Muita água vai rolar #nasdaq100
Ontem, foi publicada a inflação de março nos EUA, medida
pelo CPI. Embora tenha ficado próximo das previsões dos analistas, atingindo
3,4% a.a. no índice cheio e 3,9% excluindo alimentos e combustíveis, os
detalhes não trouxeram exatamente o ânimo esperado por aqueles que contavam com
cortes agressivos nas taxas de juros este ano, como enfatiza John Authers na
Bloomberg.
Desinflando a Desinflação nos EUA:
Os Estados Unidos estão vivenciando um processo de
desinflação, mas os dados mais recentes revelam um desdobramento
exasperantemente lento desse fenômeno. O Bureau of Labor Statistics divulgou na
última quinta-feira que tanto o índice de preços ao consumidor quanto as
medidas centrais mostraram uma desinflação menor do que a prevista.
Desinflação, uma palavra da moda que parece não se ajustar
ao vocabulário atual.
A atenção agora se volta para o que é conhecido como "supercore inflation", que abrange serviços excluindo moradia. Essa medida, sensível aos salários, indica que a desinflação está estagnada e não se limita apenas a efeitos de base, persistindo mensalmente. A análise econômica da Bloomberg sugere que os serviços centrais representam agora toda a inflação, superando o índice principal.
Até mesmo a medida de média aparada do Federal Reserve de
Cleveland, adorada pelos estatísticos, revela que a desinflação continua em uma
base anual, embora de maneira dolorosamente lenta. Há uma esperança sustentada
pela possibilidade de que a inflação do aluguel esteja sendo exagerada devido a
defasagens na metodologia do BLS.
No entanto, no contexto das expectativas de uma desinflação
mais rápida e da narrativa prevalecente de que a inflação está sob controle, o
relatório recente é decepcionante. Isso não fortalece a argumentação para
cortes iminentes nas taxas, sugerindo que a "última milha" da
desinflação em direção à meta de 2% do Fed pode ser mais desafiadora do que o
esperado.
Embora os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos
tenham caído, indicando nervosismo no mercado, a reação imediata foi vista como
uma oportunidade de compra. A incerteza paira sobre a possibilidade de cortes
nas taxas em março, já que a desinflação persiste e a inflação ainda supera a
meta.
Em resumo, o relatório recente não apenas frustra as expectativas otimistas, mas também lança dúvidas sobre a trajetória da desinflação nos Estados Unidos. A paciência do Fed pode ser testada antes de considerar a transição oficial para um ciclo de afrouxamento, e a interpretação do mercado sobre a função de reação do Fed desempenhará um papel crucial nos próximos movimentos econômicos.
Outro assunto que vira e mexe vem à tona é sobre a dívida americana e toda a consequência que isso pode trazer. É verdade que a trajetória é preocupante, mas não se pode desconsiderar que é uma projeção e como tanto ações podem ser tomadas no tempo para evitar um desastre. Como dizia Keynes, no longo prazo estaremos todos mortos. Claudia Sahm comenta na Bloomberg em tom provocante: “A dívida atual está em U$ 34 trilhões. Não se preocupe. Sério!”
Dívida recorde de US$ 34 trilhões: um número tão grande que até os americanos mais distraídos estão preocupados. Republicanos e democratas estão unidos no coro de críticas, acusando uns aos outros de um endividamento fora de controle. Uma pesquisa do Pew Research Center revelou que quase seis em cada dez americanos consideram a redução da dívida uma prioridade máxima. Então, o Congresso, em um esforço "heroico", se aproxima de aprovar um orçamento para o ano fiscal de 2024, limitando os gastos a US$ 1,59 trilhão - um pouquinho menos que os astronômicos US$ 1,7 trilhão de 2023.
Enquanto todos se preocupam com a conta, muitas dessas
preocupações são exageradas e atrapalham uma conversa construtiva sobre as
prioridades do país. A verdade é que a dívida não é nem boa nem má por si só. A
questão não é qual é o nível "certo" de endividamento, mas sim qual é
o retorno econômico ou os objetivos sociais alcançados por meio desse
endividamento.
Mas, claro, há o lado negro do endividamento. Pesquisas
sugerem que incentivos fiscais para empresas podem aumentar a desigualdade em
vez de fortalecer a economia. No entanto, o valor da dívida dos EUA precisa ser
contextualizado: US$ 34 trilhões podem assustar, mas US$ 142 trilhões - a
riqueza total dos americanos - é ainda mais significativo, financiando essa
dívida colossal.
Os pessimistas destacam os juros pagos pelo governo para cobrir a dívida - um recorde de US$ 882,6 bilhões em 2023. Mas, novamente, contexto importa. Esse valor, embora tenha dobrado desde 2016, representa 3,4% do PIB, menos que o nível de 4,3% do final dos anos 1990, quando o governo tinha superávits, não déficits.
Sempre que há debate sobre dívida governamental, alguém
inevitavelmente compara com as restrições financeiras enfrentadas pelos lares.
Mas o argumento correto para as decisões do governo sobre dívida não é o mesmo
das decisões domésticas. Stephanie Kelton, professora de economia na Stony
Brook University, argumenta corretamente que isso é um dos "mitos" da
discussão sobre a dívida.
No post https://powell-desafia-economistas-raiz fiz os
seguintes comentários sobre o Nasdaq100: " a Nasdaq100, ao término da
onda (1) azul, uma onda (2) deveria levar a Nasdaq100 conforme mostrado a
seguir pela sequência A, B, C verde, aos possíveis níveis de: 13.900 (↓ 17%) –
13.229 (↓ 22%) – 12.510 (↓ 25%)."
Assim como no S&P500, refiz as contagens da Nasdaq100. Quando o movimento se estende, às vezes essas alterações se fazem necessárias. Confesso que é frustrante observar o mercado atuar conforme o esperado e não ter posições; a vontade que dá é entrar e dane-se. Mas essa atitude é claramente emocional, onde se busca reconhecimento por estar certo sem pensar no risco x retorno.
Existe a outra reação que é mais arrogante, assumindo que o
mercado está errado e logo, logo vai ver o perigo 1 – quando a onda 1 verde terminar. É
muito importante observar e avaliar se sua contagem não está errada, indicando
que a alta, no caso, é muito maior. A situação atual tem um pouco dos dois,
como venho comentando. A disciplina do Mosca agora é buscar não ter viés. É
difícil! Voltando à terra, o objetivo na opção que estou trabalhando é entre
17.360 / 17.450.
O Bitcoin não teve uma boa estreia ontem, como eu suspeitava. Para conhecimento, foram lançados seis ETFs idênticos por casas diferentes, uma bela concorrência do mesmo peixe. No gráfico a seguir, encontra-se o mais negociável com cotações durante o dia de ontem.
Vocês notam como as notícias ruins predominam nos noticiários? Mas nem tudo é assim. Muito pouco se tem falado dos robôs, mas sua implantação nas indústrias segue um caminho sem volta. O preço, que era um limitador, vem caindo de forma sistemática, conforme o gráfico a seguir que compara seu valor em comparação ao custo do salário por hora.
- David, eu fiz uma continha aqui e cheguei à conclusão de que em 2030 o robô vai custar o mesmo que dois meses de salário. E você acha isso boa notícia?
Entendo seu lado social, mas não adianta lutar contra a
realidade. Esses empregos que serão perdidos terão que achar lugar em outras
funções. Por outro lado, a produtividade irá aumentar e o custo dos produtos
cairá.
- David, antes de você terminar, o que significa o “.n”
no título de hoje?
O SP500 fechou a 4.783, sem variação; o USDBRL a R$ 4,8545,
com queda de 0,32%; o EURUSD a € 1,0949, com queda de 0,19%; e o ouro a U$
2.046, com alta de 0,92%.
Fique ligado!
O dado da inflação foi um balde de água fria. O resultado de alguns bancos, incluindo o JPM, e a reação do mercado não foi boa. Várias techs, de alto peso no indice, estão super esticadas. Acredito que a chance veremos uma correção nos preços. Se a inflação de Janeiro continuar alta, acredito que os juros voltarão a subir e a bolsa pode ter uma grande correção.
ResponderExcluirEu também estou aguardando essa correção, mas parece que ela ainda não se materializou
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