Uma notícia boa e várias ruins
A notícia boa vocês já podem imaginar. No meu entender, não
foi a prisão do Lula a notícia boa, mas sim, o fato que definitivamente está
fora das eleições de 2018. Não que sua prisão não seja importante, mas o pior
seria a indecisão se poderia ou não participar. Vamos as ruins: O STF continua
o mesmo, o placar já indica que não fosse o voto da Rosa Weber as coisas seriam
diferentes hoje; em setembro Carmen Lucia deixa a presidência e assume Dias
Toffoli, cuja reputação não parece merecer a mínima confiança. Como lembrou bem
um leitor, poderá pautar a decisão sobre a prisão em segunda instancia, com
grande chance de vitória contra. Isso tiraria da prisão inúmeros bandidos da
cadeia, além de incentivar o status quo; precisa mais?
Em conversa com minha analista, uma acadêmica de renome, me
relatou que é impressionante a quantidade de professores universitários acreditando
que Lula é honesto, ou na melhor das hipóteses, é assim que funciona o Brasil.
Comentou o caso de uma pessoa próxima de um desses professores que fez a
limpeza do tríplex do Guarujá. Na entrega, essa empresa tem como norma a
presença dos proprietários, e lá estavam Dona Marisa e Lula. Os funcionários
que estavam presentes não quiseram depor com receio de represálias. Qual foi a
reação desse professor? “É mentira, se fosse verdade teriam deposto”.
Esses comentários mostram que seres humanos são movidos a
paixões, precisam de um herói que vai salvar o mundo. Depositaram essa imagem
no Lula, e preferem não enxergar a realidade ao invés de sofrer com a
desilusão. Isso não é uma característica nacional, vejam o Trump. A grande
diferença é que aqui se está falando de roubo, enquanto lá, devolver a
dignidade dos americanos. Mas ambos são movidos por paixão.
Outra conclusão que se pode tirar desse momento no STF, é a
divisão do país. Nesse fórum, metade ainda mantém a posição dos brasileiros do
passado, da minha época, onde o que prevalecia era o bem nacional, a
civilidade, e a outra metade que é corporativista, onde as decisões são movidas
por interesses pessoais.
Com meu pragmatismo peculiar, me parece que o sofrimento
vivido nesses últimos anos ainda não foi suficiente para gerar uma mudança
radical, onde a maioria deveria pregar os bons costumes, o caráter e o bem
público. Em linguagem de mercado não atingimos o limite de baixa para acionar o
stoploss!
Amanhã é dia de publicação dos dados de emprego nos EUA. Diferentemente
do passado, aonde o problema era a baixa criação de novas vagas, agora o receio
é um excesso indesejado, num momento de taxa de desemprego muito baixa. Uma
parte dessa demanda está sendo completada por parte da população que deixou o
mercado de trabalho depois da recessão de 2009.
Outro fator importante é o aumento dos salários, que pode
afetar a inflação mais à frente. Com todo esse aperto evidente nos resultados
do emprego, os salários mantem-se estáveis, principalmente nos últimos 5 anos,
não indicando ainda nenhuma pressão. Será que a concorrência dos robôs que tem
salários fixos iguais a zero, está contendo os aumentos?
Se não for isso, o gráfico abaixo aponta na história
americana que a aceleração vista poderia levar o FED a elevar mais os juros,
culminado com uma recessão mais adiante. Será?
Ontem foi publicado o ADP que sempre é um indicador do
número oficial a ser publicado amanhã. Como se pode notar o resultado sob esse
métrica continua bastante sólido.
O resultado dos PMI publicados no início do mês mostra claro
que os EUA estão liderando nesse aspecto o resto do mundo, além de uma retração
ocorrida recentemente nos principais países europeus.
Em relação a Europa o índice de supressas econômicos
europeus publicado pelo Citibank, encontra-se nos mínimos próximos aos valores
de 2016. O Mosca vem publicando esse
indicador nos últimos tempos e tenho notado que nada de muito concreto se pode
concluir sobre o mesmo. Porém como todos os analistas acompanham me sinto na
obrigação de informar os leitores.
No post dois-contra-um, fiz os seguintes comentários
sobre o SP500: ...” Esse trade está se
encaminhando de acordo com minhas expectativas. O que é necessário (desejado)
seria que o nível de 2.588 seja rompido, conforme anotei no gráfico abaixo em
preto. Em verde, se encontra o stoploss, caso as coisas andem diferente” ...
Fiz também uma observação quanto ao intervalo usado neste
gráfico que é de 1 hora: ...” É muito
arriscado formar-se opiniões observando somente o gráfico mais curto, pode te
levar a grandes enganos, pois as cotações de curto prazo podem por exemplo
indicar alta, enquanto as de médio e longo prazo baixa” ...
Desde a última atualização, o mercado não conseguiu romper o
nível que apontei acima, e não faltaram motivos – caso Facebook, medidas de
Trump e China, para citar alguns. Isso me faz recear que o movimento que eu
estava esperando será diferente. Para relembrar os leitores, no post indice-de-miseria, expus um cenário que pode estar se formando:
...” Cenário 2 –
triangulo: Nesse cenário antevejo a formação de um triangulo, que depois de
algum tempo, o SP 500 romperia caminhando para o rompimento da máxima de 2872,
atingida em janeiro” ...
Na análise de hoje vou usar o intervalo de 4 horas, onde se
pode por comparação verificar a diferença entre ambos. Tracei a possibilidade
que pode estar se desenvolvendo no curto prazo. Notem que existirão duas saídas
radicalmente opostas, caso seja essa a leitura a se concretizar.
As duas possibilidades são prováveis e agora estamos mais ou
menos no meio do intervalo.
Fiquei num grande dilema. O stoploss se encontra em 2.700 e
tecnicamente o correto seria elevar para 2.750, ou um pouco mais elevado. Se
fizer isso arrisco 100 pontos que significa ~ 4%. Por outro lado, se sair fora
do mercado posso estar perdendo a oportunidade em rosa apontada acima.
O que fazer? Na dúvida se deve zerar, não ter posição, e é o
que estou fazendo. Além desse princípio que sigo, o desenrolar descartou minha
hipótese de movimento mais provável, embora ainda existe boa possibilidade de
mais uma queda.
Não posso também deixar de considerar que, minha indicação
de longo prazo ainda é de alta e como frisei acima em destaque, não se deve
deixar influenciar pelos movimentos de curto prazo quando os de longo prazo é
oposto. Assim, ficamos agora de espectador.
O SP500 fechou 2.662, com alta de 0,69%; o USDBRL a R$
3,3414, com alta de 0,37%; o EURUSD a € 1,2233, com queda de 0,35%; e o ouro
a U$ 1.325, com queda de 0,51%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário