Aprovação no grito #IBOVESPA #bitcoin

 

Amanhã, estaremos diante do aguardado anúncio do índice de inflação dos Estados Unidos para dezembro. Poderia facilmente se tornar o ponto central da semana, mas há um acontecimento que promete roubar a cena. Curiosamente, este anúncio foi alvo de uma notícia falsa que se espalhou pelo mercado ontem. Sem delongas, o foco está na decisão da SEC sobre a aprovação do ETF de Bitcoin, uma solicitação feita no ano passado, cerca de julho. Como veremos a seguir, essa questão pode ter sido determinante para o surpreendente aumento da criptomoeda, que praticamente dobrou de preço nesse período.

Contudo, o que aconteceu ontem? Allyson Versprille comentou na Bloomberg sobre a conta X, classificada com informações falsas sobre a suposta aprovação do ETF. O aguardado pronunciamento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA sobre a viabilização de um fundo negociado em bolsa de Bitcoin rapidamente se transformou em um grande incidente de segurança cibernética na última terça-feira. A conta X da SEC foi comprometida e uma postagem falsa, indicando que a agência daria sinal verde para os produtos, alimentou uma rápida alta no preço da maior criptomoeda do mundo. Além disso, gerou uma investigação das autoridades dos EUA sobre como a conta de mídia social do principal regulador de Wall Street foi violada.

"Isso ilustra vividamente a amplitude e frequência dos ataques cibernéticos", observou Kurt Gottschall, sócio do escritório de advocacia Haynes Boone e ex-diretor regional da SEC. "A ironia aqui é que a SEC não mostrou grande simpatia por empresas públicas e gestores de ativos que enfrentaram incidentes de segurança cibernética."

A lacuna concedeu munição aos fiéis das criptomoedas, há tempos enxergando o presidente da comissão, Gary Gensler, como um oponente devido ao seu rigor no controle da indústria. A ironia de um incidente de segurança cibernética atingindo um regulador que alertou repetidamente sobre as vulnerabilidades online das criptomoedas não escapou aos críticos que aguardaram anos pela aprovação de um ETF de Bitcoin pela SEC. Operadores têm especulado por semanas que a agência poderia aprovar vários desses produtos já na quarta-feira.

 

Investigação

A SEC comunicou que houve atividade não autorizada na conta @SECGov X por uma parte desconhecida por um curto período, logo após as 16h ET de terça-feira. Após a remoção da postagem falsa, Joe Benarroch, chefe de operações de negócios da X, afirmou em comunicado que "a conta está segura e estamos investigando a causa raiz".

Decisão Iminente

Aproximadamente uma dúzia de empresas se inscreveram para listar ETFs lastreados em Bitcoin nos EUA. A SEC tem até 10 de janeiro para tomar decisões sobre pelo menos um desses aplicativos. Insiders do mundo das criptomoedas especulam que o regulador utilizará essa data para anunciar uma série de decisões de uma vez só.

Antes de um ETF de Bitcoin ser negociado, dois requisitos técnicos devem ser atendidos. Primeiro, a SEC deve aprovar os chamados registros 19b-4 pelas bolsas que listarão os ETFs. Segundo o regulador precisa aprovar os formulários S-1, que são os pedidos de registro dos possíveis emissores, incluindo a BlackRock Inc.

A Bloomberg News reportou que a SEC está planejando votar nos registros das bolsas, os 19b-4s, esta semana. O regulador pode ou não tomar medidas sobre as aplicações dos emissores, os S-1, ao mesmo tempo. Se a SEC conceder ambas as aprovações necessárias, os ETFs poderão iniciar a negociação já no próximo dia útil.

 

Polêmica do ETF

A SEC, sob Gensler e seu antecessor na era Trump, Jay Clayton, recusou-se anteriormente a permitir o lançamento desse produto, citando preocupações com a proteção dos investidores e o potencial de manipulação do mercado. Entretanto, desde agosto, a especulação vem crescendo após a SEC perder uma importante batalha legal contra a gestora de ativos de criptomoedas Grayscale Investments, sugerindo que o regulador pode ceder à crescente pressão por esse produto.

O alvoroço em torno de uma possível aprovação tem sido intenso nas redes sociais. O Bitcoin chegou a subir 10% em 16 de outubro, quando um site de notícias sobre criptomoedas erroneamente afirmou na conta X que a BlackRock havia sido aprovada para listar um ETF à vista. Durante essa alta, cerca de US$ 85 milhões de posições de negociação majoritariamente baixistas foram liquidadas, mas o movimento se reverteu rapidamente.

O que poderia acontecer com o Bitcoin se esses ETFs forem aprovados? Logicamente, uma alta é esperada, pois resolveria várias questões para quem busca investir nesse ativo: onde negociar, qualidade da custódia, custos e eliminação do spread entre compra e venda. Existem outros custos a considerar com um ETF, como taxa de administração e custódia, embora a outra forma de investimento também os tenha.

No entanto, será que isso já não foi antecipado? É bem possível. Do ponto de vista técnico, no post fundamentalista-depende-de-sorte fiz os seguintes comentários sobre o Bitcoin: "A criptomoeda atingiu a máxima de U$ 44.800, um pouco abaixo do objetivo de U$ 46.000. Se minha análise estiver correta, podemos esperar uma queda com o objetivo de U$ 30.000. Vamos com calma!"

A alta acabou se estendendo um pouco mais e se aproximou dos limites calculados de U$ 47.643, como indicado no gráfico a seguir. Pela visão do Mosca, espera-se uma queda para níveis de U$ 32 mil, o que, se acontecer, seria uma decepção para aqueles que esperam que o ETF seja o gatilho para a alta. Quero deixar claro também que tenho uma visão mais otimista para a criptomoeda, mas por enquanto, não é a minha preferida.

Os entusiastas desejavam aprovar o ETF das criptomoedas a todo custo, mesmo que o que o hacker fez não seja legal. Um empurrãozinho poderia pressionar a SEC a antecipar sua decisão, se aprovado. Para quem gosta do Bitcoin e afins, essa tabela de correlação pode dar uma ideia do que esperar. Como podem notar, não se relaciona com nada — exceto com seu irmão mais novo, o Ethereum. Nada de nasdaq100, ouro, ou qualquer outro ativo. Isso pode ser tanto bom quanto ruim: como diversificador, é positivo, mas em termos de utilidade, é muito limitado.

No post fundamentalista-depende-de-sorte fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: ... "Como eu suspeitava, a onda (iv) laranja ainda não foi concluída. Em uma janela de 1 hora, nota-se a formação de um triângulo bastante comum na quarta onda. O objetivo para o término desse movimento — onda 1 verde — deveria ocorrer entre 129,7 mil e 132,1 mil. Neste momento, não temos nada a fazer além de aguardar o término do movimento."

A bolsa brasileira atingiu 134,3 mil no final do ano passado, o que parece estar de acordo com a visão anterior, concluindo a onda 1 verde. O próximo passo será encontrar o ponto de entrada destacado no retângulo abaixo. Parece mais provável que seja o primeiro nível de 125 mil, algo que deverá ocorrer no próximo mês.

— David, por que você acredita nesse nível e não no mais provável (verde) 119.809?

Vou precisar adentrar nos conceitos de Elliot Wave. Geralmente, a onda 2 verde deve retrair até o nível da onda (iv) laranja de menor patamar — destaquei com o símbolo em laranja. Mas não é uma regra infalível, pois pode não ocorrer em todos os casos; é apenas um indicativo. A configuração da correção nos fornecerá novas pistas.

O SP500 fechou a 4.783, com alta de 0,57%; o USDBRL a R$ 4,8922, com queda de 0,24%; o EURUSD a € 1,0967, com alta de 0,33%; e o ouro a U$ 2.023, com queda de 0,28%.

Fique ligado!