Mecânica dos fluidos aplicada #nasdaq100 #NVDA
Resumo:
Com uma mistura arrojada de experiência pessoal e análise
econômica, o texto transita da mecânica dos fluidos à geopolítica econômica
global, mantendo o leitor preso em uma narrativa tanto educativa quanto
provocativa. A travessia da faculdade, marcada por desafios e revelações, serve
de prelúdio para uma lição maior sobre economia e mercados. Destaca-se a
sagacidade na aplicação de princípios da física aos movimentos do mercado
financeiro, sugerindo que a dinâmica de estoque e fluxo pode moldar desde
políticas monetárias até a competição global. A China, no centro das atenções,
emerge como um gigante lutando contra as restrições de seu próprio sucesso
exportador, enfrentando resistência global enquanto tenta navegar uma economia
cada vez mais fragmentada.
Os dados numéricos ancoram a discussão em realidades
concretas, desde a análise de emprego nos EUA até as exportações chinesas,
fornecendo um peso quantitativo aos argumentos apresentados. Esta abordagem
numérica não só valida as observações pessoais com uma camada de objetividade,
mas também ressalta a complexidade de interpretar e agir sobre esses números no
mundo real.
A análise técnica enfoca a Nasdaq100, com destaque para
uma meta ao redor de 19.000 pontos, e a NVDA, com um potencial objetivo de
ultrapassar US$ 1.095. A observação sobre o posicionamento estratégico do stop
loss em US$ 770 para a NVDA sublinha uma abordagem quantitativa e calculada ao
risco.
Eu tranquei minha matrícula quando entrei na faculdade para
servir o CPOR. No começo, foi frustrante, mas depois concluí que foi uma grande
experiência. No ano seguinte, ao voltar à faculdade, já não era calouro e,
consequentemente, não sofri o conhecido trote, que era mais violento no
passado. Ao ir ao quadro de avisos, deparei-me com um cartaz que dizia
"MEC x FLU", e imediatamente pensei tratar-se de um jogo de futebol,
só depois descobri que se referia a uma das matérias mais temidas.
Cursei Engenharia de Produção e, até o segundo ano, as
matérias eram gerais. Foi nesse ano que enfrentei a temida mecânica dos
fluidos. Adotei uma prática que muito me ajudou: ao entrar na aula, assumia que
tudo o que o professor dizia era essencial e me esforçava para entender a
partir dali. Lembro-me de que, para uma das provas, comprei um livro em inglês
e, junto com um colega, decidimos dedicar uma semana inteira de estudo
intensivo. Funcionou; passei com uma nota boa.
O que posso levar desse estudo para minha vida profissional?
Um conceito simples, mas fundamental é que, nos preços dos ativos, o que
importa é a mudança do estoque, e essa mudança depende do fluxo. Por exemplo,
se existe uma determinada quantidade de reservas em outra moeda e toda a
quantidade da moeda local for trocada por essa reserva, o preço de equilíbrio
será a divisão da segunda pela primeira. Nem é preciso fazer a conta, pois, se
todos resolverem trocar seus reais por dólares, o preço será absurdo, o que só
ocorre em períodos de hiperinflação profunda.
Esse conceito é ainda mais válido para produtos, conforme a
conhecida lei da oferta e da procura, ameaçada de extinção nos anos 50 quando o
deputado Fernando Ferrari, do PTB, propôs revogá-la! Hahaha...
Lei número 1 de Mec x Flu: se um reservatório é fixo e o fluxo de entrada é maior que o de saída, é questão de tempo até que o reservatório transborde. Para quem não teve a oportunidade de cursar essa matéria, pode fazer o teste com um balde! Hahaha... Esse é o problema atual da China, como venho comentando ultimamente. Sua produção é maior que o consumo que anteriormente escoava internacionalmente, e a demanda interna não está sendo suficiente para absorver esse excesso. Janson Douglas publicou no Wall Street Journal como o mundo está reagindo a esse fato; a seguir, um resumo.
Para revitalizar sua economia, a China está inundando o mundo com mercadorias baratas, uma sequência de trilhões de dólares para o “choque China” que atingiu a manufatura global há mais de duas décadas. Desta vez, porém, o mundo está reagindo.
Os EUA e a
União Europeia estão ameaçando elevar barreiras comerciais contra veículos
elétricos e equipamentos de energia renovável fabricados na China. Agora,
economias emergentes, incluindo Brasil, Índia, México e Indonésia, estão se
juntando ao contra-ataque, focando em importações chinesas de aço, cerâmica e
produtos químicos que suspeitam estar sendo vendidos em seus mercados internos
a preços baixíssimos.
A Secretária do
Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou em Guangzhou que "a China é grande
demais para exportar seu caminho para um crescimento rápido" e alertou
sobre as consequências globais de políticas voltadas apenas para a oferta, sem
estimular a demanda.
Países já estão
tomando medidas para proteger seus fabricantes contra uma vasta gama de
produtos baratos. A Índia iniciou investigações antidumping que vão desde
parafusos a espelhos de vidro e garrafas térmicas isoladas a vácuo. A Argentina
está investigando elevadores chineses, e o Reino Unido, escavadeiras e
bicicletas elétricas.
A resistência crescente mostra como o novo choque da China está aumentando as tensões em um sistema de comércio global já fragilizado, acelerando uma possível fragmentação da economia global em países determinados a reduzir a dependência das cadeias de suprimento chinesas.
Para compensar
um colapso imobiliário épico, os líderes chineses estão direcionando
investimentos para o vasto setor fabril do país, apoiado por empréstimos
estatais baratos, em busca de compradores estrangeiros para um excedente
crescente de mercadorias que não conseguem vender internamente.
Embora para
muitos consumidores globais as importações chinesas baratas possam ser uma
bênção após um período de inflação intensa, para a China, depender da demanda
estrangeira para crescimento em um mundo mais hostil é arriscado. Muitos
economistas sugerem que a China deveria tomar medidas para impulsionar o
consumo doméstico e criar uma economia mais equilibrada.
A enxurrada de
exportações chinesas já está sobrecarregando concorrentes estrangeiros em
algumas indústrias. No Chile, por exemplo, a principal produtora de aço
anunciou o fechamento de operações devido à incapacidade de competir com
importações chinesas significativamente mais baratas.
Governos ao redor do mundo anunciaram mais de 70 medidas relacionadas a importações visando apenas a China desde o início do ano passado, um aumento em relação aos anos anteriores, refletindo uma crescente preocupação com o dumping e a competitividade desleal.
A resposta da
China ao contra-ataque global tem sido denunciar o aumento do protecionismo,
indicando que não pretende mudar de curso. Isso levanta preocupações sobre uma
possível retaliação comercial da China, que é um importante comprador de
commodities e fornecedor de uma vasta gama de componentes e materiais usados
por fabricantes de outros países.
A amplitude dos
produtos agora sob escrutínio destaca o aumento da influência da China na
manufatura global desde o início dos anos 2000. Se antes o país produzia
principalmente bens de baixo custo, hoje responde por cerca de 15% de todas as
exportações de bens, fabricando desde camisetas e mesas até máquinas pesadas e
chips de computador.
Essa
transformação suscita preocupações tanto em países de renda média quanto em
países mais ricos sobre o potencial de as exportações chinesas desestabilizarem
setores econômicos vitais, assim como ocorreu com setores de manufatura nas
décadas anteriores.
Mesmo com uma grande preocupação dos países em dominar a
inflação, que em boa parte reflete aumentos de custos provenientes de mercados
de trabalho apertados bem como da elevação dos custos de matéria-prima, a China
vê-se obrigada a vender sua produção ao preço que conseguir, pois a lei número
1 de Mec x Flu pode levar a problemas internos, cujo desemprego é o grande
temor de Xi Jinping – nunca imaginei que ter aprendido essa matéria seria tão
útil! Hahaha...
Falando em aperto, o resultado dos dados de emprego
publicado hoje foi ruim. Com essa afirmação, vocês poderiam imaginar que houve
demissões, mas a ironia do destino fez com que dados muito bons nessa área
sejam ruins atualmente. Foram criados 303 mil novos postos, muito acima de
qualquer expectativa. A taxa de desemprego recuou levemente para 3,8%, e os
salários subiram 0,3% no mês, mantendo a taxa em 4,1% a.a.
Outro fator que deve estar complicando o relacionamento
entre as empresas estrangeiras e o governo chinês são os indicadores econômicos
disponíveis. Nunca foi algo totalmente confiáveis, porém estavam assegurados ao
público. Como podem notar, essas informações vêm sendo excluídas de publicação
na última década e se aceleram mais recentemente.
Na abertura, os juros subiram e as bolsas recuaram depois das quedas de ontem. Tudo indica que será muito difícil para o Fed baixar os juros se esse aperto não diminuir.
No post tempos-mais-que-modernos fiz os seguintes
comentários sobre a Nasdaq100: ...” No gráfico abaixo, destaquei em uma
elipse que as ações de tecnologia de ponta estão contidas em um intervalo de
3,5%, o que até pouco tempo atrás representava a alta de dois dias comuns. Isso
indica saturação ou estão apenas ganhando fôlego para novas altas? Só o tempo
dirá! Até que se prove o contrário, mantenho minha meta em 19.240”...
Em virtude do feriado na última sexta-feira, a atualização acima foi de duas semanas atrás, o que pode ser um longo tempo. Com a queda de ontem, a Nasdaq100 entrou dentro da mesma elipse destacada acima, tornando a análise, segundo a teoria de Elliot Wave, um desafio. Quando isso ocorre, é recomendável esperar algum tempo a fim de que surja uma melhor interpretação.
- David, vamos ficar aqui esperando você enxergar suas ondas? Você me pareceu melhor antes!
Se você achava que eu teria respostas sempre, todo dia, em todos os mercados, se enganou. Por sinal, do ponto de vista econômico, é razoável essa dúvida espelhada pelo mercado, veja o que escrevi acima sobre o emprego. Mas para te deixar mais calmo e orientar meu leitor, que é menos ríspido que você, vou deixar alguns parâmetros.
·
Minha tese fica eliminada abaixo de 16.969,
ainda uma distância razoável de 5,3%. Por enquanto, o objetivo de
aproximadamente 19.000 continua válido. Nesse momento, não parece ser uma boa
estratégia ter posições.
Assim como a Nasdaq100, essa ação se encontra dentro de uma correção destacada na elipse e, por enquanto, não se pode descartar os objetivos acima de US$ 1.000. Como podem notar no gráfico, a distância entre a onda (1) azul e a onda (3) azul é enorme, compatível com o desempenho dessa ação. O stop loss mais correto seria no pico da onda (1), mas acredito que ninguém vai aguentar uma queda de 42%, razão pela qual mantenho o stop loss que estabeleci acima em US$ 770.
Numa ação "normal", até que poderia sugerir um trade de compra nos níveis atuais para um objetivo de aproximadamente 15% - é muito, não? Mas, com o nível de volatilidade dessa empresa, onde teria que colocar o stop loss, a US$ 770? Uma queda de 13%. Acho que, no momento, para quem não está posicionado (ou mesmo para quem está), existe coisa melhor (não de empresa, essa é excelente, mas de risco x retorno).
A exposição das profissões gerar textos, imagens ou outras
mídias mais suscetíveis a IA se encontram no gráfico abaixo.
Segundo o gráfico, tem uma boa notícia e uma má notícia: a má notícia é que, quanto maior o grau de instrução, maior a exposição a essa nova tecnologia; a boa é que profissões como limpeza, salão de beleza, são menos afetadas. Acho que as duas são ruins! Hahaha...
O SP500 fechou a 5.204, com alta de 1,11%; o USDBRL a R$ 5,0650, com alta de 0,23%; o EURUSD a € 1,0833, sem variação; e o ouro a U$ 2.322, com alta de 1,46%.
Fique ligado!
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