Procura-se um culpado
Depois de menos de 24 horas
úteis da publicação do dado, chocantemente baixo, da criação de empregos, o
mercado busca culpados. Como sabemos, sempre é necessária uma explicação. Neste
caso, foi eleita a alta do dólar como o responsável pelo estrago. Mas o
resultado foi tão ruim assim ou o fato de o mercado estar tão otimista foi à
razão?
As informações apontam
inegavelmente uma redução na criação de empregos e não é de hoje, basta
verificar o gráfico a seguir, onde além do setor de manufatura que
estruturalmente não cria vagas a muito tempo, o setor que responde pela maior
parte do PIB, o de serviços, também embicou para baixo desde seu pico no início
deste ano.
Alguns analistas não estão tão
pessimistas como os investidores, o Deutsche Bank acredita que o mercado de
trabalho está muito próximo do pleno emprego. Quando esse nível for atingido, o
crescimento dos postos de trabalho deverá diminuir uma vez que, poucos
empregados qualificados estarão disponíveis para aceitar as vagas oferecidas. E
se existem poucos funcionários qualificados disponíveis então, os salários
começaram a subir, o que é exatamente o que se observa atualmente – vide
gráfico a seguir.
O DB não acredita que exista
uma boa razão, do porque a economia estaria desacelerando no momento, em particular
a luz do recente aumento dos gastos pelos consumidores. Esta visão também é
confirmada pelos últimos dados de PIB disponíveis no site do FED de Atlanta,
com uma previsão crescimento de 2,5% para esse trimestre.
Se for levada em consideração
a greve dos funcionários da Verizon, que afetou o resultado negativamente em 35
mil postos, pode ser que esse dado seja apenas um ponto fora da curva.
Mas não foi essa a
interpretação do mercado, as expectativas de aumento de juros pelo FED caíram
sensivelmente da quinta-feira para a sexta-feira, após o anúncio.
Se o FED não irá subir os
juros, o dólar, grande responsável por esse desempenho fraco da economia na
cabeça do mercado terá que cair. E foi o que aconteceu – vide análise técnica
do euro mais afrente.
Mas o Japão, Europa, Suíça,
Inglaterra, China, e países emergentes, também querem que suas moedas se
desvalorizem para incentivar as suas economias. Acontece que é impossível que
isso ocorra, se uma moeda se desvaloriza e sempre em relação a uma outra. É
nesse círculo vicioso que vivemos atualmente que as coisas podem acabar muito
mal. Com os programas de injeções de liquidez sem precedentes na história, é
impossível não fazer uma associação com a crise de 29, onde tais movimentos de
moedas precederam ao desastre econômico.
Hoje, acabei me atentando que
o euro foi esquecido dentro das minhas análises, não foi nada pessoal, apenas
não enxerguei nenhuma grande oportunidade, e se houvesse, provavelmente seria
na venda que geraria um prejuízo. No post suicídio-politico, fiz os seguintes
comentários: ...”
Como pode-se observar, as cotações entraram “dentro” do retângulo verde,
indicando que não houve força suficiente para romper o nível aproximado de
1,15. Por outro lado, a queda foi pequena, e também não ser pode descartar uma
nova tentativa. Uma queda abaixo de 1,12 poderá dar novo ímpeto para a queda do
euro”... Veja o gráfico publicado naquele dia.
Como pode-se verificar a seguir,
o euro negociou abaixo do nível de 1,12 por alguns dias, porém, foi contido
pela reta de suporte apontada. E logo em seguida mostrou sinais que não
pretendia ir para esse caminho, até chegar na última sexta-feira onde subiu de
uma só vez aproximadamente 2%.
Como ficamos agora? Vale a
mesma orientação, acima de 1,15 – 1,16, região que eu denominei “Fronteira para
a liberdade”, o euro deveria subir forte, pois irá frustrar 150% dos analistas
– estão “alavancadamente” vendidos! Hahaha...
Estou ficando mais propenso a
acreditar na alta, direção que tomei nos últimos trades, não porque queira ser
teimoso e ir contra o mercado, mas porque o mercado está dando “dicas” que quer
subir. Para justificar essa ideia, eu apontei com as flechas em cinza, 4
momentos em que a moeda única reagiu fortemente em alta.
Vou aguardar os próximos dias
para sugerir um trade no euro, e muito provavelmente será na compra, a não ser
que caia precipitadamente, da mesma forma que subiu na última sexta-feira.
O SP500 fechou a 2.109, com alata de 0,49%; o USDBRL a R$ 3,4875, com queda de 1,03%; o EURUSD a 1,1351, com queda de 0,12%; e o ouro a US$ 1.244, sem alteração.
Fique ligado!
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