Papagaios de Pirata #Bitcoin #nasdaq100 #NVDA

 


Hoje o post foi escrito por meu parceiro Alberto Dwek que diariamente analisa o conteúdo do Mosca. Não preciso agradecer pois é muito bem pago pelo trabalho! Hahaha ... brincadeira a parte sou muito grato por tê-lo reencontrado.

O texto de hoje é imperdível, acho que a melhor associação feita ao bitcoin que já li. Como sempre embasado em dados. Espero que gostem.

Não sei quem foi o comentarista debochado que usou essa expressão pela primeira vez para designar os que faziam questão de sempre aparecer nas fotos ao lado de personagens famosos. Sua inspiração, ao que consta, foi a figura desenhada no rótulo do Ron Montilla de um pirata com seu papagaio sobre o ombro, da mesma forma que os intrusos apareciam “pendurados” ao lado dos verdadeiros alvos dos fotógrafos.

Pensei nessa figura folclórica ao ler mais um artigo em que o autor tentava demonstrar, com raciocínio perfeitamente circular e claro viés de confirmação, que a evolução da Inteligência Artificial era mais um excelente motivo para se investir nas criptomoedas. Não preciso elencar aqui todos os motivos já citados pelos entusiastas do Bitcoin a cada novo evento na política, nas finanças ou no comércio mundial para “justificar” a compra de criptomoedas. Temos pandemia? Compre Bitcoin. Acabou a pandemia? Compre mais. Guerra na Europa? Tem que comprar. Crise na China? Compra óbvia. Inflação subiu, caiu ou ficou igual? Compre, compre e compre. A revolução digital com a Inteligência Artificial é só o evento mais recente. E lá está, novamente, o Bitcoin posando na foto ao lado da IA.

No fundo, é perfeitamente explicável. O valor de troca de um Bitcoin depende, fundamentalmente, apenas de uma demanda especulativa. O lucro do investimento só ocorre na eventualidade de um comprador novo decidir pagar um preço maior que o atual por acreditar que outro comprador aparecerá a preços maiores. Manter uma carteira também só faz sentido com esse objetivo. Ainda que pensemos numa hipotética crise de confiança global que obrigue o mundo a usar criptomoedas em vez das moedas soberanas, a coleção de prejuízos mundiais causados por essa improbabilíssima situação será dificilmente compensada por uma carteira de Bitcoins.

Quando o valor de um ativo é baseado quase que exclusivamente em demanda especulativa, a manutenção ou crescimento desse valor depende, de forma crucial, de narrativas constantes que alimentem, de um lado, a cobiça de novos compradores e o entesouramento dos atuais detentores. Conclusão: a indústria dos Bitcoins estará sempre pegando carona no movimento mais recente para acrescentar “argumentos” à compra. A criação de narrativas baseadas na repetição de argumentos tirados de um tema diferente mas mais atraente é apenas outro elemento que remete ao título deste artigo, claro.

Mas antes de abordarmos a última fotografia do pirata com seu papagaio, vamos dar uma olhada nas carteiras desse mercado. A tabela mostra o número de carteiras de BTC por faixa de saldo, com sua participação e volume em dólares. O gráfico de barras mostra essa distribuição por tipo de investidor.


Reparem como o tema marítimo se mantém. Os pequenos investidores são Camarões, em seguida vêm os Caranguejos, os Peixes, os Tubarões e as Baleias — nestas há um subconjunto, as Baleias-Jubarte (Humpback Whales), com 5.000 BTC ou mais em uma única carteira.

Outra informação interessante é que 29% de todos os Bitcoins já criados são hoje considerados definitivamente perdidos (!!!). A estimativa foi feita com base na imobilidade de certas carteiras num período de cinco anos ou mais, mas todos lembramos do caso de James Howells, que em 2013 perdeu um HD que continha 8.000 BTC. Há muitos outros casos por aí, que aliás nos fazem pensar nos carregamentos de ouro até hoje no fundo do mar. Esses tesouros de BTCs perdidos reduzem ainda mais o estoque disponível. O peso dessas Baleias é portanto ainda maior.

Voltando ao tema do papagaio, é de se pensar no que pode acontecer se um outro investimento especulativo aparecer e desviar seu interesse para um novo mercado, uma nova indústria que proponha um produto ou serviço com indiscutível valor intrínseco e potencial aparentemente ilimitado, cobrindo toda a gama de atividades humanas. Algo como a IA, talvez?

Um dos bons argumentos que tenho visto em vários artigos refere-se à adição de IA na gestão de blockchains, algo que me parece perfeitamente coerente e desejável. Mas não é porque essa conexão existe que tudo que usa blockchains, como as criptomoedas, terá algum benefício. Na verdade, se pensarmos no grande argumento da descentralização e do anonimato que ainda é a grande narrativa fundamental das criptomoedas, os últimos movimentos mundiais em relação à IA e sua acelerada evolução levam a crer que a maior preocupação das autoridades é justamente o controle e as barreiras ao uso indiscriminado — anônimo, então, nem pensar — de uma tecnologia que será provavelmente a invenção mais poderosa deste século. Poderosa, leia-se potencialmente perigosa também.

Mas não temos apenas uma diferença conceitual. Muitos mineradores de criptomoedas perceberam que podem aproveitar seu parque industrial e redirecionar seus chips de alto desempenho para a IA, numa estratégia de “pivot” que faz muito mais sentido do que depender de um mercado cujo objeto não tem valor intrínseco e está a mercê de baleias e tubarões. Quanto aos investidores em ETFs de criptomoedas que compraram a penúltima narrativa dos traders, fico pensando na comparação que devem estar fazendo entre sua especulação e um investimento na NVDA, que pelo menos produz algo tangível.

Voltando ao título, o interessante é que a tradicional figura do pássaro falante como companheiro do criminoso marítimo veio da ficção, mais precisamente do best-seller “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson, em que o vilão possuía, além da obrigatória perna-de-pau, um papagaio tagarela. Na realidade, a presença desses pássaros nos navios piratas vinha do próspero comércio de aves raras nos séculos 18 e 19 para atender a demanda dos europeus por animais exóticos de suas colônias. Papagaios, no fundo, eram apreciados menos por sua simpatia que por seu valor de troca, e os piratas, sempre bons negociantes, sabiam onde investir. E sabiam que, no pior dos casos, ficariam com um companheiro para boas conversas.

Não sei se é o caso dos papagaios de hoje.

Já que o assunto principal é o bitcoin, vamos rememorar a última publicação técnica. No post "quem-vai-pagar-conta", fiz os seguintes comentários sobre essa criptomoeda:

Em março, atingiu $73,8 mil, muito próximo do objetivo acima, e iniciou uma correção que pode ter terminado ou ainda prevalecer por mais algumas semanas (mais provável, indicada como o símbolo em verde) para completar a onda (4) azul. Dentro dessa hipótese, poderia encontrar resistência entre $57,1 mil e $48,8 mil. Em todo caso, o objetivo de médio prazo é de $81,2 mil a $92,2 mil, a ser mais bem calculado.

 



Já tinha notado que o bitcoin segue com muita aderência a análise técnica, o que é muito bom para quem usa essa ferramenta. Tudo o que foi comentado em abril acabou acontecendo. A correção foi um pouco diferente – ao invés de Zig-Zag (A-B-C), como mostrado anteriormente, foi uma Combinação (X-Y-Z), não alterando nada na essência. Até o prazo apresentado para julho ocorreu. Hoje pela manhã, chegou a U$ 53.523. Se essa minha contagem estiver correta, satisfaz as condições para voltar a subir.

 


- Opa David, esse call é forte! Como você e seu amigo que escreveu hoje são ferrenhos críticos do bitcoin, acreditar numa alta é louvável! Vamos às compras?

Depois de tanto tempo juntos, você ainda não contém suas emoções. Gostaria que você encontrasse onde está esse call! Vou repetir o que escrevi acima: ... SE minha contagem estiver certa ... Quanto ao meu amigo, não posso confirmar nada por enquanto, inclusive queria enfatizar que ainda existe um ponto abaixo de U$ 48,8 mil.

Existe alguma possibilidade para o bitcoin ir para U$ 3 mil como em previsões passadas? Sempre existe. Coloque os seguintes níveis:

- Até U$ 48,8 mil, tudo tranquilo no cenário de alta;

- Abaixo desse nível, até U$ 38,0 mil, ok, mas começo a ficar desconfiado;

- Abaixo desse ponto e, principalmente, U$ 31,0 mil, estarei pronto para mudar de opinião e conclamar que o próximo nível é de U$ 15,5 mil;

- Agora, se mesmo assim continuar a cair, vai para a casa baixa dos mil.

Esse longo caminho de queda – SE OCORRER – vai demandar tempo.

No post "roaring-kitty-reaparece" fiz os seguintes comentários sobre o Nasdaq 100:

 "... As possibilidades neste momento são: ainda uma pequena alta a ser completada (mais sobre isso adiante); entrada na correção esperada, abrindo chave: mais profunda ou mais rasa – o gráfico a seguir é sobre a mais profunda..."

 


Desisto da dúvida; oficialmente, estou trabalhando com o cenário mais altista e, como tal, voltei ao mercado na abertura. Se eu estiver certo, estamos entrando na onda 3,3,3. Isso é como as figurinhas carimbadas da minha infância – lembro que usava todo o meu dinheiro para comprar essas figurinhas na expectativa de encontrar uma carimbada. Encontrei apenas uma vez e ganhei uma máquina fotográfica Kodak (mais parecia um caixote). No mercado, já encontrei algumas no caminho.

O gráfico semanal abaixo coloca o objetivo da onda (3) azul em 26,3 mil. Antes de me embriagar pelo sucesso, vamos passo a passo para que tal cenário "ultra bullish" se confirme. Entrada a 20.186 com stop loss a 19.600. Vamo que vamo!

 


Sobre a Nvidia, meus comentários foram:

"... Durante a retração da semana passada, por pouco não foi acionado o stop loss que defini, e a recuperação depois de atingir a mínima de US$ 118 não foi “brilhante”. Parece que a trajetória traçada no gráfico abaixo vai ser seguida..."

 


A correção na Nvidia pode estar em andamento e seguir o caminho conforme o gráfico abaixo. O mais provável é que a "queridinha" do mercado tome mais um fôlego antes de voltar a subir. Mas também não posso eliminar a possibilidade de uma alta mais forte estar em curso.

“Bottom line”, o que esperar: No plano da correção A B C (em verde no gráfico abaixo), pode-se esperar uma alta entre US$ 131,7 e US$ 135,6, para depois voltar a cair, cujo objetivo estaria entre US$ 113 e US$ 104. Por outro lado, se a Nvidia continuar subindo acima de US$ 135,6, uma nova configuração de alta mais extensa pode estar em formação.

 


Esta semana começa oficialmente o período de férias do hemisfério norte e, como tal, implica numa queda de liquidez dos mercados, em especial hoje. O leitor pode ficar confuso com as projeções técnicas feitas acima, onde o Nasdaq 100 pode ter um caminho um pouco distinto da Nvidia. Quem é assíduo do Mosca conhece a ideia da “carteirinha”, que seriam as empresas que entram no hall de desejo pelo seu envolvimento na IA. Quando isso ocorre, é esperado que a Nvidia “transfira” parte do seu ganho a essas outras, de tal forma que, no médio prazo, haja um equilíbrio melhor. Agora, não é de graça que a preferência pelas grandes empresas existe. Veja a seguir.

 


Muito claro o motivo. O mercado não é burro; pode ser às vezes ser torcedor mas burro não!



O SP500 fechou a 5.567, com alta de 0,54%; o USDBRL a R$ 5,4603, com queda de 0,49%; o EURUSD a € 1,0839, com alta de 0,27%; e o ouro a U$ 2.388, com alta de 1,37%.

Fique ligado!

Comentários

  1. "A tabela mostra o número de carteiras de BTC por faixa de saldo" - Acho que a tabela ficou de fora.

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  2. Incrível a projeção do NDX, que deve acelerar a partir de agora. Parece que estamos muito perto da hora de sabermos se haverá pouso suave, sua previsão, ou forçado.

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  3. eu me baseio pelo que observo nos gráficos e busco não fazer julgamentos que justifique o movimento - sempre existem. Adotei a visão mais altista pois a outra ficou praticamente invalida. Correções sempre acontecessem, a diferença entre os cenários é que neste que adotei seriam menores. Vamos ver como o mercado se comporta e se essa opção se solidifica. O que eu sei é que se for esse o cenário a bolsa tem muito a subir.

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