A insônia de Trump #EURUSD
Algo tirou o sono do presidente Donald Trump, e os mercados
financeiros, em sua dança frenética, parecem refletir sua inquietação. Abril de
2025 está marcado como o mês mais volátil desde o colapso da Covid em 2020, com
o S&P 500 oscilando em sete das últimas dez sessões com ganhos ou perdas de
pelo menos 1%, conforme reportado pelo Wall Street Journal. Mas o que,
exatamente, abalou o presidente a ponto de desencadear uma série de recuos em
suas políticas? Aqui no Acertar na Mosca, desconfiamos que um movimento
brusco do mercado — ou algo mais profundo — forçou Trump a uma meia-volta
inesperada. Esta análise mergulha nessa desconfiança, explorando o que pode ter
perturbado o presidente e como isso reverbera no cenário financeiro global.
O Que Incomoda Trump?
No Acertar na Mosca, levantamos a questão: o que
poderia ter tirado o sono de Trump? Observamos uma série de reações abruptas do
presidente: a reafirmação de Jerome Powell no comando do Federal Reserve, a
sinalização de tarifas reduzidas pela metade contra a China, a aceitação da
saída de Elon Musk do Departamento de Gestão e Eficiência Governamental (DOGE)
e, sobretudo, a queda vertiginosa das ações da Tesla, que viu seu lucro
despencar 71% no primeiro trimestre. Esses movimentos não são mera
coincidência. Suspeitamos que um indicador específico — talvez a queda da
bolsa, a fraqueza do dólar ou a alta dos juros — tenha abalado a confiança de
Trump, forçando-o a recuar de suas posições mais agressivas.
Essa desconfiança ganha força quando analisamos os eventos
recentes. O Wall Street Journal relata que, após o choque das tarifas do
"Dia da Libertação", que incluíam taxas de até 145% sobre importações
chinesas, os mercados responderam com uma venda massiva de ativos americanos. O
dólar atingiu seu menor nível em três anos, os rendimentos dos títulos do
Tesouro subiram, e o ouro alcançou novas máximas. Esses sinais de fuga de
capitais, como James Mackintosh aponta no Wall Street Journal, podem ter
ressoado como um alarme para Trump, que, segundo John Authers, da Bloomberg,
demonstrou um "Trump Put" ao ceder às pressões do mercado. Mas, aqui
no Acertar na Mosca, vamos além: desconfiamos que algo mais intangível,
talvez a percepção de que os EUA estão perdendo sua hegemonia, tenha mexido com
o presidente.
Mercados como Espelho da Inquietação
A volatilidade dos mercados reflete a instabilidade que, no Acertar
na Mosca, acreditamos estar afetando Trump. O Wall Street Journal
destaca que o S&P 500 subiu 1,7%, o Nasdaq avançou 2,5%, e o Dow Jones
escalou 419,59 pontos em uma única sessão, impulsionados pela promessa de Trump
de não demitir Powell e pela possibilidade de tarifas menores contra a China.
No entanto, esses ganhos são frágeis. A administração deixou claro que qualquer
redução tarifária não será unilateral, e a incerteza persiste, como evidencia o
Federal Reserve Beige Book de 23 de abril de 2025. O relatório, citado
pela Bloomberg, mostra que a palavra "tarifas" domina as
preocupações das empresas, paralisando investimentos e elevando o risco de uma
recessão evitável.
No Acertar na Mosca, mantemos uma visão mais
ponderada. Acreditamos que a alta dos juros e a desvalorização do dólar não
sinalizam uma derrocada, mas uma acomodação natural do mercado. Ainda assim,
reconhecemos o perigo: se a desconfiança dos investidores, alimentada pela percepção
de declínio americano, ganhar força, um círculo vicioso pode se formar. Essa
suspeita ecoa a análise de Viktor Shvets, da Macquarie, que vê os mercados como
o único freio capaz de conter os impulsos de Trump, já que outras instituições
parecem incapazes de limitar seu poder executivo.
O Enigma do Gatilho
O que, afinal, foi o gatilho que perturbou Trump? No Acertar
na Mosca, sugerimos que a combinação da queda da bolsa, a fraqueza do dólar
e a alta dos juros pode ter sido suficiente para abalar o presidente, mas não
descartamos um fator mais subjetivo: o medo de perder o controle da narrativa
econômica. Jim Reid, da Deutsche Bank, aponta que a underperformance das
gigantes de tecnologia do Mag-7, agravada pela chegada da DeepSeek e pelas
dúvidas sobre a monetização da inteligência artificial, já pressionava os
ativos americanos antes mesmo das tarifas. A saída de Musk e o colapso dos
lucros da Tesla podem ter reforçado a percepção de que as políticas de Trump
estão alienando aliados cruciais no setor privado.
Além disso, a aprovação de Trump, segundo Bankim Chadha, da
Deutsche Bank, está em queda, acompanhando a deterioração da confiança do
consumidor. Chadha prevê um rali no S&P 500 para 6.150 pontos até o final
do ano, mas apenas se as tarifas forem significativamente reduzidas. Caso
contrário, o risco de recessão cresce. No Acertar na Mosca, desconfiamos
que Trump, pressionado por esses sinais, tenha percebido que sua retórica
agressiva estava custando caro demais — não apenas em termos de mercado, but em
credibilidade política.
Um Jogo de Audácia e Incerteza
A desconfiança do Acertar na Mosca sobre o que tirou
o sono de Trump aponta para um presidente acuado, mas não domado. Os mercados,
como guardiões relutantes, forçaram recuos, mas a volatilidade permanece.
Spencer Jakab, do Wall Street Journal, alerta para as distorções nos
ETFs, como o iShares Russell 2000, que podem enganar investidores em busca de
barganhas. Para nós, o momento exige uma dose de bom senso, algo que
acreditamos pode ter começado a emergir em Trump, ainda que sob pressão.
O enigma persiste: foi a fuga de capitais, a queda da Tesla
ou a sombra de uma hegemonia em declínio que abalou o presidente? Enquanto os
mercados oscilam, a resposta permanece incerta. Para investidores, nosso
conselho é claro: mantenha a audácia, mas com cautela. O próximo movimento de
Trump pode ser tão imprevisível quanto o que o mantém acordado à noite.
Análise Técnica
No post “Game of Trades”, comentamos sobre o euro: “Agora,
é hora de olhar o cenário de alta com mais atenção. Não que os parâmetros
técnicos apontem decisivamente para isso — o nível de € 1,1213 ainda não foi
superado e, mesmo que seja, pode se tratar de um false break. Minha posição
neutra me permite avaliar as duas hipóteses com tranquilidade. Caso a alta se
confirme, o euro encontraria resistência próxima de € 1,1250, como indicado no
gráfico abaixo.”
A moeda única ultrapassou o nível de € 1,1250, o que nos
levou a mudar o cenário de médio prazo para alta. Neste cenário, a linha azul
no gráfico abaixo seria o caminho traçado, onde a onda 3 azul
encontraria um objetivo dentro do retângulo azul, depois voltaria para testar a
reta de longo prazo — algo comum nessa onda 4 azul — para, em seguida,
atingir o objetivo dentro do retângulo laranja. Somente após esse movimento, um
período mais longo de queda é esperado para o euro, conforme a linha laranja.
- David, agora que parece estar mais definido, não vale
uma aposta?
Uma aposta nesse cenário teria um stop loss em €
1,1144, aproximadamente 2% de queda, para um objetivo de € 1,1925 (+4,7%).
Aparentemente, parece um bom risco-retorno. Porém, para chegar à onda (C)
vermelha, pode ocorrer uma configuração diferente. No retângulo laranja, existe
a complementação de três ondas no seguinte encadeamento: 5 azul, (C)
vermelha e B laranja, em ordem crescente de prazo. Ou seja, a única
sequência direcional é de curto prazo, e mesmo ela pode diferir da forma que
imagino. Prefiro esperar a eventual onda 4 azul, que nos colocaria em um
nível semelhante ao atual, mas com maior segurança na sequência de ondas em
azul.
Resolvi fazer uma aposta no Ibovespa considerando minhas observações
no post de ontem “O bode expiatório de plantão” comprando na ruptura a 133,1
mil colocando o sop loss a 131 mil. Além dos gráficos e bom cruzar os dedos!
Hahaha ....
O S&P500 fechou a 5.484, com alta de 2,03%; o USDBRL a
R$ 5,6899, com queda de 0,35%; e o EURUSD a € 1,1384, com alta de 0,63%; e o o
ouro a U$ 3.341, com alta de 1,61%.
Fique ligado!
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