Europa ainda sem solução
O Super Mário saiu do noticiário de fininho, depois de
implementar a política de juros negativos, altamente criticada pelos alemães,
além de uma série de deslizes em suas ações que destoavam de suas intenções
expressas. Os resultados até o momento, de tudo o que foi tentado em termos de
política monetária, são nebulosos. Se por um lado a Alemanha continua bem, o
segundo membro mais importante do grupo europeu a França, não consegue se
reerguer.
Verdade seja dita, a culpa não é sua, e sim de um projeto de
moeda única que já se provou ineficaz. Mas acredito que será muito difícil uma
ruptura como se imaginava em 2011, quando vários países se encontravam em
situação muito delicada, o que eu denominei de Club Med. É verdade que houveram
melhorias expressivas quando comparadas aquela situação, porém o problema na
raiz não foi enfrentado, que seria cada país ter a sua própria moeda. Eu
imagino que isso só possa ocorrer caso haja um novo colapso, e essa situação é
por si só imprevisível.
O gráfico de desemprego a seguir, dá um tom das diferenças
entre os países do bloco europeu. Do lado esquerdo encontram-se os países cuja
taxa de desemprego está próxima ao pleno emprego, enquanto do lado direito os
países com elevada taxas de desemprego.
Enquanto a Alemanha tem uma taxa de desemprego de 4,2%, a da
França beira os 10% - desatacadas em amarelo, existe alguma expectativa que
o trabalhador francês seja tão eficiente como o alemão? Missão impossível! Um amigo francês me disse
que os empregados daquele país raciocinam da seguinte forma: “buscam unicamente
os seus direitos, e não se importam com suas obrigações”.
A comunidade europeia é como uma xicara de café com leite, a
mistura não parece tão fraca, mas a individualidade revela discrepâncias
enormes. Por exemplo, o gráfico a seguir refere-se ao mais recente PMI da zona
do euro.
O índice recuperou-se depois de 2012 e encontra-se em
território levemente positivo – acima de 50. Porém se a análise for feita por
país, a França não conseguiu ultrapassar a barreira dos 50, que indica
contração.
Um elemento de risco importante para o Reino Unido, irá
acontecer dia 23 de junho próximo, onde a população desse país irá decidir se continuam ou não na comunidade europeia. As pessoas que estão envolvidas
em negócios,
têm pavor só de pensar como ficariam seus interesses, caso haja a
separação. As pesquisas feitas com o público, apresentam um resultado que destoam do
mercado de apostas sobre essa questão. O primeiro gráfico, que contém observações
recentes, mostra uma pequena margem para a saída da Inglaterra do mercado europeu, embora
haja uma boa parcela ainda está indecisa.
O próximo já mostra uma situação bastante distinta, onde a
permanência é franca favorita. Então, em quem confiar? Fico com a segunda,
afinal esses são os que põe a mão no bolso!
Uma análise fria nos faz concluir que está mais para uma
desunião europeia que o contrário. Não sei se acredito nesses blocos de países
com engajamentos profundos, como o uso de uma moeda única. A título de especulação,
imaginem se o Mercosul se decidisse por algo semelhante?
No post profundezas-em-finanças, comentei sobre os juros de 10 anos
e minha recomendação básica foi: ...”Numa tendência
de alta, acima de 2% a.a. daria a primeira indicação, porém é acima de 2,20% -
2,30%, onde ficará mais forte o sinal. Caso contrário, na queda, o nível de
1,65% a.a. rompido, oferecerá o sinal para novas quedas”... Até
tinha dado um “palpite” na compra dos juros, motivada por fatores técnicos.
É fácil de visualizar que esse ativo se encontra encaixotado
desde outubro de 2014, entre 1,70% a.a. e 2,35% a.a. Em alguns momentos ameaçou
romper para cima e em outros, como atualmente, para baixo. Eu tenho frisado
bastante que, correções são f#@a, ganhar nesses momentos é difícil. Recentemente,
um triângulo está se formando – destacado em roxo. Este em particular, o seu
rompimento pode ser para cima ou para baixo, dependendo da interpretação do
movimento que antecede.
- Ah, Ah, Ah, de novo
com essa recaída de que pode subir ou cair?
Você sempre aparece nos momentos críticos! Muito bem, então
preparei duas versões do gráfico, a primeira a seguir, tem um viés de baixa,
onde se considera o movimento maior de queda ocorrido no início deste ano. O triângulo
estaria se formando para dar continuidade a essa queda.
Já este outro gráfico, leva em consideração a mini
recuperação havida depois de atingir a mínima de 1,50% em fevereiro, e o
próximo movimento seria de um rompimento do triângulo para cima. É verdade que,
nesse caso, ainda dentro de uma correção cujo o objetivo seria ao redor de
2,15% – 2,25%.
O cenário de queda tem que ter um peso maior que o outro,
haja visto que a tendência de longo prazo ainda é neste sentido. Mas como no
longo prazo estaremos todos mortos, e o que vale é o bolso no curto prazo, não
sugiro aposta para ser feita agora.
O SP500 fechou a 2.099, com alta de 0,11%; o USDBRL a R$ 3,5905, com queda de 0,55%; o EURUSD a 1,1185, com alta de 0,50%; e o ouro a US$ 1.212, com queda de 0,18%.
Fique ligado!
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