Expectativa alta #EURUSD

 


É inegável que os investidores estão colocando elevadas expectativas na IA. O Mosca está dentro deste grupo. Trilhões de dólares estão sendo investidos nessa área pelas empresas em busca de maior eficiência e lucratividade. Essa onda tem um viés deflacionário, pois aumento de produtividade é a palavra-chave. Existe também o lado negativo oriundo da possibilidade de eliminação de centenas de milhares de empregos, além dos malfeitores que também ficarão mais eficientes. Acompanho a implantação dessa ferramenta nas empresas trimestralmente por meio de relatório elaborado pela Goldman Sachs e, por enquanto, seu uso ainda é ínfimo — ao redor de 5%.

E se for uma furada, apenas mais uma mania? Foi isso que me chamou a atenção num artigo de Dave Lee publicado na Bloomberg, onde faz a pergunta: A IA algum dia terá retorno? Aqueles que pagam a conta estão preocupados.

Rastrear os que são cautelosos na indústria de tecnologia em relação à inteligência artificial é como procurar republicanos em São Francisco: há muitos por aí, é só você perguntar. E ultimamente eles parecem estar aumentando em número.

Por um lado, é um momento otimista. Números encorajadores publicados na semana passada mostraram que o nível de investimento em startups no trimestre de abril a junho aumentou 57% em comparação com o mesmo período do ano anterior, com mais da metade indo para empresas de IA. A tendência tem sido suficiente para alimentar conversas sobre uma “grande retomada” no setor — uma reviravolta bem-vinda em relação a um ano atrás, quando as startups foram aconselhadas a se prepararem para um “evento de extinção em massa”. (Acabou sendo mais uma redução de custos e força de trabalho do tipo Ozempic.)

A euforia em torno da IA tornou esse período de relativa sobriedade bastante curto. Como quase todos os comentaristas de tecnologia observaram, a IA é uma onda sem precedentes desde o advento da internet. Os primeiros grandes vencedores foram empresas como a Nvidia Corp. (ações subiram 213% nos últimos 12 meses) e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., que ingressou por um momento no clube de US$ 1 trilhão de valor na segunda-feira.

Embora haja alguma preocupação sobre quanto tempo a demanda crescente pode durar, ninguém duvida dos modelos de negócios para os que estão nos pilares do edifício da IA. As empresas precisam dos chips e da fabricação que eles, e só eles, oferecem. Outros vencedores são as empresas de nuvem que fornecem centros de dados.

Mas, mais acima no ecossistema, as questões tornam-se mais interessantes. É aí que estão empresas como OpenAI, Anthropic e muitas outras startups emergentes de IA, que enfrentam a tarefa muito mais difícil de encontrar usos comerciais ou de consumo para essa nova tecnologia, que ganhou a reputação de ser pouco confiável e errática. Mesmo que esses defeitos possam ser corrigidos (mais sobre isso daqui a pouco), há uma preocupação crescente com a disparidade perene entre o custo de criação e operação de IA e o que as pessoas estão dispostas a pagar para usá-la. A promessa de que a IA poderia revolucionar todos os aspectos da vida e dos negócios é contrabalançada pela chance de que — é bom que se diga — ela não o fará.

Embora os sites de capitalistas de risco gostem de falar sobre investir em “ideias disruptivas” e “mudar o mundo”, é mais correto dizer que essas fontes de financiamento existem agora principalmente para cobrir as contas astronômicas de computação em nuvem e energia. Isso não é necessariamente ruim — você poderia argumentar que não é muito diferente de cobrir outros custos, como marketing ou imóveis. Mas os números vertiginosos e a velocidade com que esse dinheiro precisa ser gasto fizeram pelo menos alguns começarem a se perguntar se esse desembolso valerá a pena.

David Cahn, da Sequoia Capital, é um dos que pelo menos apontam para o botão de alarme, ainda que não cheguem a acioná-lo (ele está confiante de que a IA vai justificar a euforia, mas alerta que muitos perderão tremendas quantias de dinheiro ao longo do caminho).

Ele argumenta que, embora alguns tenham comparado os construtores de IA aos barões das estradas de ferro, existem diferenças importantes. As “ferrovias” da IA — os chips e centros de dados — depreciarão tão rapidamente quanto os smartphones, à medida que forem desenvolvidos novos chips e evoluírem as necessidades e expectativas de computação. A GPU H100 da Nvidia, que as startups brigaram para conseguir durante o último ano ou mais, está prestes a ser substituída pela mais capaz B100. E, embora a primeira empresa a estabelecer trilhos conectando São Francisco a Los Angeles tenha garantido um monopólio sobre as viagens de trem ao longo da costa oeste, não há tal restrição sobre quantas empresas podem oferecer sistemas de IA concorrentes que fazem a mesma coisa, reduzindo os preços.

Usando a receita da Nvidia como uma indicação informal, mas plausível, do gasto setorial, Cahn observa que as receitas reais das empresas de IA — aquelas que vendem IA para pessoas e empresas — estão atualmente bem longe dos cerca de US$ 600 bilhões por ano necessários para pagar os prováveis ​​gastos contínuos de infraestrutura. Longe quanto? Cerca de US$ 500 bilhões, ele estima.

Isso deveria melhorar. A OpenAI conseguiu passar de US$ 1,6 bilhão em receita anualizada no final do ano passado para US$ 3,4 bilhões hoje, segundo o site de notícias de tecnologia The Information. Mas a OpenAI é até agora o sucesso disparado das empresas de IA na liderança. Ainda resta saber se seus muitos concorrentes podem vender assinaturas ou acesso à API suficientes para devolver o dinheiro dos investidores— um rival notável da OpenAI, a Anthropic, havia previsto uma receita este ano de menos de US$ 1 bilhão. Um sinal de alerta pode ter sido a Inflection AI, que, enfrentando custos crescentes, acabou sendo engolida pela Microsoft Corp. em uma aquisição curiosamente não aquisitiva, deixando os investidores com um “modesto” retorno sobre o investimento, informou a Bloomberg News. A Inflection foi apoiada por cerca de US$ 1,3 bilhão em financiamento — “modesto” não era exatamente o que esses investidores tinham em mente quando embarcaram no que pensavam ser um foguete da IA.

Outro grande sinal vermelho, alerta o economista Daron Acemoglu, reside na tese compartilhada de que, ao processar mais dados e engajar mais poder de computação, as ferramentas de IA generativa se tornarão mais inteligentes e mais precisas, cumprindo seu potencial conforme previsto. Seus comentários foram compartilhados em um recente relatório do Goldman Sachs intitulado “Gen AI: Too Much Spend, Too Little Benefit?” [IA Generativa: Gasto Demais, Benefício de Menos?”

“Os LLMs hoje se mostraram mais impressionantes do que muitos previram,” disse ele. “Mas um grande salto de fé ainda é necessário para acreditar que a arquitetura de prever a próxima palavra em uma frase alcançará habilidades tão inteligentes quanto HAL 9000 em 2001: Uma Odisseia no Espaço.”

O que os céticos (ou realistas) estão alertando, em última análise, é que a jornada da IA de “muito boa” para “perfeita” pode ser tão longa, senão mais, quanto a jornada de “nada” para “muito boa”. Mesmo que a inteligência geral artificial atinja a perfeição, ou algo aceitavelmente e confiavelmente próximo a isso, a carga de energia pode simplesmente derrubar a rede elétrica dos EUA, que, como uma mensagem de texto da Con Edison me lembrou esta semana, atualmente tem dificuldades duranteo verão.

As vozes mais altas sugerindo que a AGI — o HAL — está logo ali são aquelas que mais se beneficiam com a euforia. Trilhões de dólares em valor acionário dependem dessa crença. Considere uma comparação atrevida feita pelo analista de tecnologia Benedict Evans: com US$ 3,7 bilhões em receita anualizada para seu negócio de IA, a Accenture está ganhando mais dinheiro dando consultoria a empresas sobre IA do que a OpenAI está ganhando na criação de IA. Talvez alguma contenção seja necessária.

O artigo é focado nas empresas que propiciam ferramentas de IA para pessoas e empresas. Essas companhias se multiplicaram recentemente, e é natural que boa parte delas não sobreviva. Mas talvez o maior desafio seja convencer as empresas de que um determinado aplicativo é fundamental para sua sobrevivência daqui em diante. Caso não seja adotado, sua concorrente o fará, além, claro, da segurança nas suas respostas, bem como no sigilo de seus dados. Esses últimos dois pontos serão cruciais.

A resposta a essa dúvida só saberemos com o tempo, e tudo indica que esse caminho é irreversível. Agora, e se não for assim? Todas as empresas que ganharam a “carteirinha” vão despencar e, provavelmente, a bolsa de uma maneira geral também. Esse receio é suficiente para zerar todas as posições? Não, o mercado nos dará indicação caso isso ocorra.

Vale observar alguns parâmetros desse frenesi. Inicialmente, o consumo de energia já está subindo de forma expressiva. Para que os leitores tenham uma ideia da dimensão, a soma do consumo de energia de todos os Data Centers é maior que a grande maioria de consumo de países, existindo somente 16 destes que consomem mais.




O Deutsche Bank publicou uma estatística que, de certa forma, indica quais países estão na dianteira na IA. Sua medição é no número de patentes por cada 100.000 habitantes. Embora não seja direta, nos dá uma indicação do avanço. A Coreia do Sul salta à frente nesse quesito, seguida pelos EUA. A Europa está na rabeira.




Para complementar esse assunto, Joe Wiggins, que é especializado em Finanças Comportamentais, menciona um conceito importante na hora de fazer investimentos: Investidores ativos têm que pensar quais as chances de suas hipóteses. A seguir, um resumo de suas ideias.

Embora investir seja muito mais ruidoso e incerto do que a maioria dos jogos de cartas, também é uma atividade em que entender as probabilidades é fundamental. Enquanto os investidores podem se sentir desconfortáveis ao falar sobre sua tomada de decisão em termos probabilísticos, isso é inerente a tudo o que fazemos, sejamos explícitos sobre isso ou não. Assim como avaliar nossas chances em um jogo de cartas específico, os investidores ativos devem se fazer duas perguntas antes de tomar uma decisão: quais são as probabilidades do jogo? Eu tenho habilidade?

A primeira pergunta, "Quais são as probabilidades do jogo?", refere-se a julgar a taxa de sucesso esperada a longo prazo de uma atividade, supondo que sou um jogador médio. Para os investidores ativos, isso significa identificar as ineficiências estruturais em um mercado que possam criar vantagens em relação a uma abordagem de acompanhamento do índice.

A segunda pergunta, "Eu tenho habilidade?", aborda a questão de como a presença de habilidade pode impactar as probabilidades estruturais de um jogo. No investimento, a habilidade é difícil de julgar e muitas pessoas acham que têm mais do que realmente possuem. É melhor enquadrar isso como uma vantagem: se vou me envolver em uma atividade de investimento com probabilidades medianas ou desanimadoras, preciso ter uma vantagem para justificar minha participação. Pode ser uma vantagem analítica, informacional, comportamental ou algo diferente, mas deve ser algo claro e consistente com minhas escolhas.No caso específico, qualquer investidor, por mais informação e pesquisa que faça sobre o assunto, faria melhor se considerasse que a probabilidade de sucesso é muito incerta, não adicionando muito valor nesse quesito. Acredito que a melhor opção para enfrentar isso seja acompanhando os mercados através da análise gráfica. Boa sorte a nós!

No post em-time-que-está-ganhando-nao-se-mexe fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” Segundo minha contagem o euro não teria nada o que fazer acima de € 10760 e abaixo de € 10664 abre as portas para novas quedas. Quero enfatizar que mesmo acima do stop loss não elimina novas quedas à frente diria que somente acima de € 109295 muda o panorama” ...




Fomos estopados em nossa posição a € 1.0760. Com a publicação do dado de inflação hoje, que ficou abaixo das expectativas – mais comentários amanhã – criou expectativa que o Fed vai começar a cortar os juros a partir de setembro, embora ainda vão se reunir no final de julho. Nessa data devem indicar que o gato subiu no telhado! Hahaha...

Os mercados que são impactados pela taxa de juros, onde o euro se encaixa, subiram.

Especificamente para o euro, uma nova configuração da correção se abriu. O limite dessa opção se encontra entre € 1.0918 / € 1.1020. Acima disso, fico desconfiado que possa estar no movimento de alta que eu vislumbro há algum tempo. O stop loss mesmo é acima de € 1.1140.




O SP500 fechou a 5.584, com queda de 0,88%; o USDBRL a R$ 5,4450, com alta de 0,57%; o EURUSD a € 1,0864, com ata de 0,31%; e o ouro a U$ 2.413, com alta de 1,81%.

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