O bode expiatório de plantão #IBOVESPA
Com sua habitual fanfarronice, Donald Trump tenta
transformar Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em bode expiatório
para qualquer revés econômico. Ao criticar Powell por não reduzir as taxas de
juros com a rapidez do Banco Central Europeu, Trump chegou a ameaçar demiti-lo,
apenas para recuar, declarando, segundo o Wall Street Journal, que
"não tem intenção" de afastá-lo. A intenção é clara: preparar o
terreno para culpar o Fed caso suas políticas de tarifas, como os 145% sobre a
China, precipitem a economia em uma crise.
A estratégia de Trump tem menos a ver com política monetária
do que com desviar as atenções. Ao acusar Powell de politizar o Fed em 2024
para favorecer Biden, ele agora o retrata como obstáculo à sua agenda,
ignorando que foi ele quem indicou Powell em 2018. Conforme o WSJ, suas
postagens em redes sociais e comentários, como chamar Powell de "Sr.
Atrasado", visam minar a credibilidade do Fed, posicionando-o como
responsável por qualquer fraqueza econômica. Trata-se de um jogo de culpa
premeditado, desenhado para proteger sua imagem.
Trump acredita que pode enganar o público, mas subestima sua
perspicácia. Como aponta o Mosca, culpar Powell não apagará as marcas de suas
próprias decisões, como tarifas que desestabilizam os mercados. Sua tática de
atacar e recuar revela uma obsessão por controle, usando o Fed como peça em seu
tabuleiro político. Powell, firme em sua postura técnica, parece irredutível,
deixando Trump com um plano que pode ruir antes mesmo de se concretizar.
Buffett Acerta na Mosca, Enquanto Investidores Apostam no
Escuro
Warren Buffett, o oráculo de Omaha, provou mais uma vez por
que é uma lenda do mercado. Ao vender a maior parte de sua posição na Apple no
final de 2024, conforme reportado pelo Wall Street Journal, Buffett não
apenas evitou a tempestade que reduziu o valor da gigante tecnológica em US$ 1
trilhão desde o pico de dezembro, mas também reforçou sua filosofia implacável:
comprar barato, vender caro, guiado por modelos de valuation, não por
intuição. Segundo o Mosca, a venda não decorreu de uma premonição de tarifas ou
caos econômico, mas do preço — a Apple, com valuations exorbitantes, remetia à
Coca-Cola de 1998, quando Buffett lamentou não ter reduzido sua posição. Com a
Berkshire Hathaway agora detendo US$ 318 bilhões em caixa, a maior reserva de
sua história, Buffett escapou da queda de 25% da Apple em 2025 e posicionou-se
para explorar oportunidades em um mercado instável. Seu movimento é uma aula de
disciplina: o mercado pode subir, mas o preço dita a estratégia.
Enquanto Buffett colhe os frutos de sua prudência, uma nova
geração de investidores mergulha na volatilidade, confundindo risco com
oportunidade. O WSJ relata que, em abril de 2025, jovens traders,
moldados pela febre de 2020, compraram US$ 21 bilhões em ações e ETFs desde o
anúncio do "Dia da Libertação" de Trump, apesar das oscilações do
S&P 500, que caiu 5% em um dia e subiu 10% em outro. Diferentemente de
Buffett, cuja estratégia se baseia em valuations rigorosos, esses
investidores confiam na ideia de que "o mercado sempre se recupera".
Exemplos como Dan Oksnevad, que aloca 90% de seu portfólio em bitcoin, ou Kiel
Elliott, que investiu US$ 40 mil em opções de GameStop, ilustram uma abordagem
que o Mosca critica: comprar porque "ficou barato", sem sinais
técnicos claros, como os da Elliott Wave, é como jogar dados com o mercado. A
crença cega na recuperação ignora que o "barato" pode ficar ainda
mais barato, sobretudo com as tarifas de Trump ameaçando recessão ou
estagflação.
A dicotomia entre Buffett e esses traders é um estudo de
contrastes. Enquanto o primeiro aguarda pacientemente, com seu arsenal de caixa
rendendo em T-bills, os segundos correm para "comprar na queda", como
Will Seaman, que concentrou seu portfólio em duas ações especulativas, ou
Patrick Wieland, que apostou em ETFs alavancados. O Mosca alerta: sem
uma metodologia robusta, essas apostas são mais próximas de um cassino do que
de investimento. Buffett, com informações em tempo real de suas empresas, sabe
que o mercado, abalado por políticas comerciais, não oferece barganhas claras.
Sua lição é inequívoca: discipline-se ou pereça. Enquanto jovens traders sonham
com "décadas de retorno em semanas", Buffett, aos 94 anos, prova que
a paciência, não a pressa, constrói fortunas.
Análise Técnica
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No post “quanto-você-pode-perder”, fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: “Em uma janela diária, não é possível identificar a formação de cinco ondas descendentes, o que leva a duas conclusões, caso a queda não ganhe tração: 1) a onda B azul, como indicada no gráfico, não começou; 2) abre-se a possibilidade de outra interpretação do movimento. Anotei o nível de 130 mil pontos, onde essas considerações devem ser reavaliadas.”
Contra os fatos, não há contestação: o cenário que eu vinha
adotando precisa ser revisto. Segundo essa nova contagem, a bolsa estaria
prestes a entrar em um canal de alta, com objetivo inicial de 142,4 mil pontos
(~7% de alta), ao concluir a onda 3 azul, seguida de uma pequena
correção na onda 4 azul, para então atingir a onda 5 azul, por
volta de 152,5 mil (~13%). Qual o meu grau de convicção? Médio. Fatores
positivos: o movimento de hoje, que se assemelha a uma onda 3; o restante foi
ajustado para chegar a essa interpretação. Um ponto crucial é que a bolsa
precisa superar com folga a máxima histórica de 137.370 pontos.
O S&P500 fechou a 5.375, com alta de 1,67%; o USDBRL a
R$ 5,7078, com queda de 0,27%; o EURUSD a € 1,1314, com queda de 0,93%; e o
ouro a U$ 3.293, com queda de 2,60%.
Fique ligado!
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