Veja bem
Hoje vou entrar numa tecnicidade necessária que o assunto
exige. A curva de juros que mede a diferença entre vencimentos diferentes tende
a fornecer alguma informação do que o mercado espera para o futuro. Sugiro para
quem tem dúvidas sobre esse assunto, rever o post profundezas-em-finanças.
A curva que vou analisar e a diferença entre os juros de 2
anos e 10 anos dos títulos do governo americano, especialmente quando está curva
está invertida. Isso acontece quando os juros dos títulos mais longos são
menores que os do mais curto. No post acima explanei quando isso acontece: ...” Invertida: Esse é o caso clássico de se
antever uma recessão, pois só faz sentido um investidor comprar um título
longo, se acreditar que os juros curtos irão cair significativamente. Fica
implícito que, a autoridade monetária irá reduzir sensivelmente os juros de
curto prazo” ...
Depois desse pequeno detalhamento vamos verificar o que está
ocorrendo com esse indicador atualmente.
O Citibank, acredita que as chances são pequenas de que os
EUA entrem em recessão tão cedo. O FED acha a mesma coisa.
No entanto, ambos concordam que uma curva invertida seria um
sinal sinistro de crescimento. E com o mais recente movimento de queda entre os
juros de 2-10 anos, a realidade dos spreads abaixo de zero pode em breve
colidir com uma perspectiva otimista sobre a economia.
Nesta semana a diferença desse spread atingiu 41 pontos,
também a menor em mais de uma década. Por exemplo, para estender um
investimento de 7 anos para um de 10 anos, os investidores acrescentam apenas 4
pontos, menos de um quarto do que conseguiriam há um ano.
Se a quantidade de aparições dos membros do FED esta semana
for uma indicação, o achatamento persistente está criando um dilema, na
intenção de apertar gradualmente a política monetária. O presidente do FED de
St. Louis, James Bullard, foi o último a pontuar, dizendo que os bancos
centrais precisam debater a curva de juros agora, e que ela pode se inverter
dentro de seis meses.
Por um lado, os investidores estão finalmente começando a
considerar a trajetória explicitas nos dots
do FED. Com a taxa de desemprego mais baixa desde 2000 e a inflação subindo
mais. Isso já pode ser notado no quase 50% de probabilidade de mais 4 altas
ainda este ano.
Mas os rendimentos de longo prazo, teimosamente baixos, poderiam
eventualmente forçar o FED a desacelerar, a menos que os formuladores de
políticas estejam dispostos a empurrar a curva de 2-10 anos, abaixo de zero.
"O FED vai ser muito sensível à forma da curva de
juros", disse Katherine Renfrew, da TIAA Investments. "Se chegarmos
ao ponto em que a inversão possa começar a acontecer, o FED pode frear a
retomada do estímulo monetário."
Algo terá que ser feito, se o FED quiser impedir os
investidores de especularem que uma recessão está se aproximando. No passado, a
curva de 2 a 10 anos caiu de 40 pontos para zero em um período de seis meses. Caso
isso se repita, deveria ocorrer no final de 2018.
"Uma inversão de curva deve ser levada tão a sério
quanto sempre", segundo os analistas do Citigroup. "A relação
histórica entre a curva de juros e a probabilidades de recessão implícitas, é
altamente não-linear: as perspectivas implícitas crescem muito rapidamente
quando a curva se move em território invertido."
No mês passado, o atual presidente do FED, Jerome Powell,
disse que "existem muitas dúvidas sobre o que uma curva de juros flat ou invertida
quer dizer". Embora ele acrescente: "Eu não acho que as
probabilidades de recessão sejam particularmente elevadas agora".
Isso não é muito confortável para os investidores
posicionados para uma expansão econômica contínua. Após a curva de juros de 3
meses - 10 anos, ficar invertida em janeiro de 2006, levou menos de dois anos
para a Grande Recessão começar.
Uma curva verdadeiramente invertida "é um sinal
poderoso de recessões" que historicamente ocorreu "quando o Fed está
em um ciclo de aperto e os mercados perdem a confiança nas perspectivas
econômicas", disse John Williams, o próximo presidente do Fed de Nova York.
Embora enfatizou que esse não é o caso agora, pois a curva está entrando em anormalidade
em parte porque o Tesouro está aumentando a emissão de vencimentos mais curtos
para financiar os crescentes déficits orçamentários.
No entanto, a curva de 5 a 30 anos está se aproximando de um
território sem precedentes depois de cair por nove sessões consecutivas.
"A curva de juros não pode se achatar todos os dias", disse Jim
Vogel, estrategista da FTN Financial Capital Markets.
Supondo que o FED siga seu rumo, e que daqui em diante, a
cada alta nos juros de 2 anos, o de 10 anos suba na mesa magnitude mantendo o
spread atual. Considerando que, atualmente os juros do primeiro encontra-se em 2,44%,
até o final de 2019 seria esperado uma taxa de 3,5% a.a. Nesse caso, o título
de 10 anos estaria próximo de 4% a.a.
Mas isso parece difícil, pois estamos no final de um ciclo
econômico onde uma desaceleração econômica é esperada proximamente. Assim,
dificilmente o título de 10 anos atingiria os 4% e possivelmente o diferencial
(2 – 10) deve ir para o campo negativo. Só existe uma situação onde isso não
aconteceria, seria se a inflação subisse acima do esperado. Nesse caso a curva
poderia ser bastante diferente da atual. Mas não quero aqui ficar especulando
em cenários teóricos, no momento é razoável supor que em algum tempo a curva
ficará negativa.
Numa conversa, quando se usa a expressão veja bem, pode
estar certo que essa pessoa não tem argumentos sólidos para argumentar. No caso
dos juros, não irá me surpreender se o presidente do FED, ao ser indagado,
responder: Veja bem! Hahaha ….
No post democracia-x-justiça, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ...” Talvez o
melhor conselho foi não fazer nada, pois foi isso que acabou acontecendo nesses
últimos 15 dias. Se a reta apontada a seguir for rompida, o cenário de queda
ganha um pouco mais de força, um pouco. Nada suficiente para que eu proponha
algum trade” ...
Nesse momento essa reta está sendo testada, mas vou preferir
apresentar o gráfico de mais longo prazo, ode parece que está se formando um
triângulo.
As características dessa configuração são de livro texto,
assim, acredito que um trade oportunístico de curto prazo, pode ser proposto.
Comprar euro a € 1,225 com stoploss a € 1,2150. Essa sugestão deve
ser cancelada caso a moeda única não atinja nosso nível antes de ultrapassar €
1,2550. Complicado! Deixa que o Mosca vai
informando, por enquanto fique com a primeira parte.
O SP500 fechou a 2.693, com queda de 0,57%; o USDBRL a R$
3,3908, com alta de 0,32%; o EURUSD a € 1,2346, com queda de 0,21%; e o ouro
a U$ 1.345, com queda de 0,27%.
Fique ligado!
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