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Bolsas sem folia

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Enquanto a folia corria solto aqui no Brasil, e infelizmente os casos de violência e assaltos no Rio de Janeiro não cessam, as bolsas de valores ao redor do mundo encontram-se mais comportadas, mas sem excessos. Percebo que a grande maioria dos analistas que fazer crer que o que ocorreu na semana passada foi um fato isolado e em pouco tempo tudo voltará ao normal. O Mosca não descarta essa hipótese, mas tem dúvidas. Em situações como essa o que se deve fazer é deixar o mercado falar - Let´s the market speak! Com intuito puramente estatístico, a análise a seguir coloca em contexto como foi o desenrolar das últimas 11 correções onde não se seguiu uma recessão. É verdade que até o momento, essas oscilações ficaram restritas ao mercado acionário. Normalmente as quedas na bolsa de valores afetam diretamente o risco de crédito das empresas. O gráfico a seguir mostra a correlação existente entre ambos. Os eventos recentes quebraram esse encadeamento de forma expressi

bitcoin: A bolha!

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Agora posso afirmar com mais propriedade que o movimento observado no bitcoin e seus parceiros foi uma bolha. O Mosca fez inúmeros comentários em seus posts acreditando que a evolução dos preços do bitcoin obedecia a característica de uma bolha, e como todas, terminaria em quedas abruptas. Imagino que dentre meus leitores alguns (vários?), devem ter se envolvido na compra dessas moedas, e a cada vez que os preços subiam, colocavam a credibilidade do Mosca em questão. Provavelmente os mais jovens pensavam “o cara está ultrapassado”. Mas em nenhum momento mudei de opinião, no post bitcoin-piramide-digital , comentei: ...” eu acredito que o bitcoin é a primeira pirâmide digital, muito mais sofisticada e eficiente” ... ...” em algum momento as cotações devem cair muito, pois, as pessoas perceberão que o bitcoin é apenas alguns bits creditados na conta seus idealizadores, sem nenhum lastro” ....   Anexei uma apresentação que fiz sobre esse assunto, que pode ser revisitad

O ping pong das bolsas

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Parece que as explicações sobre a queda da bolsa que ocorreu na segunda-feira não foram suficientes para justificar os motivos de tamanha surpresa.   Um trabalho publicado pela Gavekal coloca em cheque os motivos de quedas ocorridas no passado. A grande dúvida que surge aos investidores é se essa queda é o começo de um mercado de baixa, ou um espasmo que se dissipa no tempo. Como não existe uma campainha que dá esse aviso, esse trabalho elenca três tipos de situações: Carestia - O primeiro caso emerge simplesmente porque as ações ficam muito caras: 1962, 1987 e até 2000 se enquadram nesse caso. As oscilações são violentas, mas de curta duração - O mais curto foi provavelmente a de 1987, o que, de fato, durou apenas alguns dias. Esses episódios não têm impacto na atividade econômica ou na inflação. Queda nos lucros – Esse é o segundo tipo mais danoso, já que nasce de uma real contração em ganhos, em vez de, apenas um múltiplo de ganhos que diminui. O gatilho geralmen

Subprodutos do crescimento

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Em relação a queda das bolsas na segunda-feira, gostaria de enfatizar três pontos importantes, que são indicadores de potencias problemas em mercados: Longos períodos de calma no mercado criam as condições técnicas para movimentos violentos . Até a semana passada, a característica mais marcante de muitos mercados era a baixa volatilidade, tanto implícita quanto realizada. Apesar de várias razões econômicas e corporativas terem sido citadas de forma liberal para esse desenvolvimento (incluindo a convergência das taxas de inflação em todo o mundo, bancos centrais sustentados eternamente, além de balanços saudáveis ​​e crescimento sincronizado), um determinante importante foi o condicionamento da base de investidores acreditando que a cada pequena queda, uma oportunidade de compra surgia. Uma estratégia de investimento simples que provou ser muito remuneradora nos últimos anos. O economista Hyman Minsky estudou o fenômeno da complacência prolongada como o precursor da inst

A culpa foi dos rôbos

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A queda das bolsas ao redor do mundo dominou o noticiário hoje. Para quem acompanha os mercados pode presenciar durante a tarde de ontem, num determinado momento, as cotações pareciam estar em queda livre, muito diferente do que ocorria alguns dias antes. E isso tem um grande impacto no emocional nas pessoas envolvidas nestes mercados. Novamente Nietzsche entra em cena, quem foi o culpado por tamanha mudança de humor? Os fundamentalistas tentam de todas as formas justificar. Os principais argumentos que notei foram: medo de alta da inflação, bolsa muito cara em termos de Valuation , e outros mais. Porém, para esse grupo aprece em seguida um dilema, como pode as bolsas cairem num cenário tão positivo para as economias? E mais, os lucros estão batendo recordes. Cada um busca o argumento que lhe dá mais conforto e pensa “ Ah bom, se aconteceu ------ então é logico que a bolsa teria que cair”. Outros se baseiam em argumentos técnicos e ficam mais conformados com esse tipo de re

Fuja do CDI

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Eu fico impressionado como algumas tendências em finanças demoram a sair da moda. O CDI, depois de vários anos considerado o melhor indexador para as aplicações financeiras, deixou de ser atraente. Mesmo assim, noto que a maioria das aplicações e indexadores dos fundos mantem esse parâmetro. Eu praticamente não tenho mais nenhum investimento indexado ao CDI. Vejamos o que diz a matemática, bem como as expectativas para o futuro. A taxa SELIC alcançou sem maior nível em julho de 2015 ao atingir 14,25% a.a. – que saudades! Hahaha .... Esse nível prevaleceu até outubro de 2016, quando o COPOM voltou a reduzir os juros básicos da economia. Desde então o BCB deve terminar o ciclo de queda de juros nesta semana levando essa taxa para 6,75% a.a., a menor taxa da história recente no Brasil. Para quem não sabe, a taxa do CDI é uma “irmã” mais novo da taxa SELIC. Enquanto o primeiro mede a taxa de troca de reservas entre os bancos lastreadas em títulos privados, a segunda tem a

O PIB americano explodiu!

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Os leitores do Mosca sabem que o mundo vem crescendo consistentemente. Para verificar as previsões, fui dar uma olhada na projeção do PIB elaborado pelo FED de Atlanta, para o 1º trimestre do ano. O resultado é impressionante 5.4%! Uallll É verdade que esse resultado é relativo somente ao mês de janeiro podendo alterar bastante, mas é um ótimo começo e difere significativamente em relação a previsão dos analistas que se encontra em torno de 2,5%. Lembrem que até pouco tempo tudo acontecia ao reverso, a estimativa dos analistas era sempre bem superior ao FED de Atlanta. Vamos acompanhar, o track record deles é bom. Um indicador evidenciando que os americanos foram as compras pode ser constatado ao comparar os salários recebidos em relação a sua poupança. Uma melhora notada ultimamente é a diminuição dessa diferença, bastante influenciada pela elevação dos salários. O ISM publicado nesta semana mostra que a Indústria se encontra em pela recuperação, cujo