A choradeira continua #ouro #gold
Resumo:
A ascensão de ETFs no mercado financeiro americano,
marcada por recordes no último ano, ressalta a crescente preferência por
investimentos de baixo custo e gestão passiva. Enquanto isso, a performance
estelar de ações ligadas à inteligência artificial e criptomoedas,
particularmente a Super Micro Computer e a MicroStrategy, destaca a influência
disruptiva da tecnologia no mercado. Estas empresas não apenas superaram
expectativas com impressionantes valorizações de mercado mas também
impulsionaram índices como o Russell 2000, refletindo a dinâmica volátil e a
oportunidade de ganhos em setores específicos.
Hoje pela manhã, mais um analista jogou a toalha; desta vez
foi Robert Armstrong, em seu site Unhedged, onde publicou um artigo cujo título
já diz tudo: "A economia americana está normal de novo". Ele usa um
argumento secundário, lembrando que no passado escreveu artigos afirmando que a
economia, abalada pela pandemia, era confusa. “Desde os choques da pandemia, o
ciclo tem sido tão inescrutável que algumas pessoas pensam que estamos no
início dele, enquanto outras pensam que estamos no fim”,... “cabe-nos afirmar o
oposto: a economia dos EUA tornou-se menos confusa, cresce aproximadamente um
pouco acima do potencial, a inflação não voltou à meta, mas está próxima”. Capisce?
Ontem, Jim O’Shaughnessy, fundador da gestora de mesmo nome e autor do best-seller “What Works on Wall Street”, disse em seu podcast que é praticamente impossível para qualquer um ultrapassar o índice devido ao argumento acima e que, na sua visão, os gestores deveriam se especializar em setores onde a quantidade de ações é menor e sua concentração também tende a ser menor – em todo caso, é bom não escolher o setor de tecnologia! Faz sentido sair do buchicho e ir para a “boutique”.
É verdade que o fluxo de recursos no mercado americano tem ido preferencialmente para os fundos indexados, denominados de ETF, com taxas de administração baixas e gestão passiva. No ano passado, não foi diferente, atingindo um recorde histórico, considerando sua participação em relação ao fluxo total para as ações.
Mas isso é apenas parte da história, pois o fluxo é diferente do estoque detido e, quando a métrica é essa, a choradeira não deveria justificar colocar a culpa nos fundos passivos. Na participação global dos detentores de ações americanas, a parcela referente aos veículos passivos corresponde a meros 20%, enquanto as pessoas físicas detêm aproximadamente 40%, e não dá para assumir que elas têm uma carteira igual ao do S&P 500; devem fazer suas apostas em um grupo de ações de sua preferência e nas proporções que desejam.
Mas, mesmo nos índices de pequenas e médias ações, como o Russell 2000, alguns outliers aparecem. Charley Grant relatou no Wall Street Journal: "Esse índice de pequenas capitalizações tem alguns ocupantes gigantes".
Quão forte é o entusiasmo dos investidores pela inteligência artificial e pelas criptomoedas? Duas ações ligadas a esses temas - Super Micro Computer (SMCI) e MicroStrategy (MSTR) - estão dando um impulso até mesmo ao sofrido Russell 2000.
Por outro lado, a MicroStrategy tem um negócio de tecnologia legada, mas suas ações dispararam devido ao sucesso de sua aposta alavancada em bitcoin.
Sob a liderança do presidente executivo Michael Saylor, a empresa tem acessado os mercados de capitais para adquirir mais criptomoedas consistentemente desde 2020, conquistando no processo fãs em fóruns de investidores online, como o Reddit. Em março, a empresa detinha mais de 214.000 bitcoins, com um preço médio de compra de cerca de US$ 35.160. Os preços do bitcoin estão em torno de US$ 66.000, aproximadamente 55% acima este ano.
As ações devem continuar a subir se as criptomoedas mantiverem sua trajetória ascendente, e os analistas esperam que a receita aumente 18% nos três anos que terminam em 2026, para US$ 583 milhões.
**Comentário Pessoal:** O Russell 2000 parece nem existir nessa comparação. A Nvidia não é a única que subiu meteoricamente.
As ações de pequena capitalização precisavam de um impulso. Enquanto outros principais índices de ações registram repetidas máximas históricas, o Russell 2000 está 15% abaixo de seu recorde de novembro de 2021. Ele ficou para trás do Russell 3000, que inclui ações grandes, em um horizonte de um, três, cinco e dez anos.
Quase um quarto do índice consiste em ações financeiras, imobiliárias e de serviços públicos, que tiveram desempenho inferior. Taxas mais altas tornam as ações pagadoras de dividendos, como serviços públicos, menos atraentes e aumentam os custos de empréstimos para bancos e empresas imobiliárias.
Sobre as ações que subiram de forma estupenda: Super Micro e MicroStrategy, a primeira cresceu por sua competência em se posicionar como peça-chave no avanço da IA produzindo os servidores essenciais ao processamento massivo de dados; a segunda, por sorte, pois a razão que levou à compra alavancada de bitcoin não se materializou. A alta recente da criptomoeda não tem a ver com os argumentos passados de que "dinheiro é lixo", e sim com a autorização para a emissão de fundos ETF, que ganhou a adesão do público no curto prazo. Se a empresa não vender sua posição agora e se concentrar no seu propósito, coloca seus acionistas em risco, e ainda mais louco é quem tem ações da MicroStrategy, sabendo disso.
No post o-fed-foi-para-arquibancada, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ... “Entretanto, outra configuração sugerida indica que a alta final seria muito menor; neste caso, a alta deveria terminar entre U$ 2.197 / U$ 2.271, exatamente onde o mercado se encontra agora” ...
- David, você tinha a visão correta há um bom tempo sobre a alta do ouro e acabou não aproveitando essa alta. O que aconteceu?
Aconteceu que talvez tenha me fixado em comprar "barato" o ouro e esperava por uma queda que nunca ocorreu – e, embora ainda possa acontecer, isso não me parece o mais provável. Com essa visão, e como estávamos em uma correção, acabei traçando uma estratégia que, parece, não funcionou.
Isso não é incomum e pode acontecer. O que eu não posso deixar de considerar é que o movimento de rompimento deveria ter sido o gatilho para a entrada, que está ao redor de U$ 2.200, não muito distante do nível atual. Devo entrar agora de qualquer maneira? Seria um pouco inconsequente e emocional.
A contagem anterior foi descartada? Ainda não. Esse rompimento pode ser um falso alarme, mas, se for o caso, duas coisas devem acontecer: primeiro, uma reversão quase imediata, retornando ao nível de U$ 2.100; segundo, não ultrapassar o nível de U$ 2.341,43 – nenhum centavo a mais.
Pretendo entrar em uma correção futura, pois, nesse novo cenário, ainda há um bom potencial de alta.
No post mencionado, eu comentei que o grande comprador de ouro era o governo chinês, por razões conhecidas. Isso vem ocorrendo, porém um relatório da Gavekal apontou que os chineses também estão sendo uma fonte de pressão nesse mercado. O argumento é que a população está perdendo o interesse no ramo imobiliário devido aos graves problemas e perdas recentes. O gráfico, que contém estimativas para cada segmento, põe em xeque um dos argumentos mencionados: "Sigo uma regra de que, quando o mundo está vendendo (ou comprando) contra um comprador (vendedor) singular, pode-se vender (comprar)". Com essa informação, não há um só comprador; há milhares, centenas de milhares, comprando!
O SP500 fechou a 5.156, com queda de 1,07%; o USDBRL a R$ 5,0526, com alta de 0,25%; o EURUSD a € 1,0834, sem variação; e o o ouro a U$ 2.282, com queda de 0,68%.
Fique ligado!
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