Bonus colossal #IBOVESPA
Fiquei na dúvida se deveria abordar o assunto de hoje, que
pode parecer um post de fofoca. Mesmo assim, resolvi arriscar, enquanto
esperamos os dados de inflação e a decisão do Fed. Não carecia falar mais sobre
este último assunto, vamos aos números!
Desde que Elon Musk se envolveu na compra do Twitter – vou
usar essa denominação pois X é apenas uma letra! – sua vida não tem sido fácil.
O Mosca comentou, naquele momento, que ele estava violando nossa regra 25:
"Ninguém é bom em tudo, ainda mais ao entrar no competitivo mercado de
mídia". Não deu outra, as ações dessa companhia despencaram — segundo
modelos de avaliação, visto que não é mais pública. Para completar, seu
carro-chefe, a Tesla, vem caindo pelas tabelas depois que o mercado de veículos
elétricos passa por uma fase maior de competição – nem a colher de chá de ser
incluído nas Sete Magníficas ajudou suas ações.
Para que o leitor tenha uma ideia do que aconteceu com as
ações da Tesla, a seguir um breve estudo técnico sobre o período mais recente
de sua máxima, atingida em outubro de 2021 até o fechamento de ontem,
registrando uma queda de 60%. Segundo minha ideia, deveria continuar caindo até
atingir US$ 71 por ação no próximo ano, registrando 83% de queda. Mas tenho
boas futuras notícias para Musk, depois disso, deveria subir – vai saber se ele
não vai ter que vender suas ações na bacia das almas!
Ele também se meteu em várias complicações pessoais ao se
envolver em relacionamentos com funcionários da SpaceX, segundo artigo de Joe
Palazzolo e outra no Wall Street Journal, do qual reproduzo um breve resumo:
Quando Elon Musk contatou pessoalmente uma ex-estagiária de
engenharia da SpaceX em 2017 para discutir uma função em sua equipe executiva,
a mulher, que havia se formado recentemente, compartilhou sua empolgação com
amigos sobre a oportunidade. Eles haviam se conhecido anos antes, durante seu
estágio, resultando em um relacionamento que incluiu um encontro, um beijo e,
eventualmente, sexo.
Executivos e ex-funcionários da SpaceX disseram que existe
um entendimento de que Musk, um líder carismático com muitos fãs que o chamam
de gênio, pode agir impunemente.
**Regra 1 do Mosca ou de qualquer empresário: Jamais se
envolva com funcionários! **
Mas vamos ao aspecto financeiro: Elon Musk propôs um pacote
de incentivo para si, composto por opções de ações da Tesla, em 2018, e foi
aprovado. Naquela época, nadava de braçada no mercado de veículos elétricos e
não teve que discutir com nenhum chefe se merecia esse prêmio. Acontece que,
recentemente, um juiz declarou que o processo não era aceitável, o que gerou
uma nova votação, conforme relata Emily Glazer e outros no Wall Street Journal.
A votação sobre o pacote de remuneração de US$ 46 bilhões de
Elon Musk na Tesla, esta semana, está até agora muito acirrada, com a montadora
e o bilionário correndo para angariar apoio nos últimos dias.
Os acionistas da Tesla devem finalizar a votação na
quinta-feira sobre um pacote de remuneração de 2018, que concederia a Musk
opções de ações no valor de bilhões de dólares após ele ter levado a Tesla a um
crescimento significativo nos últimos cinco anos.
Os votos estão sendo recebidos há semanas, mas ainda não
está claro se os acionistas aprovarão o pacote, segundo pessoas familiarizadas
com o assunto. A decisão dependerá de quantos dos investidores individuais da
Tesla votarão e como os grandes investidores institucionais votarão na última
hora, disseram as fontes.
O próprio Musk tem feito campanha para obter votos, tuitando em sua plataforma X e até participando de reuniões com alguns grandes investidores que ele normalmente evita.
O CEO participou de reuniões recentes com o consultor de proxy Glass Lewis e investidores, incluindo Vanguard, State Street e BlackRock, ao lado da presidente da Tesla, Robyn Denholm, e outros, disseram as fontes.Musk deveria falar sobre o futuro da Tesla, não fazer lobby
por sua compensação nessas reuniões, disseram algumas pessoas. Mas, quando
perguntado, Musk abordou o debate sobre a compensação e explicou aos
investidores por que o futuro da Tesla depende de sua presença, segundo algumas
das fontes.
A campanha é incomum. O pacote de remuneração de Musk foi
facilmente aprovado em uma votação em 2018, com 73% das ações votadas apoiando
o empresário. Mas um juiz de Delaware ordenou a revogação do pacote este ano,
dizendo que o processo do conselho não era aceitável. Para tentar superar as
objeções do juiz, a Tesla colocou o pacote para uma nova votação.
A Tesla também planeja apelar da decisão. A empresa
argumenta que Musk merece a compensação porque alcançou as metas e os
acionistas não deveriam voltar atrás no acordo original.
O resultado pode impactar as ações da Tesla, com alguns
investidores preocupados de que isso possa afetar a disposição de Musk de se
concentrar na Tesla em comparação com seus outros negócios.
As grandes instituições que normalmente influenciam o
resultado estavam divididas em 2018 e a maioria não deve mudar seus votos.
Espera-se que a votação dependa dos investidores individuais, que
frequentemente compram ações graças ao próprio Musk.
**Um acordo é um acordo**
“Sou um capitalista extremado. Esse é meu viés”, disse Paul
Melihercik, um executivo aposentado de recursos humanos que comprou cerca de
200 ações da Tesla há alguns anos, através de seu consultor financeiro, e está
apoiando o pacote. “Se o conselho da época aprovou, vale o combinado.”
Outros se preocupam com o que Musk faria se perdesse.
“Musk aparece na mídia como um pouco descontrolado, então há
um medo de que, se ele não ganhar, possa fazer algo errático”, disse William
Gannon, um oftalmologista que vive em Dothan, Alabama, e planeja votar suas
quase 40 ações a favor do pacote.
Para incentivar os indivíduos a votarem, a empresa ofereceu
um sorteio para os fãs de Musk: uma chance de fazer um tour com Musk pela
fábrica de produção no Texas, a Gigafactory, no dia da reunião anual.
Oferecer incentivos é raro em votações de acionistas, e
especialistas em proxy não conseguem lembrar de outra oferta como a da Tesla. A
Prudential Financial, a seguradora, ofereceu aos acionistas a escolha entre uma
bolsa gratuita ou plantar uma árvore. (Uma empresa não pode simplesmente
comprar votos.)
Na semana passada, a Tesla tentou uma nova tática para
capturar a atenção dos fãs de Musk. A empresa lançou um vídeo com instruções de
votação apresentadas pelo Optimus, o robô humanoide que Musk tem promovido como
parte do futuro da Tesla.
A Tesla precisa da maioria das ações votadas para aprovar o
pacote de remuneração. Os acionistas também estão votando para mudar a
incorporação da empresa de Delaware para o Texas. Essa medida enfrenta um
desafio difícil porque requer a aprovação da maioria de todas as ações em
circulação.
Esse “dinheirinho” iria caber bem atualmente para que Musk
possa saldar dívidas assumidas com a compra do Twitter. O que ele faria com
essas ações não se sabe, porém está precisando de caixa. Os acionistas da
Tesla, se é que existe algum que ainda endeusa esse executivo, não devem estar
muito felizes com a evolução recente das ações — e essa emissão não ajudaria.
Outra pergunta que é crucial a ser respondida é: quão
importante ele ainda é nessa empresa? Ela já não está madura o suficiente para
não depender de ninguém? Aqui vale a regra 38: ninguém é insubstituível”. Agora
é incontestável que, se a decisão foi legal, ele deve receber esse benefício.
Mas será que foi legal? Fico desconfiado, pois se assim fosse, não precisaria
pedir novas eleições, correndo o risco de perder.
Elon Musk, como todo outlier, é uma pessoa complicada que se
acha acima de todos, o que de certa forma é verdade. Afinal, não existem muitos
que se aventurariam no mercado automobilístico mundial tão concorrido. Para
mostrar seu narcisismo, ontem a Apple lançou sua IA a ser aplicada em seus
aparelhos. Foi um sucesso, a repercussão com suas ações subindo mais de 11% até
hoje. Mas não para Musk, que postou em sua rede que a Apple estaria espionando
os dados e, como tal, baniria essa empresa da Tesla.
Em termos de inflação, publicada agora pela manhã, o resultado veio mais ameno, nada excepcional, mas o fato de não subir já é um alívio. O índice cheio ficou em 3,3% - esperado 3,4% - enquanto o core, que exclui alimentos e energia, em 3,4%, mostrando mais estabilidade que queda. Mas o mercado gostou do número!
No post "Máximas Importam", fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: "Ontem a bolsa atingiu 120.8 mil, muito
dentro do que se esperava nessa queda. Então, se anima a comprar? Não. Como
venho comentando, somente depois de 5 ondas para cima. Busquei como exercício
algumas alternativas caso a bolsa não se sustente no nível atual e encontrei um
cenário ruim e outro horrível. Vamos ao ruim. Nesta opção, o primeiro objetivo
seria entre 119.1 mil / 117.8 mil e o segundo mais provável ao redor de 113 mil,
ambos destacados com retângulo"...
É difícil ver duas bolsas andando em sentidos contrários. Enquanto as americanas galgam novos recordes, a brasileira permanece em queda. Se o governo fosse minimamente responsável, deveria encarar esse fato com preocupação, pois não está indo no caminho correto do ponto de vista de negócios.
Voltando à análise técnica, o cenário que apresentei na
semana passada não é meu preferencial, ainda existe uma esperança no antigo.
Destaquei no retângulo abaixo os níveis a se observar: o primeiro, que se
encontra em ataque do nível de 119,8 mil, que, se rompido, rumaria para 116,1
mil.
Antes que meu amigo pergunte quando mudaria para o cenário de quedas maiores, a resposta é que irá depender da evolução das cotações, embora pouca diferença faça agora. Se existe alguma coisa de positivo que poderia acrescentar é que o movimento observado na onda 2 verde não é direcional, sendo assim tudo indica que a bolsa está numa correção."
Aproveitando a "alegria" do mercado com os dados de inflação e considerando que entramos na zona de perigo atualizei o stop loss da posição na nasdaq100 para 19.100.
O SP500 fechou a 5.421, com alta de 0,85%; o USDBRL a R$ 5,4075,
com alta de 0,77%; o EURUSD a € 1,0805, com alta de 0,62%; o ouro a U$ 2.320,
com alta de 0,19%.
Fique ligado!
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