China: a grande prioridade #ouro #GOLD
Hoje é dia da Independência nos EUA e os mercados estarão
fechados. Consequentemente, nada de muito relevante vai acontecer nos ativos,
porém a área política está borbulhando com a possibilidade de Biden abandonar
sua candidatura. Como me disse uma vez José Roberto Mendonça de Barros, que foi
por muitos anos o assessor econômico do Banco Francês e Brasileiro: por pior
que esteja um país, sempre vai existir um político que quer assumir, e nos EUA
não é diferente, já surgiram alguns se “oferecendo” ao cargo.
Minxin Pei trouxe um assunto na Bloomberg, do qual pouco se
fala e que é de real importância. Normalmente, os problemas atuais da China são
noticiados em diversas áreas: mercado imobiliário, diminuição das exportações
para os países desenvolvidos, risco de invasão de Taiwan, bloqueio da venda dos
chips de alta tecnologia pelos EUA. Mas existe um outro, bem mais sério e
perigoso para eles: falta de comida!
Autoridades e comandantes militares de alto nível dos EUA têm oferecido uma gama variada de previsões sobre quando o Presidente chinês Xi Jinping poderia ordenar uma invasão de Taiwan. Tal especulação ganha manchetes, mas não ajuda muito as empresas a determinar a real probabilidade de guerra. Seria muito mais simples — e provavelmente mais preciso — para elas acompanharem três pontos de dados cruciais.
Uma lição que a China aprendeu com a invasão malsucedida da
Ucrânia pela Rússia é como o presidente Vladimir Putin se preparou mal para o
conflito. Apesar de ter tido oito anos para fortalecer a economia russa após a
anexação da Crimeia em 2014, Putin deixou muitas vulnerabilidades críticas
expostas.
Por exemplo, na véspera da invasão, a Rússia estacionou US$
300 bilhões, cerca de metade de suas reservas totais de câmbio, em instituições
financeiras ocidentais, onde foram prontamente congelados. Cegado por
suposições otimistas de uma vitória relâmpago, ele não estocou munição
suficiente ou componentes para armas para travar uma guerra de atrito prolongada.
Os líderes chineses provavelmente não cometerão os mesmos
erros. Para colocar a China em uma posição melhor para um conflito
potencialmente prolongado com os EUA, eles prestarão atenção especial a três
medidas de autossuficiência: os níveis das reservas de câmbio da China mantidas
em instituições financeiras ocidentais, seus estoques estratégicos de alimentos
e suas reservas de petróleo.
Antes de qualquer guerra, espera-se que a China reduza sua
exposição à pressão financeira ocidental, vendendo Títulos do Tesouro dos EUA e
usando os recursos para comprar ouro ou outros ativos fora do alcance de
Washington. Simultaneamente, a China provavelmente se desfará de suas reservas
em euros, ienes e libras.
As reservas chinesas de Títulos do Tesouro dos EUA
diminuíram de US$ 1,17 trilhão no final de janeiro de 2018 (logo antes do
início da guerra comercial entre EUA e China) para pouco mais de US$ 770
bilhões atualmente. As tensões geopolíticas contribuíram para o declínio, pois
a China aparentemente tem vendido Títulos do Tesouro para comprar ouro. A
economia chinesa em queda também resultou em um renminbi mais fraco. Como
resultado, a China não precisa comprar Títulos do Tesouro para evitar a
valorização de sua moeda.
Até agora, os números refletem um declínio gradual, não uma queda precipitada. Se a China se desfizer da maior parte de suas reservas em um período muito curto, por outro lado, uma guerra sobre Taiwan será provavelmente iminente. Embora a venda apressada de reservas implique em perdas financeiras severas, Pequim ao menos evitaria perder tudo.
Outro número a ser observado é a taxa de autossuficiência
alimentar da China. Em 2000, o país conseguia obter 94% de seus suprimentos
alimentares domesticamente. A proporção caiu para 66% em 2020, o que implica
que a China depende de importações para cerca de um terço de suas necessidades.
Em um conflito maior, a marinha dos EUA poderia cortar as
rotas comerciais da China. É por isso que o governo chinês aprovou uma lei sem
precedentes em março, declarando a autossuficiência alimentar uma prioridade
máxima. Embora não esteja claro qual será a taxa de autossuficiência necessária
para Xi se sentir confortável, é quase certo que será muito maior do que 66%.
Da mesma forma, os EUA podem interromper as importações de
petróleo marítimo da China se uma guerra eclodir. Os estoques totais de
petróleo bruto da China (incluindo estoques comerciais e reservas
governamentais) eram de 934 milhões de barris em janeiro deste ano, o
suficiente para cerca de dois meses de consumo. Obviamente, a China precisará
aumentar essas reservas se quiser travar uma guerra.
Tudo isso significa que a China sinalizará suas intenções
com bastante antecedência de um ataque deliberado. Construir estoques de
petróleo e aumentar a segurança alimentar será caro e exigirá anos de trabalho.
Mesmo assim, nenhum conflito provavelmente será iniciado até que a China reduza
drasticamente suas reservas de Títulos do Tesouro, o que será visível para
todos.
A probabilidade de uma guerra total sobre Taiwan é,
portanto, atualmente muito baixa. O perigo mais iminente — como demonstrado
pela detenção de um navio de pesca taiwanês pela Guarda Costeira chinesa esta
semana — será um conflito acidental, uma crise originada de erros de cálculo ou
provocações por parte de Pequim, Washington ou Taipei. É isso que todos os
lados devem se preparar para evitar.
Sobre os 3 itens importantes para uma eventual invasão de
Taiwan trazidos pela matéria, a dependência alimentar é sem dúvida a mais
importante na opinião do Mosca, vejamos: em relação à posição de Treasuries
americanas, US$ 700 bilhões é muito dinheiro em valores absolutos, mas não
tanto em valores relativos. Para um PIB de US$ 4,17 trilhões e considerando que
esse país conseguiu transacionar com sua moeda com vários parceiros, não é o
fim do mundo. Se a Rússia, com metade desse valor, está em guerra, por que a
China não aguentaria? Em relação ao petróleo, sua ligação com a Rússia e outros
países emergentes garante abastecimento mesmo com eventual corte dos países
desenvolvidos. Agora, 1/3 dos alimentos é bem mais complicado, pois imagine a
população passando fome. Não se pode esquecer que, com uma população de 1,4
bilhão, 1/3 é muita coisa, e, diferente do petróleo, que se pode armazenar a
longo prazo, comida sempre tem prazo de validade.
Essa informação me fez lembrar de um momento nos anos 2000
quando estava vivendo a bolha da internet. Naquela data, as ações de tecnologia
subiam muito, enquanto as empresas de alimentos, por exemplo, caíam. Eu estava
com meu gerente de mesa e, observando tudo isso, disse: Quer dizer que vamos
comer pela internet? Essa frase enfatizava a condição mínima de sobrevivência
de um ser humano. Não adianta ter o chip mais avançado do mundo nem a IA mais
sofisticada se não tem comida!
No post emergente-puro-sangue fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “Como podem notar ainda não adotei a configuração de um triângulo, embora fique cada vez mais provável. Decidi postar uma área destacada em marrom onde essa figura deveria se desenrolar além do mais só se sabe ex-post quando ocorre. Esses limites são entre US$ 2.443 – US$ 2.276. Não tenho outra coisa a dizer que: 'Let the Market Speak'” ...
O leitor assíduo sabe que estou buscando um ponto de entrada no metal; por outro lado, não quero me precipitar e ser surpreendido por novas quedas. Essa postura garante que vou comprar mais caro, porém com mais evidências no sentido da alta. A cada vez que existe uma pequena reação, me questiono se é o momento. Em situações como essa, vamos usar a condição dos movimentos na Teoria de Elliot Wave serem fractais – em qualquer janela de tempo observada, a configuração segue o mesmo princípio. Vamos fazer um raio-X no gráfico de 2 horas. Muito bem, estamos buscando 5 ondas para cima.
·
Na elipse indicada como 1 se observa nitidamente
3 ondas: descartado.
·
Na elipse indicada como 2 por enquanto se
observa 3 ondas: aguardar.
Embora alguns analistas técnicos acreditem que a alta esteja em curso, o Mosca prefere a opção mais cautelosa de aguardar. Pela minha experiência, acredito que ainda temos uma nova queda ao redor de US$ 2.269 / US$ 2.249, ou está em formação um triângulo na sua onda (d). Vamos aguardar mais um pouco. Fiquem atentos para uma sugestão de compra.
O USDBRL fechou a 5,4840, com queda de 1,29%; o EURUSD a 1,0811, com alta de 0,23%; e o ouro a U$ 2.365, sem variação.
Fique ligado!
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