Local ou Global
Não tem nada no curto prazo
que chama mais a atenção que o Brexit, você encontra inúmeras opiniões, mas o
que realmente importa, é se o que aconteceu terá um impacto local ou global. A
economia inglesa tem uma parcela pequena de 4% do PIB global.
Alguns gráficos podem esclarecer
melhor quais são as consequências. Iniciamos com os locais. Abaixo se encontram
os setores que mais poderão ser afetados em função de novas tarifas de
comércio.
Já em termos de balança
comercial com a Ásia, e observando-se a China como o principal risco, pode-se
constatar que é muito pouco afetado.
Já em termos de impacto sobre
o PIB, o gráfico a seguir mostra dois cenários, um mais realista e outro mais
pessimista. Aqui também, com exceção da Europa na simulação mais pessimista, o
efeito é pequeno.
Através dessas projeções
econômicas, poderia concluir-se que, o problema maior ficaria circunscrito à
Inglaterra, porém os fatores políticos podem gerar repercussões que não estão
calculadas, como por exemplo, se um país como a Itália resolve sair também.
Para buscar uma resposta, o banco Goldman Sachs atribuiu o comportamento do
SP500 como indicador.
O gráfico 1 mostra o SP500 em
conjunto com a cotação do yuan. Tanto em agosto do ano passado como em janeiro
último, o índice da bolsa caiu 10%. No gráfico 2, quando comparado com as taxas
de juros de 2 anos dos títulos americanos, observa-se que, a expectativa do FED
de elevar os juros, cedeu sensivelmente. Analisando a reação do mercado, é
indiscutível que os investidores enxergam a “China” como um risco material para
a economia global. A questão que permanece é se o Brexit e sua propagação para
o resto da Europa é tão importante.
O SP500 caiu 5% desde a decisão
do Brexit na semana passada, assim está no caminho de representar um risco de
um choque global, em função da propagação às outras economias europeias. Ao se
observar os juros de 2 anos o efeito é ainda mais pronunciado, uma vez que
retornaram aos níveis de outubro passado, na esteira do pronunciamento da
Yellen.
Em relação ao futuro, se o
SP500 se estabiliza ao redor dessa queda de 5%, isso faria o mercado mover-se
na direção de encarar o Brexit como um problema local, se ao contrário cair, o
mercado poderá indicar que as próximas eleições na Itália em outubro, ou as
eleições gerais na França no início de próximo ano, serão elementos de risco.
Não restaria outro mercado
para comentar hoje que não o SP500. No post ação-despercebida, vamos
observar primeiramente o curto prazo, meus comentários alertavam para uma
formação a ser acompanhada: ...” Eu
anotei no gráfico uma formação muito comum em análise técnica, denominada de
ombro-cabeça-ombro, e o SP500 poderia estar formando a parte final do ombro.
Assim, ou ele rompe acima dos 2.130 de uma forma expressiva, ou pode sofrer um
bom tombo de pelo menos 10%”... Essa formação ombro-cabeça-ombro, acabou
acontecendo.
Queria também enfatizar como é
importante respeitar os parâmetros técnicos e não se deixar levar pela emoção.
Tudo parecia pronto para uma alta expressiva da bolsa, os indicadores eram
positivos. Um pensamento válido que passaria na cabeça de qualquer investidor
seria “por que esperar, vou comprar agora mais barato, pois só pode subir”.
Veja o que eu ressaltei também
no post: ...” não me coloco a fazer nada
agora, ou passa os 2.130 e entramos com um trade na compra, ou não passa e
analisamos se vai valer uma venda”.....
Hoje vou fazer uma análise de
mais longo prazo. Como já havia comentado ontem, o único ativo que mudou dentro
das minhas análises é o SP500 que passou para neutro - negativo. Vejamos por
que no gráfico abaixo:
O primeiro nível de
importância é 1.950, se a queda ficar limitada até esse nível, pode-se
considerar que o Brexit é um problema local e os ingleses que se virem para
resolver a besteira que fizeram. Caso o índice caia abaixo desse nível, o
próximo ponto de muita importância seria 1.850. Considero esse nível um pivô,
abaixo o SP500 pode cair significativamente. Para uma análise mais detalhada
deste cenário sugiro a leitura do post SP500, onde exponho os níveis de
baixa. Neste caso, o problema do Brexit virou global.
No sentido inverso, ou seja,
se o SP500 começa a se recuperar, aponto o nível de 2.050 como um possível catalisador
positivo, mesmo que não volte imediatamente na busca para romper o nível de
2.130.
Queria comunicar aos leitores
que o Mosca vai ficar sem publicação
de 4 a 18 de julho, voltando ao normal dia 19. Na próxima sexta-feira, vou
fazer um apanhando de todos os mercados deixando minhas ideias durante este
período. Vou estar acompanhando os mercados e caso seja necessário publicarei
durante esse tempo.
O SP500 fechou 2.036, com alta de 1,78%; o USDBRL a R$ 3,3016, com baixa de com baixa de 2,65%; o EURUSD a 1.1065, com alta de 0,39%; e o ouro a US$ 1,312, com baixa de 0.76%.
Fique ligado!
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