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O remédio perdeu a validade

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A resposta dada pelos bancos centrais quando da crise de 2008, foi injetar liquidez no sistema, a fim de evitar a catástrofe maior e tão temida da deflação. A contrapartida foi o aumento da dívida pública para suportar essas ações. Transcorrido algum tempo, as economias mundiais deveriam retornar à situação que prevalecia antes. Esses estímulos têm que ser retirados além dos investimentos efetuados serem produtivos. Um artigo publicado sobre a produtividade aponta para resultados insatisfatórios sobre esse último ponto. A desaceleração global tem sido muito discutida ultimamente. Uma desaceleração na Europa e na China foi considerada a principal razão para a queda no mercado de ações de dezembro combinada com o programa de normalização do balanço patrimonial do Federal Reserve. O que está por trás da desaceleração? Nenhuma resposta satisfatória surgiu, embora os esforços da China para restringir os empréstimos excessivos sejam um candidato natural, além do fato de os

Até especular virou mal negócio

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A palavra especulação é tida pela maioria das pessoas como algo milagroso, basta especular para ganhar dinheiro. Talvez exista uma má interpretação entre informação privilegiada, ou se meter a comprar commodities, a classe de ativo mais volátil. O primeiro caso, sem dúvida as chances de ganho são grandes, saber por exemplo que uma empresa publicara ótimos resultados, antes do mercado, ´´e como bater pênalti sem goleiro – e tem alguns jogadores que ainda erram! Hahaha .... Já no segundo caso, a aposta feita em antecipação parte de premissas que estão disponíveis para todos, o que muda é o julgamento que esse investidor faz sobre os preços no futuro. Mas parece que os operadores de commodities não estão conseguindo repetir suas performances do passado. Eles faziam centenas de milhões de dólares em lucros a cada ano e têm um conhecimento inigualável do fluxo de mercadorias vitais em todo o mundo. No entanto, quando as maiores tradings de commodities do mundo saíram em busca

Confusão na área

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No mês de dezembro vários fatores podem ter afetado a confiança do consumidor americano. Essa situação teve efeito em alguns indicadores que começam a ser divulgados agora, depois da extensa greve ocorrida nos EUA. Como comentei diversas vezes que, o fantasma da recessão ronda no ar. Acredito que agora, nenhum analista irá negar essa possibilidade, inclusive os que estavam mais otimistas há cerca de um mês, como o Deutsche Bank. Hoje foi publicado as vendas no varejo para o mês de dezembro, e o resultado foi horrível! Uma queda de 1,2% no índice completo – Headline, e -1,7% no índice que exclui itens mais voláteis como gasolina e alimentos – Control Group , o menor nível desde o ataque de 11/09 em 2001! Embora esse resultado está em contraste com os relatórios publicados sobre o Natal, que foram considerados bastante saudáveis. Como o consumo representa 70% do PIB americano, esse resultado terá impacto sobre esse indicador, a ser publicado proximamente. Agora se

Rumo ao monopólio da informação

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Cada um de nós é testemunha da forma como acessamos as informações nos dias de hoje. Por exemplo, de todas as fontes que eu leio diariamente, somente uma é através de conteúdo físico, e nem sempre, pois quando viajo, é digital. Um artigo publicado pela Bloomberg, relata sobre a evolução dessa indústria e seu impacto na profissão de repórter. Ao final, acrescento alguns pontos que considero importantes. Alguns veículos como a Google, pelo seu tamanho e exposição, estão se aproveitando dessa onda, espremendo toda a indústria de informação. Em 2010, essa empresa ultrapassou em receita os outros veículos. Os números agora não estão nem remotamente próximos. Esta não é uma comparação perfeita: as receitas de anúncios do Google são globais, enquanto as do setor de jornais dos EUA não são. Ainda assim, é direccionalmente correto e bastante revelador. Então surge a dúvida se a Google estava prestes a fazer o mesmo na frente de emprego. Com 140 mil empregados n

Parabéns a você ...

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Hoje poderia ser um dia de comemoração no mercado financeiro mundial, algo como: um plano que propiciou um crescimento econômico ímpar; ou o termino de um longo período de recessão. Mas não é esse o caso, hoje se comemora (comemora?) 20 anos que o banco central japonês fixou o juro em 0%. Se esse movimento tivesse posto a economia japonesa nos trilhos depois de um tempo, tudo bem, valeria a pena, porém não foi o que aconteceu, e pior, ainda prevalece a estagnação. Nos anais do moderno planejamento central (bancário), hoje é um dia trágico, o início de duas décadas de política monetária extrema da qual nem o Japão, nem qualquer outro país, conseguiu escapar. Este é um "modelo preocupante para a Europa ", segundo o analista do Deutsche Bank, e acrescenta que o Japão também iniciou o que se tornou uma forma mais comum de política monetária após o GFC em todo o mundo. Para os historiadores econômicos, o Japão é realmente um caso fascinante. Se você tirasse uma f

Burro de carga

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Desde que o Presidente Trump começou sua investida contra a China afim de diminuir as importações provenientes daquele país, o mundo iniciou um processo de desaceleração, vinda de uma base frágil. Essa queda demorou um pouco para aparecer, haja visto que, os importadores buscaram se aproveitar das alíquotas que ainda prevalecem. Os gráficos a seguir apontam os resultados comerciais dos principais parceiros americanos. Como se pode notar, o déficit com a China é muito grande e crescente. Mas a culpa é somente dos chineses? Não é a minha opinião, pois esse modelo existe a muito tempo e foi conveniente a ambos as partes. Os efeitos já podem ser sentidos agora. O gráfico elaborado pelo Deutsche Bank aponta para a desaceleração nos volumes negociados ao redor do mundo. Entretanto, não só por causa da ameaça direta do governo americano, mas sim, pelo impacto na economia global. A Europa que vinha cambaleando, agora nem a própria Alemanha, motor dessa região, co

Relevâncias irrelevantes

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Como de costume, hoje pela manhã estava lendo o Wall Street Jornal, quando me deparei com a seguinte notícia: “ A LIBOR teve a maior queda desde 2009”. Antes de verificar o detalhe, imaginei uma queda de 50 pontos, ou algo parecido, afinal para ser a maior queda, e ainda notícia de primeira página do caderno de Finanças, essa deveria ser a magnitude. Mas qual não foi a minha surpresa, 4 míseros pontinhos! Ou eu fiquei totalmente obsoleto e 4 pontos é muito, ou não existem matérias interessantes a serem publicadas. Incialmente, fui levado a imaginar que era o segundo caso, mas será que o WSJ, um jornal que respeito muito, colocaria em risco sua reputação? Sendo assim, fiquei com a primeira hipótese, e veja as razões a seguir. Abaixo a evolução da taxa de juros de 10 anos do título emitido pelo governo alemão. Pessoal, 0,10% a.a. por 10 anos! Só para ter um parâmetro financeiro, uma aplicação de € 1.000, receberia ao final € 1.100,04, calculado com juros compostos é claro