Suuuubistituição! #IBOVESPA

 


Não sei quantos dos leitores são da época em que a transmissão dos jogos de futebol era feita pelo rádio – eu sou! Nos fins de semana, era comum ver nas ruas pessoas com um radinho de pilhas no ouvido, às vezes não tão pequenos assim. Fiori Gigliotti se destacou como radialista por usar frases de impacto durante o jogo; era uma transmissão um pouco cantada, um jeito único de transmitir futebol.

Uma de suas frases, "suuuubstituição", dita dessa forma, colocava uma dúvida instantânea: quem iria sair? Qual jogador vai entrar? Esse suspense demorava alguns segundos. Parafraseando Fiori, vou anunciar no Mosca a substituição no ramo de investimentos: "suuuubstituição, sai China, entra Índia." Parece que John Authers se sensibilizou com os argumentos do Mosca no post sem-controle através da publicação na Bloomberg, enfatizando que a China vai precisar de uma Bazooka maior.

Uma relação de longa data com os mercados de ações do resto do mundo emergente parece ter sido rompida. Ao longo da expansão da China desde sua adesão à Organização Mundial do Comércio, o resto dos mercados emergentes tem sido tratado por investidores como totalmente dependente do crescimento chinês. Os índices da MSCI para os outros mercados emergentes seguiram quase perfeitamente os da China por 20 anos, mas agora a aposta é que outros mercados emergentes podem prosperar, aconteça o que acontecer em Pequim e Xangai.




Poderia o resto do mundo emergente continuar a prosperar se o setor corporativo da China colapsar da maneira que o mercado parece esperar agora? Pelo menos vale a pena fazer essa pergunta. Muito otimismo sobre uma série de países que passaram duas décadas crescendo ao atender à insaciável demanda da China parece estar embutido nas suposições atuais. O que nos leva a Nova Delhi...


Surge a Índia

A Índia está vivendo um momento. Sua capitalização de mercado de ações acaba de ultrapassar a de Hong Kong pela primeira vez. O valor combinado das ações listadas nas bolsas indianas atingiu US$ 4,33 trilhões no fechamento de segunda-feira, em comparação com US$ 4,29 trilhões para Hong Kong, segundo dados compilados pela Bloomberg. A primeira vez que a nação do sul da Ásia ultrapassou a marca de US$ 4 trilhões foi em 5 de dezembro, e cerca da metade disso ocorreu nos últimos quatro anos.




Existem razões para isso. O colega da Bloomberg, Ashutosh Joshi, explica:

"As ações na Índia estão em alta, graças a uma base de investidores de varejo em rápido crescimento e a resultados corporativos sólidos. O país mais populoso do mundo se posicionou como uma alternativa à China, atraindo capital fresco de investidores globais e empresas, graças à sua configuração política estável e a uma economia impulsionada pelo consumo que continua entre as de crescimento mais rápido das nações principais."

As ambições econômicas indianas estão gerando mais entusiasmo. O primeiro-ministro Narendra Modi fala em se tornar uma "nação desenvolvida" até o centenário da independência em 2047. Para os otimistas, não há como impedir a Índia de alcançar uma classificação ainda mais alta. Shilan Shah, da Capital Economics, acredita que o país pode se tornar a terceira maior economia do mundo na próxima década. Ele adverte, no entanto, que o surgimento da inteligência artificial generativa pode prejudicar o avanço da Índia, reduzindo a demanda ocidental por seu setor de terceirização de processos de negócios (BPO).

Outra voz de cautela relativa vem de Alexandra Hermann, da Oxford Economics, que fez esta avaliação ponderada:

"A economia parece destinada a alcançar a maior taxa de crescimento entre todas as grandes economias e atingir o status de país de renda média alta ao longo da próxima década. No entanto, tornar-se um país de alta renda é um objetivo mais difícil, exigindo que o PIB per capita suba para cerca de US$ 14.000, partindo de menos de US$ 2.500 atualmente. Alcançar essa meta até 2047 seria altamente ambicioso, tanto pelos padrões históricos quanto por nossas previsões."




Em resumo, Modi está se propondo a vencer a "armadilha de renda média" que enredou a maioria dos outros países em desenvolvimento. Isso é um grande desafio. Embora as condições necessárias para o crescimento estejam presentes, com o fortalecimento dos balanços corporativos e o retorno dos investimentos estrangeiros, Hermann adverte que "barreiras estruturais para um maior investimento permanecem." Em particular, ela relata que muitos investidores indianos tinham preocupações "agudas" em relação ao tamanho da burocracia na Índia, especialmente no que diz respeito às regulamentações fundiárias e trabalhistas, e ao ritmo de implementação das reformas.

Uma questão final é a diferença entre a economia e o mercado de ações. A avaliação dá motivo para ceticismo. Usando múltiplos preço/lucro ajustados ciclicamente, dados do Barclays mostram que as ações chinesas negociaram exatamente em linha com as dos EUA por vários anos - um fato que, olhando para trás, sugere uma confiança extraordinária na governança corporativa da China e nas intenções do Partido Comunista no poder.



Há muitas coisas ótimas sobre a Índia. A longo prazo, deveria ser uma aposta segura registrar um crescimento econômico mais rápido do que os Estados Unidos. No entanto, será que o mercado de ações indiano realmente deveria estar negociando com o mesmo múltiplo que o dos Estados Unidos, que está repleto das empresas de tecnologia mais poderosas e consolidadas do mundo? Isso é um exagero. Olhando retrospectivamente, não foi uma ideia tão brilhante extrapolar o crescimento chinês para o futuro em linha reta e assumir que a capitalização de mercado de ações poderia igualá-lo. O risco é que o dinheiro que está saindo da China se redirecione para bases igualmente instáveis. Existem oportunidades na Índia, mas devem ser escolhidas com cuidado.

Mas se você não se convenceu de que a Índia é a bola da vez já faz um bom tempo, acreditando que o Brasil era a bola da vez, vou mostrar que aquele país vem ganhando de lavada dos mercados emergentes mesmo com a proteção da moeda em dólares.




Que tal ainda quer tentar? No gráfico, U$ 100 aplicado há vinte anos, resulta num valor superior a U$ 600 (10% a.a.), enquanto investido nos mercados emergentes esse resultado seria de U$ 200 (4% a.a.). Nem usei o valor em moeda local. O Mosca sugere fazer a “suuuubstituição do Brasil” reservando somente para entradas oportunísticas.

Como o artigo aponta, está caro nos padrões do CAPE ratio, acontece que nem sempre esse é um bom parâmetro para entrar na bolsa; talvez no longo prazo seja um balizador. No meu entender, o principal argumento é o crescimento acelerado da economia – padrões chineses do passado, parte da população com superior ensino escolar, e um volume enorme de investimentos a se fazer, além de um governo “democrático” com ressalvas. Acredito ser uma boa aposta.

No post "Trump de novo," fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: ..." A bolsa brasileira apresentou queda desde a semana passada, aproximando-se ao ponto onde poderia sugerir um trade de compra. Conforme se observa no gráfico abaixo. Anotei também o nível do stop loss técnico no caso desse trade, que seria 111,6 mil, equivalente a uma perda de 12%, o que é muito alto. Sendo assim, não colocaria nesse nível. Antes de ficar em conjecturas sobre possibilidades, vamos acompanhar por enquanto. Fique atento ao Mosca para uma sugestão de compra"...



A bolsa chegou muito perto do nível que eu tinha apontado de 125 mil – mínima nesse movimento 125,8 mil. Quando isso ocorre, fica a dúvida se a queda terminou ou não. Nesta semana, uma recuperação tomou conta, levando a 129,4 mil. O que fazer? Como sempre, observe o mercado. Por enquanto, a visão é de alta, esperando melhor momento de entrada.



A correção da onda 2 verde pode se estender mais um pouco entrando em fevereiro ou março. Vejamos os principais pontos a serem observados:

Janela de alta: caso o IBOVESPA ultrapasse o nível de 134.382, o movimento de alta estará em curso.

Observação: entre 125 mil / 119,8 mil, caso adentre nesses patamares, devemos observar como foi o desenrolar das ondas em janelas menores.

Perigo: No retângulo destacado, não gostaria de ver a bolsa nesses níveis entre 119,8 mil / 116,1 mil. A alta não pode ser descartada, mas fico bem desconfiado.

Stop Loss: Abandono minha opção de alta.

Agora só falta o disclaimer que mais gosto: Let The Market Speak!

Estou subindo novamente o stop loss da posição em nasdaq100 para 17.400. Rédea curta nele!

O SP500 fechou a 4.868, sem variação; o USDBRL a R$ 4,9312, com queda de 0,44%; o EURUSD a € 1,0878, com alta de 0,25%; e o ouro a U$ 2.012, com queda de 0,80%.

Fique ligado!

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