Conflito de interesses
Depois de qualquer separação
uma nova relação entre as partes gera, o que se chama no mundo dos negócios,
conflito de interesses. Mesmo em relações humanas isso acaba acontecendo. Para quem
já se separou, conhece as consequências, e nesse caso é mais grave. O conflito acaba recaindo sobre os filhos, que em alguns casos ficam
divididos entre os pais.
O mesmo não poderia deixar de
acontecer no caso do Brexit. As declarações de alguns membros da comunidade europeia
como Angela Merkel e Françoise Hollande, já dão o tom do que a Inglaterra
poderá esperar na hora que negociar os novos acordos após a separação.
Mas além disso, o processo
dentro da própria Grã-Bretanha é complicado. Formalmente esse país deverá
enviar um documento denominado de “artigo 50”, que é um anúncio formal de sua
intenção de saída da comunidade europeia. Depois disso, começa a contar um
prazo máximo de 2 anos.
Agora, quem mandará esta
notificação e quando, ninguém sabe, nem a unidade europeia, nem o referendo específica. O Primeiro-ministro David Cameron poderia ter feito isso na
sexta-feira, mas não o fez. Segundo suas declarações, esse passo terá que ser
tomado pelo seu sucessor, que só deverá ocorrer em outubro, ainda 4 longínquos
meses.
Até outubro, é provável que a
Inglaterra esteja em situação pior que a de hoje, a libra continua caindo e os
investimentos ficarão totalmente paralisados. Além disso, os britânicos que
votaram a favor de sair, já começaram a sentir os efeitos negativos de sua
decisão.
Outro fato a ser considerado,
é que a maioria do Parlamento foi contra a mudança e, provavelmente, o novo
Primeiro-ministro deverá efetuar várias consultas àquela casa, o que deve prolongar
ainda mais o prazo do envio do artigo 50. Alguns analistas acreditam que todo
esse processo poderá levar mais de um ano.
No meu entender, existe talvez
uma boa notícia em tudo isso, claro, não para os ingleses. O grande receio do mercado
é que esse efeito pode se espalhar por outros países, principalmente na Europa.
Caso os efeitos negativos na Inglaterra fiquem evidentes, as populações dos outros países poderão
ter uma boa ideia do que poderá acontecer, caso se aventurem em
algo semelhante. Ou seja, estou sugerindo que o tempo pode ser bom para o resto
do mundo.
O gráfico a seguir faz uma
comparação entre os britânicos que votaram a favor do Brexit e os simpatizantes
de Donald Trump. Não acredito que seja uma relação direta entre eles, mas é
interessante a semelhança mostrando uma insatisfação global da situação atual.
Já o gráfico seguinte, mostra uma relação forte entre o nível de educação e
opção escolhida.
Conforme mencionei no último
post, a análise que fiz no final
de
semana, não houve nenhum comprometimento de longo prazo nos ativos que
acompanho, com exceção da bolsa americana que alterou a tendência para neutra –
negativa. Meu comentário hoje será sobre o dólar.
No post saia-justa, fiz os
seguintes comentários: ...” Continuo
ainda com os mesmos objetivos de R$ 3,20/3,25 ou um pouco mais abaixo a R$
3,10. Como pode-se verificar no gráfico acima, existem duas linhas que deveriam
conter os movimentos de curto prazo, e por ser tratar de uma correção, existe
pouca previsibilidade da extensão no tempo, bem como dos níveis mínimos”...
Mesmo com o resultado negativo
para o real do Brexit, o estrago por enquanto foi bem limitado. Enquanto o
dólar permanecer contido nas linhas marcadas abaixo, vamos em frente com a
mesma orientação.
O SP500 fechou a 2.000, com queda de 1,81%; o USDBRL a R$ 3,3916, com alta de 0,45%; o EURUSD a 1,1022, com queda de 0,72%; e o ouro a US$ 1.324, com alta de 0,68%.
Fique ligado!
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