A China não para
A economia chinesa cresceu 6,8% no primeiro trimestre, mais
do que era esperado, contrariando as expectativas de desaceleração, embora a
queda nas exportações e a produção industrial possam se tornar um obstáculo nos
próximos meses.
O ritmo de crescimento correspondeu à taxa do trimestre
anterior e confundiu as previsões de alguns investidores e analistas de que, a
economia desaceleraria no início deste ano em meio a uma redução da dívida do
governo, com uma diminuição dos investimentos em propriedades, infraestrutura e
fábricas. As vendas no varejo mantiveram-se particularmente bem, subindo 9,8%
no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior
As exportações, inesperadamente fortes nos primeiros dois
meses do ano, juntamente com o consumo doméstico resiliente e a produção
industrial, ajudaram a elevar o crescimento. E, até agora, as tensões
comerciais entre Washington e Pequim tiveram pouco impacto sobre a China,
apesar de algumas autoridades e economistas estarem preocupados com o fato de
uma prolongada batalha comercial possa mudar isso.
"Vamos enfrentar alguns desafios no comércio em um
futuro previsível", disse Xing Zhihong, porta-voz do Departamento Nacional
de Estatísticas, em uma entrevista coletiva na terça-feira. Ainda assim, Xing
disse que a demanda doméstica saudável ajudará a compensar qualquer possível
queda nas encomendas estrangeiras. "O atrito comercial entre os EUA e a
China não pode vencer a economia chinesa", disse ele.
A possibilidade de uma contundente batalha comercial surge
quando aparecem sinais de que os embarques no exterior, as vendas de moradias e
a produção industrial - todos os pilares da economia da China - estão começando
a enfraquecer. Por exemplo, dados oficiais mostram que as fábricas chinesas
estão começando a produzir menos mercadorias para os mercados estrangeiros.
Essa desaceleração, é estimulada pela antecipação de maiores
barreiras para entrar no mercado americano e por um abrandamento da demanda
global, após um ano durante o qual as principais economias do mundo cresceram
em rara harmonia. Essas expansões sincronizadas estão "chegando ao
fim", segundo um novo relatório do Instituto de Finanças Internacionais,
com sede em Washington.
Washington e Pequim estão envolvidos numa disputa comercial
desde que o governo Trump impôs novas tarifas sobre painéis solares fabricados
na China, máquinas de lavar, aço e outros metais no início deste ano. Ambas as
partes ameaçaram impor novas taxas ao aumento das listas de bens de cada país.
As crescentes tensões atormentaram os mercados globais e levantaram
preocupações de que uma guerra comercial de alto impacto derrubaria a economia
global.
O superávit comercial da China com os EUA continuou a
aumentar no primeiro trimestre. Mas os embarques no exterior caíram no mês
passado, fazendo com que a China registrasse um déficit comercial raro com o
resto do mundo. Enquanto isso, a produção industrial cresceu apenas 6% em
março, ante 7,2% no primeiro bimestre do ano e 6,8% no trimestre. O
investimento em edifícios, fábricas e outros ativos fixos cresceu 7,5% no
primeiro trimestre, abaixo dos 7,7% esperados pelos economistas.
Mesmo assim, o volume de exportações aos EUA não corresponde
a maior parte das exportações chinesas. Esse peso vem diminuindo nos últimos
anos, com a elevação de vendas externas aos países emergentes, principalmente
asiáticos e a Europa.
Enquanto isso, apesar do forte desempenho do primeiro
trimestre, uma campanha sustentada de Pequim para frear o endividamento
desenfreado está atrapalhando os investimentos de alto valor, especialmente os
dos governos locais e empresas estatais. A região de Xinjiang, no noroeste do
país, interrompeu neste mês todas as construções industriais e de
infraestrutura financiadas pelo governo, iniciadas desde janeiro de 2017,
quando as autoridades iniciaram uma investigação sobre se esses projetos têm
financiamento suficiente.
"Preferimos ter uma taxa de crescimento mais lenta do
que mais dívidas", disse um comunicado divulgado pela agência de
planejamento econômico da região.
A ilustração a seguir mostra um endividamento que cresceu
aceleradamente a partir da crise de 2008, quando o governo Chinês procurou
estimular sua economia a qualquer custo. A dívida cresceu de 150% do PIB para
300%. Com esse elevado patamar qualquer escorregada na economia pode gerar uma
quebradeira em massa. A boa notícia é que o governo vem tomando medidas a fim
de evitar essa evolução, o que já se pode observar com uma estagnação desde
2014.
"Deve haver um equilíbrio entre o controle dos riscos e
a manutenção do crescimento", disse Zhu Baoliang, economista-chefe do
Centro de Informações do Estado, um centro de estudos afiliado à principal
agência de planejamento econômico do país. Para estimular o crescimento, disse
Zhu, Pequim deve reduzir as exigências de reserva para os bancos liberarem mais
fundos para empréstimos.
Esforços do governo para impedir a compra especulativa de
imóveis residenciais - e esfriar um mercado imobiliário tórrido - também estão
começando a atingir as vendas residenciais, que desaceleraram para 11,4% no
primeiro trimestre, de 15,7% nos dois primeiros meses de 2018.
O que não vem performado positivamente é a bolsa chinesa. Depois
de apresentar uma expressiva valorização em 2017, a partir de maio, atingindo
seu pico no início deste ano com uma alta de 30%. Desde então, e em consonância
com as bolsas mundiais, retraiu 14%.
Mas enquanto o presidente americano busca atrapalhar a vida
dos chineses, usando as armas que dispõe atualmente, o elevado volume de
importações, o país asiático vai tomando medidas para continuar seu expressivo rumo
de crescimento, sem parar.
Os americanos sabem de sua dependência dos chineses no que
se refere ao financiamento de sua dívida. Hoje a China é o maior detentor de
títulos americanos, U$ 1,2 trilhões, e nessa briga toda, esse país não
mencionou usar essa arma contra os americanos. Naturalmente, sabe que qualquer
movimento nesse estoque, pode ter impacto violento nos mercados, o que também
seria um tiro no pé. Essa é uma bomba atômica que só seria usada em caso
extremo, e ainda estamos longe disso.
No post empurrando-com-barriga, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: ...” O
gráfico apresentado com escala semanal, apresentado a seguir, mostra claramente
essa indefinição. Destaquei em verde o intervalo entre 86.000 e 83.000. A
última barra, corresponde a semana em curso, podendo ultrapassar tanto para
cima como para baixo, quando do termino” ...
Com a queda ocorrida ontem o Ibovespa encontra-se exatamente
no limite inferior que eu havia indicado de 83.000.
Naquele momento essa opção era menos provável e a cada dia
que passa se torna mais provável. O quadro político combina bem com essa
hipótese. Até o final de julho o assunto que predominará será a Copa do Mundo.
Depois disso, até agosto, saberemos com certeza quem serão os candidatos. Ou
seja, teremos de 90 a 105 dias de indefinição, apenas com pesquisas de intenção
de votos “teóricas”. No mercado externo, se o Mosca estiver certo, também não terá muito alento.
Veja a seguir o que poderia acontecer, caso esse cenário se
concretize. Os leitores do Mosca sabem
que é extremamente difícil fazer previsões sobre correções. Mas vou arriscar 2
palpites que podem se encaixar nessa situação.
1)
Triangulo da esperança
Na figura abaixo encontra-se um triangulo possível que
perduraria nesse período. Imagino que o Brasil fique numa boa classificação no
Mundial e nenhum candidato de esquerda ameace nas eleições.
2)
Esquerda Unida
Vocês já imaginaram se o Ciro Gomes faz um acordo com a
Marina Silva, ela aceitando ser vice-presidente? Difícil imaginar, mas não
impossível. Nessa situação a esquerda passaria a ser uma ameaça real.
Ou mesmo no exterior, a bolsa americana ameaça romper o nível
de 2.450 que venho reforçando em minhas análises? Com essas especulações em
mente, a bolsa brasileira poderia sofrer um impacto mais profundo.
Mas não precisa se preocupar, o exposto acima faz parte da
imaginação, sem nenhum fato concreto. Eu quis apenas ilustrar que haveria
motivos para esses movimentos. Mas antes de mais nada, o nível de 83.000
precisa ser rompido o que não aconteceu até o momento. Podem preparar o telão e
vamos curtir esse período maravilhoso de Copa do Mundo.
Hoje foi executado nosso trade de venda do SP500 e queria
redefinir o stoploss, ao invés de 2.750 para 2.800. O principal motivo é que,
existem algumas possibilidades de outros níveis que poderiam comprometer nosso
trade.
O SP500 fechou a 2.706, com alta de 1,07%; o USDBRL a R$ 3,4049,
com queda de 0,27%; o EURUSD a € 1,2371, sem alteração; e o ouro a U$
1.37, sem variação.
Fique ligado!
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