situação em que se encontra Powell. Se subir demais a taxa de juros, vai levar a economia americana à recessão e, se subir de menos, pode perpetuar a inflação. Considero muito pequena a chance de não acontecer nenhuma dessas hipóteses, ou seja, um pouso suave. Quais os motivos que me levam a tal conclusão? Primeiro, estamos saindo de uma década de farra monetária, os helicópteros incansavelmente despejaram trilhões – na pandemia trabalharam em hora extra, dólares euros, yens, franco suíços, libras e sei lá mais o quê! Segundo, saímos de um cenário onde a taxa de juros mais alta era de 0,25% nos países desenvolvidos, cujo espectro contemplava os de juro negativo; e por último, ninguém sabe qual é o nível