Xi Jinping está com insônia #IBOVESPA

 


Os últimos acontecimentos nos EUA, relativos à agora elevada chance de Trump se eleger, devem ter deixado o presidente da China com insônia. Não que o Biden seja uma melhor opção, mas é menos truculento, mesmo que tenha lançado uma nova ameaça esta noite, conforme relata a Bloomberg, cujo teor resumi.

A administração Biden, enfrentando resistência à sua repressão de chips contra a China, informou aos aliados que está considerando usar as restrições comerciais mais severas disponíveis se empresas como Tokyo Electron Ltd. e ASML Holding NV continuarem fornecendo à China acesso à tecnologia avançada de semicondutores. Para obter alavancagem com os aliados, os EUA estão ponderando se devem impor a regra de produto direto estrangeiro (FDPR), que permite ao país controlar produtos estrangeiros que utilizam qualquer quantidade mínima de tecnologia americana. Essa medida seria usada para restringir os negócios na China por parte da Tokyo Electron do Japão e da ASML da Holanda, empresas que fabricam equipamentos essenciais para a indústria de chips. Os EUA estão apresentando essa ideia a autoridades em Tóquio e Haia como um desfecho cada vez mais provável se os países não apertarem suas próprias medidas contra a China.

O objetivo dos EUA é persuadir os aliados, que já restringiram algumas remessas de equipamentos-chave, a limitar a capacidade de suas empresas de atender e reparar equipamentos restritos que já estão na China, algo que as empresas americanas estão proibidas de fazer. A administração está em uma posição delicada, pois as empresas americanas acreditam que as restrições às exportações para a China as puniram injustamente e estão pressionando por mudanças. Enquanto isso, os aliados veem pouco motivo para alterar suas políticas com a eleição presidencial americana se aproximando. Além disso, os EUA estão considerando sanções adicionais a empresas específicas de chips chinesas. O possível uso do FDPR é visto como draconiano por aliados e pode provocar um rompimento na cooperação com Japão e Holanda.

A economia chinesa pode ser classificada de forma resumida como: não está bem e não consegue se recuperar. Ed Yardeni publicou um apanhado sobre os últimos dados divulgados no país.

 

Panda em uma Loja de China

Recentemente, a China emprestou dois pandas jovens para o Zoológico de San Diego, um ato de "Diplomacia Panda" que historicamente indicava melhorias nas relações entre os EUA e a China. No entanto, atualmente, os dois candidatos presidenciais dos EUA concordam em aumentar as tarifas sobre produtos chineses. A economia chinesa continua fortemente dependente das exportações, especialmente devido à profunda depressão do mercado imobiliário. Os indicadores econômicos mais recentes da China são fracos, sugerindo que os preços das commodities e as pressões inflacionárias globais devem permanecer moderados.

1.      PIB: O PIB real da China cresceu 4,7% no segundo trimestre, o mais lento desde o primeiro trimestre de 2023. O governo visa um crescimento econômico de cerca de 5,0% para 2024, o que pode exigir mais estímulos governamentais.

 

2.      Vendas no varejo e produção: O setor de consumo é uma preocupação, com o crescimento real das vendas no varejo em apenas 1,8% em junho. A produção industrial manteve-se relativamente alta em 5,3% em junho, enquanto a China despeja bens manufaturados nos mercados globais.


3.      Comércio: As exportações foram fortes em junho, enquanto as importações foram fracas, refletindo o crescimento doméstico medíocre.


4.      Dinheiro e crédito: A economia enfraquecida é confirmada pela desaceleração acentuada das taxas de crescimento do M2 e dos empréstimos bancários.


5.      Mercados imobiliário e de ações: O investimento em imóveis caiu 10,1% no primeiro semestre de 2024, e as vendas de casas por área caíram 19,0%. O índice de preços de ações imobiliárias de Shenzhen permanece deprimido, afetando o índice de preços de ações Shanghai Shenzhen CSI 300.


6.      Mercado de títulos: O rendimento dos títulos do governo chinês de 10 anos caiu para 2,26% este ano, indicando que os investidores acreditam que a fraqueza econômica persistirá, mesmo com estímulos adicionais do governo.


Existem duas grandes dependências na economia chinesa: mercado imobiliário e exportações. Sobre o primeiro, já não é novidade para ninguém que está em queda há um bom tempo e, segundo as projeções do FMI, vai perdurar por mais alguns bons anos. Melhor não esperar nada desse segmento.



Em relação às exportações, se não fosse o aumento de negócios com os países emergentes, onde a Rússia passa a ser vital, além da penetração de seus veículos elétricos com preços imbatíveis, seu volume teria diminuído. A balança comercial, por outro lado, bate recordes, mas pelo mau motivo da queda das importações.



A pior coisa que pode acontecer numa economia é a perda de confiança das pessoas. O perigo é criar um círculo vicioso, e os preços começam a cair, cair e cair. Nessa situação, não existe argumento ou facilidade que motive as pessoas a comprar. Um caso na história que pode ser citado é do Japão, que desde 1980 até recentemente sua economia permaneceu estagnada e o governo combateu com juro 0% e compra das empresas com problemas de forma cruzada. Xi Jinping conhece bem o que ocorreu no país vizinho e, mesmo não acreditando que irá ocorrer o mesmo na China, deve ter perdido o sono. Como comentei no post: compra-pelo-motivo-errado, não dá para apostar na China; por sinal, veja a seguir a projeção de lucros futuros.




No post compra-pelo-motivo-errado, fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA: ... “Como podem notar no gráfico abaixo e segundo minha contagem a alta desde a mínima recente de 118,6 mil atingida em junho estaríamos na onda b laranja. Ondas b ocorrem em correções e são no mesmo sentido do nível superior" ... ..."é preciso que o nível de 127,2 e 129,7 seja rompido”...




Desde a mínima atingida no meio de junho a 118,6 mil, a bolsa vem desenvolvendo um movimento característico de alta quando observada em janela de 1 hora: a mínima é sempre superior à mínima anterior e a máxima é superior à máxima anterior, observando somente o movimento a partir daquele ponto. Se um mercado age como um mercado de alta, tem os técnicos como um mercado de alta, é bem provável que assim seja.

Não vou ainda eliminar minha hipótese de ainda uma nova queda, mas estou muito propenso a fazê-lo, e para meu amigo que não venha com a ladainha: “Hahaha ... perdeu mais uma alta de um mercado que você acreditava”, veja a seguir como seria essa hipótese. Esperaria o término da onda (1) azul e buscaria entrar na onda (2) azul dentro do intervalo 126,2 mil / 124,7 mil / 123,3 mil.




Não fosse a retirada de fundos por parte dos estrangeiros, diria que a chance da bolsa brasileira subir seria grande nesse momento. O motivo é por conta da rotação que ocorre no mercado americano e que originou um trade ontem no índice Russell 2000 de pequenas e médias empresas. Embora tenha dúvida na qualidade dos dados a seguir, o que o mesmo aponta como motivo para os saques é o sentimento e o câmbio (esse é real). Notem que os dados macro e locais ainda são positivos, e uma mudança de postura por parte do governo poderá reverter – basta o Lula dizer (mentir) que vai cortar os gastos públicos.



O SP500 fechou a 5.587, com queda de 1,41%; o USDBRL a R$ 5,4836, com alta de 1,01%; o EURUSD a € 1,0934, com alta de 0,35%; e o ouro a U$ 2.457, com queda de 0,44%.

Fique ligado!

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