Nem tudo é ruim #USDBRL
A abertura das Olimpíadas gerou muitas críticas. O que não
se pode tirar de mérito aos franceses foi a ousadia da forma como foi criada.
As cenas espalhadas por uma cidade esplendorosa deram um ar de inovação nunca
antes visto. Sem dúvida, foi um espetáculo bem orquestrado que deve ter
envolvido milhares de pessoas. Mas, como sempre, o diferente provoca críticas,
e algumas cenas que foram banalizadas, como a Santa Ceia, geraram julgamentos
da Igreja Católica com razão. Afinal, os franceses exageraram e já pediram
perdão. Agora, para quem assistiu presencialmente, deve ter sido decepcionante:
cinco minutos de glamour e o restante no vazio, sem saber o que estava
acontecendo.
Gostei das eleições na Venezuela. O Maduro, que está no
poder há muito tempo, fez da forma mais simples: declarou vitória e pronto,
agora cabe à oposição provar o contrário. Vamos ver nos próximos dias a reação
do povo, se é que vai existir, dado o clima de repressão no país. Mundo difícil
em que vivemos atualmente, onde o que menos se observa é a democracia.
Por aqui, o presidente Lula resolveu buscar o que sabe fazer
bem: discurso sustentado por mentiras. Foi à televisão enaltecer um Brasil
inexistente na realidade, caminhando cada dia mais para ter uma população
despreparada para competir globalmente, obrigando o Bolsa Família a sustentar a
estupenda marca de 56 milhões de brasileiros, correspondendo a 28% do total da
população. E mais, se as crianças e adolescentes são retirados da amostra,
corresponde a 37%. Um em cada três tem que ser sustentado, sem a menor chance
de gerar um centavo de PIB! Mas no discurso do presidente somos o máximo,
conseguimos tudo dos outros países e, ainda, com disciplina fiscal. Podem estar
certos de que essa estatística só tende a piorar no futuro, até o momento em
que ficará insustentável. Isso só deixará de ocorrer com outro tipo de governo,
não com o PT.
Mas nem tudo é ruim. O setor agrícola brasileiro vem
caminhando de forma competente para produzir alimentos locais e de exportação,
um verdadeiro oásis no deserto vivido. Uma matéria da Bloomberg elaborada por
Clarice Couto e outros aponta os motivos de tal sucesso.
Graças à sua mão-de-obra barata, colheitas durante todo o
ano e estreitas ligações com o mega-comprador Pequim, o Brasil rapidamente
invadiu a posição há muito mantida pelos EUA como o maior fornecedor mundial de
culturas-chave. Agora, o país tem uma nova ferramenta em sua tentativa de
destronar a agricultura americana: a Geração Z.
Um exército de jovens brasileiros está abandonando carreiras
no setor de serviços e na manufatura para seguir seus pais no novamente popular
negócio da agricultura familiar, impulsionando a já acelerada posição do país
na cadeia de suprimentos de alimentos global. Eles são atraídos pela rápida
expansão do setor, uso disseminado de tecnologia e a história de criação de
bilionários famosos. À medida que a nova geração se junta às fileiras rurais, a
idade média do agricultor no Brasil caiu para 46 anos. Enquanto isso, os
agricultores americanos nunca foram tão velhos. Essa diferença não pode ser
atribuída apenas às idades medianas gerais dos países, que o governo dos EUA
diz estarem dentro de quatro anos uma da outra.
Outros países envelhecidos, do Japão à Itália, correm riscos
semelhantes à medida que suas populações amadurecem, mas com os EUA e o Brasil
juntos fornecendo mais da metade do milho do mundo e quase nove de cada dez
toneladas de soja, sua mudança demográfica terá o maior impacto sobre o que o
mundo come — e a que preço. Os agricultores de soja e milho brasileiros
geralmente conseguem vender suas colheitas com um desconto em relação aos
americanos, devido à moeda mais fraca e aos menores custos trabalhistas,
ameaçando a viabilidade dos agricultores dos EUA que tentam competir no palco
global.
Uma população rural envelhecida é o mais recente golpe
contra um país que vem perdendo sua dominância agrícola há anos. Essa posição
tem sido uma fonte crucial de poder político, incluindo, crucialmente, com a
China, o maior importador agrícola. Mas as relações EUA-China se desgastaram
durante a guerra comercial de Donald Trump, permitindo que o Brasil ocupasse o
lugar de alguns fornecedores americanos. Já sendo o maior exportador de soja, o
Brasil agora pode estar a caminho de superar os EUA também nas exportações de
milho. À medida que o déficit comercial agrícola dos EUA se amplia para um
recorde de $32 bilhões no ano fiscal de 2024, as famílias se verão cada vez
mais em risco de interrupções na cadeia de suprimentos e picos de preços quando
desastres distantes ocorrerem.
Em contraste, a agricultura está em ascensão no Brasil — e a nova geração quer participar da ação. À medida que os produtores da Geração Z e millennials entram rapidamente no setor, estão adotando cada vez mais o uso da agricultura de precisão, que permite aos operadores monitorar e analisar seus campos e tomar decisões baseadas em dados. Os jovens brasileiros também estão experimentando novos tipos de culturas e máquinas, aumentando os rendimentos. Eles estão adicionando irrigação, reduzindo pesticidas químicos e adicionando monitoramento por GPS quando assumem papéis de liderança nas fazendas anteriormente geridas pela geração anterior.
“Enquanto a maioria dos pais era
avessa a olhar para os seus celulares, os filhos não são. A criança educada usa
ferramentas digitais e está conseguindo mais sacas por hectare,” disse
Alexandre Nonato dos Reis, diretor de uma concessionária da Deere & Co. no
norte do estado do Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil. “Os
sucessores estão melhorando o negócio.”
A quatro mil milhas de distância, o agricultor de Illinois,
Brian Schaumburg, 69, não tinha nenhum de seus herdeiros — nada menos que quatro
— preparado para assumir a operação quando ele se aposentasse. “Eles não tinham
interesse, e eu não posso culpá-los,” disse ele sobre seus filhos, que há muito
tempo haviam se mudado. “Eles viram os acidentes, a seca e tudo isso, como a
vida pode ser difícil.” Após três gerações de agricultura familiar, “isso vai
parar comigo.” Um vizinho agora aluga a terra.
Agricultores mais velhos podem ser muito bem-sucedidos,
dadas suas décadas de experiência e investimento. Mas nos EUA, eles também
estão se aproximando da idade de aposentadoria. Em 1950, os agricultores
americanos tinham cerca de 48 anos; pelo último censo, isso avançou uma década.
Se não houver um sucessor claro para assumir, um operador agrícola pode vender
para um conglomerado, acelerando o declínio das fazendas familiares dos EUA.
“Os agricultores são a força de
trabalho mais velha da América e com 370 milhões de acres de terras agrícolas
mudando de mãos nos próximos 20 anos, não podemos nos sentar e esperar pelo
melhor,” disse o senador americano Mike Braun, um republicano de Indiana que
faz parte do comitê de agricultura do Senado, bem como de um comitê especial
sobre envelhecimento. Um em cada três agricultores está se preparando para se
aposentar na próxima década, e os EUA têm muitas barreiras impedindo os jovens
de entrar na indústria, acrescentou. “Manter a América alimentada significa
manter a América forte.”
O número de fazendas nos EUA caiu cerca de 14% entre 1997 e 2022, durante um período de altos preços das culturas, quando os agricultores americanos deveriam estar particularmente prósperos. Mesmo quando jovens agricultores americanos querem entrar no negócio, está ficando mais difícil, com mais de meio milhão de fazendas americanas desaparecendo nas últimas quatro décadas em meio ao aumento dos custos e à rápida consolidação. Alguns potenciais sucessores também foram desencorajados pelas margens apertadas da agricultura americana, rendas em queda e condições meteorológicas piorando.
No Brasil, a agricultura é geralmente vista como uma
carreira atraente — e lucrativa. Muitos dos bilionários famosos do Brasil
fizeram suas fortunas na agricultura, incluindo o magnata da soja Blairo Maggi
e o magnata do açúcar Rubens Ometto. As fazendas familiares no Brasil tendem a
ser grandes e muitas empregam centenas de pessoas; alguns proprietários viajam
de jato particular. A música popular celebra a riqueza e o poder do campo,
combinando caminhonetes e chapéus de cowboy com joias e champanhe.
Na política, também, os agricultores no Brasil sentem que
têm apoio. A bancada do agronegócio no congresso do país conta com cerca de 60%
dos parlamentares como membros. No início deste mês, o presidente brasileiro
Luiz Inácio Lula da Silva revelou um financiamento recorde para apoiar a
agricultura. Os impostos sobre herança também são baixos, mesmo após uma
recente reforma. Combinado com o rápido aumento da produção agrícola do país
nos últimos 50 anos, essas camadas sobrepostas de apoio têm gerado uma legião
de jovens herdeiros convencidos dos benefícios de passar a vida no campo. A
agricultura representou cerca de 24% do PIB do Brasil no ano passado, em
comparação com menos de 6% nos EUA, incluindo alimentos e indústrias
relacionadas.
Grande parte das terras agrícolas de hoje no Mato Grosso
estava coberta pela floresta tropical até os anos 1980, o que significava que
as fazendas podiam expandir-se principalmente adicionando área. À medida que os
órgãos governamentais locais e internacionais reprimem o desmatamento, a nova
geração teve que encontrar novas maneiras de aumentar a rentabilidade.
“Os jovens são mais ousados,
assumem mais riscos,” disse Belusso. “Meu pai foi ousado em seu tempo”
Adolescentes americanos e recém-formados se preparando para
entrar na força de trabalho podem ter mais oportunidades de seguir carreiras em
uma variedade de setores, desde a saúde até a tecnologia. Mas, inegavelmente, o
poder cultural da agricultura nos EUA não é o que era antes. O gasto público
dos EUA em pesquisa e desenvolvimento agrícola caiu mais de 20% na década que
terminou em 2019, para cerca de $5,2 bilhões, o nível mais baixo desde que o
USDA começou a registrar dados em 1970. A agricultura também não tem sido um
grande ponto de discussão na campanha presidencial dos EUA, e mesmo aqueles
agricultores que apoiam a candidatura de Trump podem estremecer com a ideia de
que ele trará de volta os tipos de disputas comerciais caras que envolveram o
setor durante seu primeiro mandato.
O Secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, tem
tentado reverter algumas das tendências e atrair mais jovens para o setor. Sua
agência destinou dezenas de bilhões de dólares para promover práticas agrícolas
amigáveis ao clima, como permitir que as fazendas lucrem monetizando seu
excesso de eletricidade renovável, além de ajudá-las a acessar novos mercados,
como a ajuda alimentar internacional.
Apesar do entusiasmo, muitos ainda têm muito a aprender. Os
novos entrantes sem o capital ou a experiência familiar podem não ser capazes
de produzir na mesma escala que os agricultores geracionais que herdam suas
terras e conhecimentos.
Enquanto isso, de volta ao Brasil, os quatro sucessores
Pasqualotto viveram e respiraram agricultura desde que eram crianças. E como já
conhecem os meandros, desde dirigir tratores até negociar commodities, eles têm
grandes planos: dobrar a produção de milho e soja nos próximos três anos e
talvez se expandir para o processamento, adicionando uma planta de esmagamento
de soja, uma unidade de etanol de milho ou uma divisão de aves.
Antes de ler essa matéria, não tinha pensado nos motivos do
sucesso da agricultura no Brasil. De forma pragmática, e ao invés de competir
em áreas que demandam muito conhecimento e recursos, faz muito mais sentido os
jovens se enveredar no campo. Já os americanos, ao contrário, com as
oportunidades oferecidas no mundo da tecnologia, optaram por esse caminho.
Afinal, em termos de potencial patrimonial, esse último é inúmeras vezes maior.
Isso foi bom para o Brasil que acabou ocupando esse nicho.
Agora, é suficiente para uma população de 203 milhões de
habitantes? Certamente não. Desta forma, continuo com minha visão de que o
Brasil vai virar uma grande fazenda. E podem estar certos, esses bem-sucedidos
empresários, o governo vai “querer” (ou ter) que tributar mais esse setor —
exceção aos amigos do presidente. Daqui a dez anos, o que é ótimo vai virar bom,
com o ruim na sequência!
No post https://acertarnamoscasubstituição-no-final-do-jogo “Não posso
afirmar que a onda (4) azul terminou – ainda não se enxergam 5 ondas
claras para cima como destacado no gráfico a seguir. Ficamos no aguardo para
melhor definição e possível sugestão de trade agora com mais possibilidade de
novas altas.”
Agora já se pode contar 5 ondas para cima e, na retração, deve surgir oportunidade de entrada em um trade de compra de dólares. Segundo essa visão, uma retração a R$ 5,56 / R$ 5,5270 será o local onde se pode arriscar uma compra, com stop loss em R$ 5,4767 e objetivo inicial a R$ 5,97. Fique atento ao Mosca.
Fiquei refletindo sobre a evolução dos preços do dólar. Há bem pouco tempo, falava-se em R$ 4,80, e mais, analistas como o “carequinha” vislumbravam até R$ 4,50. Não vejo nada de errado em suas previsões, mas acredito que ele se cegou à realidade local e se atentou somente aos números da balança comercial, que são, sem dúvida, um arraso. Mas economistas trabalham com fundamentos e números, e em seu modelo era isso que vislumbrava.
O Mosca, desde muito tempo, tinha uma visão contrária, de
que o dólar iria subir. Quantos não foram os posts que fiquei em dúvida sobre
essa projeção. Podem estar certos de que não era por batalha de egos:
“carequinha” x Mosca. Se continuei com minha crença foi em cima dos gráficos,
pois apenas num cenário alternativo a queda poderia ocorrer. Também não me meti
a besta de apostar o contrário. Disciplinadamente, aguardei uma definição
técnica, e ela vem acontecendo neste ano.
Agora, novos participantes têm argumentos no sentido da
alta, como a declaração recente de Luis Stuhlberger: “Se o PT continuar assim,
vamos sentir saudades do câmbio a R$ 5,60. Vocês não precisam ter a menor
dúvida de que seus fundos já estão posicionados.”
Mais uma vez, a análise técnica se mostrou útil e evitou
entrar no “oba-oba”!
O SP500 fechou a 5.463, sem variação; o USDBRL a R$ 5,6251,
com queda de 0,54%; o EURUSD a € 1,0822, com queda de 0,32%; e o ouro a U$
2.384, sem variação.
Fique ligado!
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